A Mel teve alta hoje a tarde, porém o médico nos recomendou que não fizéssemos a viagem de volta para casa hoje, pois passaríamos a noite na estrada.
Voltamos para o hotel e vamos embora amanhã cedo.
Ela está dormindo com a gata e eu estou aqui pensando na loucura que eu fui fazer.
Sinceramente estou dividido entre a alegria de ter um filho com a mulher da minha vida e a chateação com a minha irresponsabilidade para cuidar dela.
Eu não podia ter feito isso, tinha a obrigação de protegê-la de uma gravidez precoce, e ao invés disso o que foi que eu fiz ? Gozei dentro dela várias vezes e depois tentei remediar.
Mas agora não tem mais volta, como dizia a minha mãe "não adianta chorar pelo leite derramado."
Mesmo porque eu já estou passando da idade de ter um filho, então pra mim quanto mais rápido, melhor... A minha preocupação é com ela.
E a faculdade ? Se bem que se ela adiar por um ano e meio mais ou menos não vai ser tão ruim, ela vai estar com vinte anos e a vida toda pela frente ainda.
Eu cuido do bebê pra ela estudar sem problemas, e também vou dar um carro pra ela, na verdade eu já queria fazer isso, mas ela orgulhosa como é, não ia aceitar, porém agora com o bebê, vou usar a desculpa que o carro é para o nosso filho.
.....
Saímos cedo do hotel, a Mel está bem, porém vamos passar numa farmácia para verificar a pressão antes de ir.
-Pitty eu acho que não precisa, eu estou bem.
-Negativo...precisa sim, não custa nada verificar. Falei parando o carro.
Entramos na farmácia e fomos direto até o balcão onde estava uma mulher que parecia ser a farmacêutica pela forma como estava vestida.
Ela aparentava ter por volta de 50 anos mais ou menos.
-Bom dia. Falei me aproximando
-Bom dia, posso te ajudar ?
-Vocês verificam pressão aqui ?
-Sim, pode me acompanhar.
-Não é pra mim, é pra ela. Falei apontando para a Mel.
-Ah sim, vamos lá.
Após verificar, falou que estava normal.
-Eu te falei que eu estava bem não falei ?
-Sim, mas é que ela está grávida, teve problemas com pressão alta no domingo, e o médico pediu para verificar todos os dias.
-Ah, sendo assim tem que verificar mesmo...você está de quantos meses ?
-De um mês só.
-Tenho uma filha que está grávida também, de três meses, mas a pressão dela é baixa.
-O médico falou para nós que o natural seria isso mesmo, pressão baixa no início da gravidez, mas a dela, sem nenhuma explicação subiu demais.
-A gente fica desesperado ao vê-las passando mal né ? Me perguntou a farmacêutica sorrindo e olhando para a Mel com a expressão terna.
-Nossa...ela desmaiou, quando a encontrei caída, achei que eu fosse infartar.
-É o seu primeiro neto ?
Eu não sabia o que dizer, fiquei mudo, sem reação.
-É nosso primeiro filho. A Mel respondeu se levantando e pegando na minha mão.
Não sei quem ficou mais sem graça, eu ou a mulher.
-Ah me desculpa eu...
-Não tem problema... Vamos amor ? Porque a estrada é longa.
-Vamos.... Obrigado por nos ajudar. Falei para a mulher que ainda estava vermelha de vergonha.
Saímos da farmácia sem tocar no assunto.
Já no carro perguntei:
-Será que estou tão velho assim ?
-Claro que não amor, na verdade se você tivesse ali com uma mulher mais velha ou eu com um homem mais novo ninguém ia perceber, seria só mais um casal que vão ser pais... O problema é o preconceito das pessoas em relação ao que é um pouco diferente do comum.
-Quer saber ? Foda-se o que os outros pensam, eu não tenho culpa da mulher da minha vida ter nascido 22 anos depois de mim ! Que se dane o preconceito das pessoas.
-Isso mesmo Pitty, é assim mesmo que eu também penso.
Falou segurando a minha mão que estava sobre a perna.
-Mas te confesso que não gostei.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O Padrinho(Triologia Ella Monteiro)
Acabou?...