CAPÍTULO TRÊS;
Voltando a ser Insignificante
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As árvores e as luzes da rua se confundiam enquanto a Lamborghini vermelha acelerava na estrada. No interior do carro luxuoso flutuava uma melodia suave e doce de uma música dos anos 90, o completo oposto de sua velocidade feroz e cor vibrante.
O motorista cantarolava juntamente à música enquanto batucava com o dedo no volante. O rapaz estava extremamente relaxado enquanto conduzia o carro a quase 60 quilômetros por hora. Ele estava vestido com seu pesado e caro casaco de couro, sentado languidamente em seu assento como se não se importasse de colidir e morrer.
No outro assento estava uma garota de estatura baixa vestindo um vestido cocktail violeta. Sobre seu vestido, ela usava um casaco preto espesso, tentando proteger sua pele delicada de contrair congelamento.
A menina mencionada estava encarando o motorista através do reflexo dele na janela na qual ela estava apoiada. Ela não se incomodava com a velocidade do carro. Seu olhar severo não vacilou quando ele aumentou a velocidade.
O homem, ao notar o olhar assassino dela, exibiu um sorriso preguiçoso e atraente em seus lábios vermelhos. Thalia queria estender a mão e puxar os lábios dele para destruir esse sorriso. Que sorriso irritante!
"Thalia, não importa o quanto você me olhe fixamente, eu não vou voltar atrás e te levar para o seu apartamento. Quer dizer, você concordou em vir.”
Thalia revirou os olhos e sentou-se reta. Ela observou a aparentemente interminável estrada à frente deles. Ninguém sabia que ela parou de olhar para ele através do reflexo pois estava com inveja de seus lábios pecaminosos.
'Maldição,' ela pensou. 'Os lábios dele são mais atraentes que os meus, sendo que sou uma garota. Não só isso, percebi que a pele dele é muito mais lisa que a minha, sendo que, também sou uma garota. Como isso é possível?! Ele pratica esportes, como a pele dele pode ter essa textura? Que cuidados ele tem com a pele? Que rotina? Ah, as vantagens de ter toneladas de dinheiro.'
Apesar de seu resmungo interno, ela respondeu calmamente. "Você jogou a responsabilidade em mim."
Ele lançou a ela um olhar de soslaio, o canto de seus lábios se elevando em um sorriso zombeteiro.
"Você quem decide sua situação. Você pode concordar e também pode negar. Estou bem com qualquer uma das duas, aliás. Mas, no fim, você escolheu aceitar."
Ela contornou o impulso de fazê-lo voar com um chute, por medo de arriscar suas próprias vidas, além disso, Thalia não podia recusar suas palavras. Ela tinha aceitado e concordado. Mas — !!!
Eles estavam me forçando!
O grito dela ressoou em seus ouvidos. Ela se recusou a deixar sua frustração sair e simplesmente dispensou o assunto com um resmungo.
Nigel, plenamente ciente de que ela estava forçando o assunto, riu baixinho. Sua risada baixa abafou a música que estava tocando. Thalia pensou que ele faria alguma provocação, mas para sua surpresa, ele permaneceu em silêncio. Escondendo um sorriso em seus lábios bonitos.
Ela pensou que Nigel nunca recuava de nada e respondia de volta com uma provocação ou brincadeira, mas ele apenas permaneceu em silêncio e parecia que ele estava completamente a ignorando.
'Bem,' Thalia começou novamente o seu monólogo interior. 'Não que eu conheça isso, uh, minha paixão.' Ela quase riu ao se referir a ele assim. Mas não era uma mentira.
Vendo por outro lado, eu transferi para cá em setembro. Depois, uma semana passou e foi quando eu conheci Nigel. Não conheci, 'conheci', porque a gente não conversou, só, só contato visual repentino, acidentalmente, eu te juro. Então eu comecei a observá-lo de longe. E então, Novembro. Sim, foi em novembro que ele falou comigo pela primeira vez.'
Thalia fez uma careta mental apenas recordando aquela cena.
'Depois daquele super lame palpite, por algum motivo, eu decidi evitar ele, e depois de apenas dois meses, aqui estou eu, sentada no carro dele.'
Os dois amigos de Nigel não deram tempo de respirar a ela depois que ele disse essas palavras, fazendo ela perder facilmente a calma. Ela queria jogar as compras do mercado em direção a eles e correr, mas ela não conseguia. Se sua mãe tivesse uma ideia de que ela estava desperdiçando comida, ela teria que preparar e levar de volta para casa. O gasto de dinheiro é um grande não-não.
Ela, claro, não quer concordar. Mas eles lhe disseram que se ela fosse, eles a ajudariam distraíndo Nigel para que ela pudesse ir embora antes. Ela apenas hesitou por um minuto antes de ceder.
Não a entenda mal. Não é que ela odeie ir a festas, mas essa cidade é diferente de onde ela veio. E, claro, ela não conhecia ninguém aqui. Apenas alguns colegas de classe, e alguns rostos familiares, mas eles não podem ser considerados amigos. Eles também não são muito próximos. Apenas relações de colegas de classe ou colegas de escola. Uma relação muito formal.
A antiga Thalia não gosta de lugares barulhentos. Tanto quanto possível, ela quer paz. Ela geralmente ficava sozinha quando estava no ensino fundamental. Quando ela já estava no meio do ensino médio, ela tinha medo de ser deixada de fora, então Thalia às vezes ia a festas organizadas por seus antigos colegas de classe.
Se acostumar com a música alta e o lugar sujo com suor é difícil, levou muito esforço para não repelir os macacos que tentavam se aproximar tanto dela. Mas ela está gradualmente se acostumando e às vezes se diverte em festas e afins.


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