O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 121

Limpar cocô de cachorro do sapato?

O velho Fabiano Mendes olhou para Tomás, incrédulo, como se não pudesse acreditar no que tinha acabado de ouvir.

Até mesmo os dois colegas ao lado acharam que tinham entendido errado. Luciano Morales não conseguiu se conter e falou:

— Gerente Tomás, você está pedindo para o Mendes limpar seu sapato? Isso não é humilhar uma pessoa?

— Pois é, gerente Tomás, por que esse constrangimento todo? — Benjamim Álvares também se manifestou.

Tomás sorriu levemente, ergueu o olhar para Fabiano Mendes:

— Humilhação? Se é assim, Carlos, então deixa pra lá. De qualquer forma, parece que você nem se importa tanto com esse emprego.

Ao dizer isso, Tomás fez menção de se levantar da cadeira, como se fosse sair.

Ao ver isso, o velho Fabiano Mendes imediatamente segurou Tomás:

— Não, gerente Tomás, não vá embora, por favor. Eu limpo, eu limpo agora mesmo pra você.

Era só limpar um sapato, afinal.

Ele pensou consigo mesmo que era apenas mudar de função.

Na rua, tem gente limpando sapato em todo canto.

Será que essas pessoas não vivem?

Fabiano Mendes tentou se consolar internamente, pegou um guardanapo da mesa, ajoelhou-se sobre um dos joelhos e começou a limpar o sapato de Tomás.

Ao vê-lo realmente se curvar para limpar o sapato de Tomás, Benjamim Álvares e Luciano Morales tentaram impedir:

— Mendes, levanta! Vamos, não precisa se submeter a isso.

Estava claro que Tomás estava apenas fazendo questão de humilhar.

Fabiano Mendes olhou para os dois, sorrindo:

— Não se preocupem, não precisam me impedir. Poder limpar o sapato do gerente Tomás é até uma honra pra mim.

Ele veio do interior, mal sabia ler, já era velho, arrumar um emprego era mesmo muito difícil.

Se limpar o sapato de Tomás garantisse seu emprego, então valeria a pena.

Ao vê-lo assim, Benjamim Álvares pegou outro guardanapo:

— Eu te ajudo a limpar.

Luciano Morales também pegou um guardanapo:

— Eu também vou ajudar.

A velha guarda era conhecida pelo espírito de solidariedade.

Benjamim Álvares e Luciano Morales não suportavam ver o velho amigo passar por aquela humilhação.

Tomás olhou para eles, com as sobrancelhas franzidas:

— Vocês dois, deem o fora daqui, não preciso da ajuda de vocês. Quero que só o Mendes limpe.

Fabiano Mendes olhou para os dois, sorrindo:

— Facundo, Morales, agradeço a intenção.

Benjamim Álvares e Luciano Morales estavam indignados olhando para Tomás, mas nada podiam fazer.

Diante do poder, trabalhadores como eles só podiam abaixar a cabeça.

Tomás continuou:

— Continue, Mendes. Mas capriche, hein.

— Pode deixar, pode deixar. — Fabiano Mendes assentiu várias vezes.

Tomás recostou-se na cadeira, olhando para o velho:

Do lado, Benjamim Álvares respondeu imediatamente:

— Falou sim, eu ouvi! Posso testemunhar!

Luciano Morales acrescentou:

— Eu também! Eu ouvi, gerente Tomás. Não pode tratar as pessoas assim.

Tomás deu alguns passos à frente, parou diante de Fabiano Mendes:

— Humilhar? Hoje eu humilhei mesmo você, e aí? O que você vai fazer?

— Tomás! — Luciano Morales cerrou o punho, quase explodindo de raiva. — Não precisa ir tão longe!

Fabiano Mendes imediatamente se colocou à frente de Luciano Morales:

— Gerente Tomás, vamos conversar com calma, o que o senhor realmente quer?

Tomás o olhou com desprezo:

— O que eu quero? Só estou seguindo as regras da empresa. A empresa decidiu te demitir, o que eu posso fazer? É melhor você ir embora logo! Pare de criar confusão.

Benjamim Álvares já não se aguentava mais:

— Se desde o início você não pretendia ajudar o Mendes, por que pediu para ele limpar seu sapato? Você não passa de um capacho da empresa! Quem é você para humilhar os outros?

Ao ouvir a ofensa, Tomás ficou furioso:

— Benjamim Álvares, é melhor você tomar cuidado! Ou então vai embora junto com o Fabiano Mendes!

— Pois eu vou! Tomás, chega, não vou mais engolir isso! — Benjamim Álvares tirou o colete e o jogou no chão.

— Eu também não fico! — Luciano Morales também tirou o colete e jogou no chão. — Tomás, você ainda vai pagar por isso.

Vendo os dois companheiros perderem o emprego por sua causa, Fabiano Mendes tentou impedir:

— Morales, Facundo, por favor, não façam besteira por minha causa.