O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 271

Com a ajuda do velho Fabiano Mendes, Marcela finalmente conseguiu se levantar do chão.

— Vovô Úrsula, não tenho palavras para agradecer o que fez. A partir de hoje, o senhor é o maior benfeitor da família Solano, e sempre será o avô da Úrsula! — declarou Marcela, com uma convicção que soava como promessa.

Mesmo que ela levasse Ami para a Cidade Capital, Fabiano Mendes iria junto.

Afinal, Fabiano Mendes tinha criado Úrsula Mendes desde pequena.

A família Solano jamais deixaria o velho Fabiano Mendes desamparado.

Fabiano Mendes apoiou Marcela até o sofá, onde a ajudou a se sentar.

Úrsula Mendes trouxe uma xícara de café quente.

— Vovó, tome um pouco de café para se acalmar.

Marcela aceitou a xícara, bebeu um gole, esforçando-se para se recompor. Olhou então para o velho Fabiano Mendes:

— Vovô Ami, ouvi dizer que, naquela época, quando o senhor encontrou Ami, ela estava caída em uma vala, coberta de sangue... O senhor pode me contar exatamente como foi que a encontrou?

Marcela não conseguia entender.

Por que sua neta querida apareceu tão distante, em um vale perdido, ensanguentada daquele jeito?

Sempre que ouvia a expressão “coberta de sangue”, Marcela sentia o peito apertar, quase sem ar.

Quem poderia ser capaz de algo assim?

Quem teria desejado destruir sua família?

Ding-dong, ding-dong—

Quando Fabiano Mendes se preparava para falar, o som da campainha interrompeu o silêncio.

Úrsula Mendes foi imediatamente abrir a porta.

Assim que abriu, deu de cara com uma multidão do lado de fora.

Na linha de frente, estava Eloísa Gomes.

Atrás dela, os oito tios da família Gomes, suas esposas e, logo em seguida, treze primos.

Mais de vinte pessoas ao todo.

Antes que Úrsula Mendes pudesse reagir, Eloísa Gomes a envolveu num abraço apertado.

— Ami, Ami, desde o primeiro momento em que te vi, soube que era você, minha Ami!

— Minha querida, finalmente te encontrei...

— Vovó... — Úrsula Mendes, que mal conseguira conter as lágrimas, voltou a chorar.

— Ami, sou seu tio mais velho! — anunciaram os tios e as tias da família Gomes, que se aproximaram cercando Úrsula.

— Eu sou o segundo tio!

— Eu sou a tia mais velha!

— Ami, sou o sétimo tio!

— Ami, sou o terceiro tio!

— ...

— E eu, Ami, sou o seu tio caçula! — Simão Gomes, com medo de não ser notado, pulou para chamar a atenção de Úrsula.

Finalmente tinham uma irmã. Não precisavam mais invejar quem tivesse uma.

O que antes era uma sala vazia, agora, com a chegada dos Gomes, ficou tomada de alegria.

Úrsula Mendes então fez as apresentações:

— Vovó, tios, tias, irmãos, este é meu avô.

Em seguida, voltou-se para o velho Fabiano Mendes:

— Vovô, esta é minha avó, estes são meus oito tios e tias, e estes são meus treze irmãos!

Eloísa Gomes correu até Fabiano Mendes, apertou sua mão com força.

— Vovô Ami, obrigada, obrigada por ter cuidado tão bem da nossa Ami.

Depois, virou-se para os filhos e netos:

— Crianças, vamos agradecer juntos ao vovô Ami.

Os tios e tias da família Gomes ficaram na frente, os treze netos atrás:

— Obrigado, vovô Ami!

O gesto de todos se curvando foi de uma solenidade impressionante.

— Não precisam agradecer, não precisam... — Fabiano Mendes, surpreso com tamanha demonstração de carinho, mal sabia como reagir. — No meu coração, Úrsula é como uma neta de verdade. Cuidar dela era o mínimo que eu podia fazer.

Eloísa Gomes continuou:

— Vovô Ami, há dezenove anos o senhor salvou a vida da nossa Ami. Agora, dezenove anos depois, o senhor é o nosso maior benfeitor. De hoje em diante, não será apenas o avô da Ami, mas também o avô dos nossos treze netos. Eles vão cuidar e honrar o senhor junto com a Ami, até o fim dos seus dias.