Não importa o quanto Barnabé tentasse sussurrar, Cristina conseguia ouvir cada palavra.
Mantendo a calma, Wagner sorriu e deu um grande passo em direção a Barnabé. “Você já fez muita fofoca pelas costas de quem te sustenta, Barnabé. Por que não revela tudo o que você fazia na época? Podemos cair juntos. Eu sou só um ninguém, afinal. Não sou nada comparado a pessoas prestigiadas como você.”
Vendo o homem idoso tremer de raiva, Wagner continuou, com um sorriso presunçoso. “Nelson é um caso perdido. Não teria sido ótimo se você tivesse me escolhido como seu braço direito em vez dele? Pena que isso é tudo passado. Agora tenho meu próprio negócio e não preciso de nada de você.”
Barnabé cerrou os dentes. “Posso esmagar sua empresa num piscar de olhos!”
Um olhar traiçoeiro brilhou nos olhos de Wagner. “Sim, é por isso que você vem tramando contra mim desde que o Nelson e eu brigamos e ele foi para a prisão. Você convenceu o Denis a dividir nossos bens e ainda deu várias ideias para ele. Bem, você conseguiu o que queria. Quase morri pelas mãos do meu próprio primo e a maior parte das ações e fundos da empresa pertencem a ele.”
“Isso é o que você ganha por ser ganancioso demais”, Barnabé zombou cruelmente.
Wagner acendeu um cigarro, deu uma tragada e soprou uma nuvem de fumaça. Depois, esboçou um sorriso.
“Por isso que eu não pretendo deixar as coisas como estão. Sou um péssimo perdedor que não consegue ver os outros se saindo melhor que eu, e não tenho escrúpulos para me vingar de você. Vou contar tudo para a família Gibson e pedir por clemência.”
As últimas palavras de Wagner atingiram Barnabé como uma bomba, fazendo-o perder a compostura.
“Você enlouqueceu!”
O homem mais jovem sorriu. “O que mais posso fazer se não tenho mais nada?”
Barnabé olhou para Cristina com desconfiança antes de agarrar o pulso de Wagner. “Lembre-se de onde estamos agora. Este não é o lugar para você fazer o que bem entende. Vamos conversar em outro lugar.”
Wagner riu. “Cem milhões. Nem mais, nem menos. Faço o que você quiser, desde que você concorde.”
Cem milhões era exatamente o valor que Denis havia roubado dele.
Barnabé tinha instigado toda a situação, então não parecia exagero Wagner querer recuperar o que perdeu.
O velho olhou-o com raiva. “Você está pedindo demais!”
Cem milhões eram cerca de metade do seu patrimônio. Wagner estava praticamente o esfolando vivo!
Em resposta, o jovem retirou a mão e comentou descaradamente. “A escolha é sua. Não estou te forçando a entregar o dinheiro com uma faca no pescoço.” Depois, seus lábios se curvaram de maneira maliciosa. “Está na hora. Quero ter uma conversa com a Sra. Hadley. Temos bastante coisa em comum para discutir.”
Barnabé cedeu assim que Wagner estava prestes a sair. “Deixe-me pensar nisso. Venha comigo por enquanto. Podemos conversar em detalhes.”
Wagner ergueu as sobrancelhas satisfeito. “A Sra. Hadley está nos observando. Preciso entrar e prestar minhas condolências para que ela não fique desconfiada. Não se preocupe, meus lábios ficarão selados enquanto eu tiver o meu dinheiro.”
Cristina estava ali perto, assistindo enquanto Barnabé relutantemente deixava Wagner ir. “Estarei esperando dentro do carro na entrada. Não demore”, disse o idoso.
Com isso, ele se afastou.
Retirando seu olhar de desdém, Wagner se virou e caminhou em direção a Cristina, com uma expressão gentil.
“Olá, Sra. Hadley. Estou aqui para prestar minhas últimas homenagens à Sra. Lazuli.”
“Obrigada, Sr. Labarge”, respondeu Cristina de forma enigmática. “Você conhece bem o Sr. Stone?”
Wagner manteve sua resposta vaga. “Trabalhamos juntos algumas vezes, mas não somos exatamente próximos. Só encontrei com ele hoje, então achei que seria educado dar um oi.”
Cristina não disse mais nada e deixou Wagner entrar.
Se eu fosse capaz de me livrar dela, não teria que me curvar para ela o tempo todo!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O misterioso toque do amor
Boa tarde! Posta o restante do livro por favor!...
Pelo amor de Deus gente, tem como liberar mais de um capítulo por dia ??? È pedir muito ?...