O Retorno da Deusa Médica romance Capítulo 497

Mariana balançava suas perninhas no ar.

Mas, ao ver no espelho que Adelina não se mexia há um tempo e sua expressão de repente se tornou triste, a menina parou de balançar as pernas.

Ela virou a cabeça e olhou para cima, confusa, para Adelina.

“Senhora, o que aconteceu?”

Adelina olhou para ela e, de repente, tocou a marca de nascença atrás da orelha da menina com a ponta dos dedos trêmulos.

“Mariana, você sabia que tem uma pequena marca de nascença azulada aqui?”

Mariana piscou os olhos e assentiu.

“Sim, o papai me disse, mas eu mesma não consigo ver.”

Ela continuava confusa. “O que tem essa marca?”

Adelina respirou fundo, tentando se acalmar.

Mas, ao falar, sua voz tremeu, carregada de amargura e sofrimento.

“Eu também tive uma filha uma vez, mas ela não sobreviveu.”

A menina se assustou e, de repente, lembrou-se de ter ouvido Marcelo e Daniel mencionarem isso quando ela esteve internada.

Só não entendia por que a senhora estava mencionando isso de repente.

Ela se lembrava de seus irmãos dizerem que a senhora ficava muito triste com esse assunto, então eles quase nunca ousavam tocá-lo.

Naquele momento, ela não soube o que responder, com medo de dizer algo errado e entristecer a senhora.

“Senhora…”

Antes que ela pudesse dizer algo, Adelina falou novamente.

Desta vez, sua voz estava quase embargada pelo choro.

“A minha filha também tinha uma marca de nascença, exatamente neste lugar, idêntica à sua…”

Ao ouvir isso, Mariana ficou paralisada.

Acontece que a filha que a senhora havia perdido tinha a mesma marca de nascença que ela.

Que coincidência incrível existia no mundo!

Adelina não sabia o que havia de errado com ela naquele dia.

Em todos aqueles anos, ela nunca havia mencionado sua filha na frente de ninguém.

Nem mesmo para Marcelo e Daniel ela havia contado.

Os dois pequenos também eram muito compreensivos e nunca tocavam no assunto na frente dela.

Aquele assunto era como uma ferida que nunca cicatrizaria, alojada no fundo de seu coração.