O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 222

— Que chato, estou só falando a verdade, poxa! — Estevão Arrieta comentou com aquele jeitinho atrevido, começando a imitar o jeito manhoso de uma garota — Tio, o senhor é mesmo impossível... Fica aí fazendo cara de quem não liga, mas na verdade se importa sim, né? Acha mesmo que desse jeito vai afastar todo mundo?

Israel Ayala ficou em silêncio.

Será que todo mundo precisava mesmo de orelhas para ouvir certas coisas?

—

Em outro lugar.

Cidade Capital.

Família Solano.

Inês Delgado tinha vindo à Cidade Capital para uma reunião de dois dias.

Mas, por causa de alguns imprevistos, acabou ficando mais de três meses.

Aproveitando a estadia, ela passou a visitar Marcela sempre que podia, fazendo-lhe companhia e conversando.

Naquele momento, Inês Delgado e Marcela passeavam pelo jardim dos fundos.

O inverno era tempo de tudo se recolher, de a natureza se calar.

Mas, no jardim, as ameixeiras estavam em plena floração, com flores vermelhas tão intensas quanto o fogo.

Marcela caminhava de braço dado com Inês Delgado, olhando as flores espalhadas pelo jardim, perdida em pensamentos. Sorrindo, perguntou:

— Inês, você gosta das ameixeiras?

— São consideradas símbolo de resistência, não é? Claro que gosto — respondeu Inês Delgado — Mas, para ser sincera, gosto ainda mais das ameixeiras verdes.

As ameixeiras verdes, discretas e elegantes, eram especialmente apreciadas pelos intelectuais.

Marcela prosseguiu:

— Lembro que a Ami adorava as ameixeiras vermelhas. Ela era só um bebê de dois meses, mas sempre que começava a chorar, eu pegava um ramo de ameixeira falsa e ela logo se acalmava.

Ao dizer isso, Marcela suspirou suavemente:

— Ainda guardo aquele ramo até hoje. Só espero que um dia a Ami volte para casa, para que eu possa contar a ela essas histórias da infância.

Com a chegada do fim do ano, a saudade de Marcela pela neta só aumentava.

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