O Limite da Traição romance Capítulo 2

Do outro lado da cidade, Hugo e Clara estavam discutindo sobre a campanha que Clara estrelaria. O sonho dela de se tornar uma influencer famosa parecia finalmente estar dando os frutos desejados.

— Não podemos colocar cerveja numa campanha de carros, Clara!. O cliente já especificou o que gostaria que tivesse no comercial. — Hugo estava exausto nesse momento. Estava há horas tentando convencer a esposa a fazer exatamente o que o cliente queria, e não havia nenhum sinal de que ela tivesse entendido o que precisava.

— Uma campanha com amigas se divertindo vai parecer muito mais legal. E vai atrair os jovens. As amigas, com roupas bem sensuais, bebendo muito... — Ela divagava, como se não estivesse falando nenhum absurdo. O problema é que o principal posicionamento das redes dela era a família. Mudar assim não fazia sentido para ninguém.

— Clara, é um carro para família! Não tem nada de sensual nessa campanha! Você pelo menos leu o briefing? — Hugo parecia um pouco exasperado. Clara tem uma tendência a ser irritante quando quer. Ela não se preocupa em entender as coisas e sai fazendo como bem entende, sem se importar com o que é realmente importante.

— Que droga! Você sempre descarta as minhas ideias! — Ela b**e o pé com força, cansada de Hugo tentar fazê-la parecer burra o tempo todo. Ele não se sentia satisfeito enquanto não a deixava para baixo.

— Deve ser, porque suas ideias não combinam com o que foi pedido, né? Não dá rpa você ter noção uma única vez.

Maria entrou na cozinha procurando algo para comer. Ela era a filha mais velha do casal, tinha cinco anos e muita responsabilidade. Clara semi-cerrou os olhos e cruzou os braços assim que ela entrou na cozinha. Não gostava que a menina atrapalhasse quando estava "trabalhando" e já tinha deixado isso bem claro para ela.

— Meu amor, vocês estão com fome? — Hugo, como um pai carinhoso, correu para atender a filha rapidamente. Ele parou de dar atenção a Clara assim que Maria entrou na cozinha e se tornou todo carinhoso. Não havia nada que Hugo amasse mais do que os filhos.

— Sim, papai. O Caio tá chorando. Acho que ele precisa trocar. — Ela falou com receio, de cabeça baixa, evitando olhar para a mãe. Vestida com pijamas pequenos e meio surrados, com os cabelos mal amarrados e muito embaraçados, a criança tinha um aspecto um pouco faminto e estava cheirando a xixi.

Hugo a pegou e notou como a filha parecia desarrumada. Sentiu o cheiro e resolveu cuidar dos filhos para não continuar discutindo com Clara, pois sabia que nada de bom sairia da cabeça da esposa.

— Vamos lá, tomar um banho e depois tomar o café. O que acha? — Ele pegou a filha no colo e foi para o quarto. Clara ficou na cozinha com cara amarrada e atitude vingativa. Não queria ser interrompida na discussão. Pelo menos uma vez queria fazer seu próprio desejo e não apenas o que Hugo mandava. Estava cansada de ser sempre submissa às vontades dele.

— Mais tarde, coloco essa menina no lugar dela. Precisa aprender que deve comer na hora que eu der a comida e pronto. — Com a vingança preparada, ela pegou a garrafa de água e foi para a academia, sem se preocupar em deixar o café da manhã pronto.

— Já que Hugo não quer babá, ele que se vire para cuidar desses pirralhos. Eu vou cuidar de mim! — Ela checou sua imagem no espelho da sala de jantar. Gastou muito dinheiro para gostar do que via. Saiu sem olhar para trás.

No banheiro, Hugo colocou os dois filhos no banho e os lavou com delicadeza. Jogou os brinquedos favoritos deles na água e fez várias brincadeiras enquanto ensaboava um e ficava de olho no outro.

De saco cheio 1

De saco cheio 2

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