O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 147

— Sim, vamos entrar, vamos conversar lá dentro. — Marcela esforçou-se para conter as lágrimas, segurou o braço de Eloísa Gomes e as duas caminharam juntas para dentro da casa.

O mordomo já havia preparado café e alguns doces típicos.

Eram todas especialidades de Cidade Capital.

Eloísa Gomes e Açucena Chávez não visitavam Cidade Capital há muitos anos. Era natural que aproveitassem para provar os sabores locais.

Depois de algum tempo, ao perceber que as duas senhoras já haviam se acalmado, Açucena Chávez sugeriu:

— Mãe, por que não pedimos à tia para nos levar até o cunhado?

A principal razão da viagem, além de visitar Marcela, era ver Álvaro Solano.

Eloísa Gomes assentiu com a cabeça.

Marcela se levantou da cadeira:

— Queridas, venham comigo.

Álvaro Solano morava em um pequeno anexo, separado do restante da casa.

O quarto dele era o mesmo onde, tempos atrás, viveu com Valentina Gomes, sua esposa.

Naquele cômodo havia a foto do casamento deles, um retrato de Amélia Solano recém-nascida, e até hoje permanecia ali o berço onde Amélia dormia.

Até o ursinho de pelúcia continuava no mesmo lugar.

O ambiente era acolhedor e transmitia uma sensação de aconchego.

Assim que entraram, Eloísa Gomes e Açucena Chávez sentiram como se pudessem ver, diante dos olhos, a rotina feliz da família Álvaro Solano e Valentina Gomes.

Uma angústia silenciosa apertou seus peitos.

O nariz ardeu, os olhos marejaram novamente, e a emoção, que parecia controlada, voltou a tomar conta das duas.

Marcela se aproximou da cama:

— Álvaro, sua mãe e sua cunhada vieram te visitar.

Álvaro Solano estava deitado.

Não reagiu.

Lágrimas voltaram aos olhos de Eloísa Gomes. Ela segurou a mão do filho:

— Álvaro, meu filho, você precisa melhorar logo. Só quando você ficar bem é que vou descobrir quem causou toda essa tragédia! Prometo que vou fazer justiça por vocês três. Aqueles que lhes fizeram mal não terão paz!

Era exatamente o que Marcela pensava.

Eloísa Gomes nunca acreditou que o acidente de carro que destruiu a família da filha e do genro tivesse sido uma fatalidade.

Álvaro Solano fora o único sobrevivente.

Somente ele, ao acordar, poderia revelar a verdade.

Luna Solano estava ali ao lado, com um olhar rápido e fugaz. Então, entregou um lenço a Eloísa Gomes:

— Senhora, não fique tão triste. Se aquele acidente realmente foi provocado, acredito que, mais cedo ou mais tarde, os culpados serão punidos e pagarão pelo que fizeram.

— Mãe, você acredita mesmo que o acidente do tio foi provocado?

Luna Solano estreitou os olhos:

— Nem a polícia encontrou provas disso. Isso é só uma maneira de eles encontrarem algum conforto.

Alexandra apertou o braço da mãe e sorriu:

— Ainda bem que você e o papai não estavam naquele carro naquele dia. Se não, quem teria sofrido o acidente seríamos nós três.

No rosto de Luna Solano não se via emoção alguma. Ela respondeu:

— Cada um tem seu destino. Talvez o destino do seu tio e da sua tia fosse apenas passar por esse mundo, sem deixar nem levar nada.

Já a família delas estava destinada a prosperar e ninguém tiraria o que era seu por direito.

Esse pensamento fez o olhar de Luna Solano se tornar ainda mais firme.

— Exato, cada um tem o seu destino. Ninguém sabe o que o futuro reserva, como aconteceu com a nossa família — disse Alexandra, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Amélia Solano deveria ser a herdeira da família Solano, mas agora tudo mudou.

Agora, ela era a herdeira da família Solano, uma mulher destinada à grandeza.

Amélia Solano não passava de uma lembrança.

Assim que Marcela partisse, ela mudaria o nome do Grupo Solano para Grupo Garza.

No início, ainda hesitava em fazer isso por consideração à mãe.