O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 16

— Senhora, estou à disposição. Pode falar — a voz respeitosa da assistente soou do outro lado da linha.

Montserrate respondeu sem hesitar:

— Agende para mim um professor de natação. Assim que eu sair do hospital, começo as aulas.

Professor de natação?

— Professor de natação? Senhora, a senhora... a senhora vai aprender a nadar? — A assistente parecia não acreditar no que acabara de ouvir.

Que senhora, já com mais de setenta anos, resolve aprender a nadar?

— Isso mesmo! Eu quero aprender a nadar — Montserrate afirmou com a mesma convicção de alguém que decidira mudar de vida.

Ela era uma sogra compreensiva. Pensava que, se um dia caísse na água junto com a nora, seria capaz de se salvar sozinha.

E não só seria capaz de sair sozinha, como também poderia resgatar sua querida nora.

Sim!

Ela era incrível!

A melhor do universo!

A família Ayala ter uma nora como ela era uma verdadeira bênção dos céus!

Israel Ayala ter uma mãe assim era como ganhar na loteria cósmica!

Depois de desligar o telefone, Montserrate ligou para Israel Ayala. Sem dar chance dele falar, a senhora disparou:

— Seu cabeça-dura, escute aqui! Ter uma mãe como eu é sorte de outra vida pra você! Você deve ter feito muita coisa boa nas encarnações passadas!

Depois de dar esse sermão em Israel Ayala, Montserrate desligou a ligação, sem permitir que o filho dissesse uma palavra sequer.

Dentro do carro, Israel Ayala ficou perplexo:

— O que foi isso agora?

Ao mesmo tempo...

Vruumm—

O motorista pisou no freio e virou-se respeitosamente:

— Senhor Ayala, senhor Arrieta, chegamos.

Estevão Arrieta foi o primeiro a descer.

— Tio, vou entrar primeiro.

— Certo — Israel Ayala assentiu levemente.

O carro havia parado em frente a uma mansão imponente.

Ali era a residência de Germano Hidalgo, o maior curandeiro da Cidade Capital.

Germano Hidalgo era discípulo da escola Sábio Médico, famoso por curar até os casos mais impossíveis. Não era fácil conseguir uma consulta com ele.

Estevão Arrieta gastou uma pequena fortuna para conseguir um horário às três da tarde naquele dia.

Assim que entraram na mansão, viram na parede uma coleção de faixas e homenagens de pacientes agradecidos.

Foram conduzidos ao consultório.

Estevão Arrieta tirou a receita de remédios e a entregou a Germano Hidalgo:

— Doutor, poderia verificar se essa prescrição está correta?

Ao ouvir isso, os olhos de Estevão Arrieta brilharam.

Ele já havia dito a Israel Ayala que aquela garota estranha do elevador era uma charlatã!

Mas Israel Ayala insistia em não acreditar.

De todo modo, o doutor Hidalgo realmente parecia saber o que fazia.

Afinal, no hospital, Israel Ayala passou por vários exames e só então descobriram a causa do problema.

Já com o doutor Hidalgo, bastou um exame simples de pulso para que ele acertasse o diagnóstico detalhadamente!

Estevão Arrieta conteve o espanto e continuou:

— Doutor Hidalgo, tem certeza de que só precisamos de medicamentos para baixar esse calor? Nada mais?

— Sim — Germano Hidalgo confirmou com a cabeça.

— Mas quem receitou esse remédio disse que meu tio está com esgotamento de energia e fluidos e, se não tomar logo o remédio, pode desmaiar em até três dias! Disse que seria grave!

Germano Hidalgo franziu a testa:

— Que absurdo! Quem prescreveu isso não entende nada. O esgotamento de energia causa frio e calafrios, mas o senhor Ayala apresenta sintomas exatamente opostos! Eu, Germano Hidalgo, dediquei a vida à medicina. Não confundiria sintomas tão básicos!

Germano Hidalgo era tolerante com muitas coisas, menos com dúvidas sobre sua competência.

Afinal, era um dos herdeiros da tradição de Hipócrates!

Dirigiu-se então a Israel Ayala:

— Senhor Ayala, não acredite nessas histórias de que desmaiará em três dias. Se isso acontecer, eu, Germano Hidalgo, escrevo meu nome ao contrário!

— Além disso, essa receita é prejudicial ao corpo. Se tomar, ficará doente mesmo estando saudável. Esse charlatão não passa de um irresponsável!