O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 311

Na verdade, as palavras de Úrsula Mendes já haviam deixado tudo bastante claro.

Marcela tinha dois filhos: um homem e uma mulher.

A filha havia se casado e saído de casa.

Numa situação dessas, se algo acontecesse com Álvaro Solano, não era difícil imaginar quem seria a beneficiada.

Assim que percebeu a resposta, o rosto de Marcela empalideceu. Ela olhou para Úrsula Mendes e perguntou:

— Úrsula, você... você está dizendo que foi sua tia?

— Sim — Úrsula assentiu levemente. — Há oitenta por cento de chance de ter sido ela.

Fora Luna Solano, Úrsula Mendes realmente não conseguia pensar em outra pessoa.

Ao ouvir a resposta da neta, os olhos de Marcela se encheram de lágrimas.

— Não, não pode ser! Sua tia e seu pai são irmãos de sangue! Eles têm apenas quatro anos de diferença, cresceram juntos, sempre foram muito próximos! Sua tia sempre foi bondosa, cuidou do seu pai, cuidou de mim, fez tudo com dedicação e carinho. Como ela faria algo assim contra ele? Não, não pode ser, não pode ser...

Marcela não queria nem cogitar essa possibilidade.

Afinal, era sua própria filha!

Quando Marcela deu à luz Luna Solano, passou por uma situação bastante difícil, quase perdeu a vida, foram dois dias e duas noites de sofrimento até conseguir trazer Luna ao mundo.

Por isso, Marcela sempre teve um carinho especial por essa filha.

Mesmo depois que Luna se casou, continuou morando na casa da mãe, que ainda apoiava financeiramente o genro nos negócios.

Como Luna Solano poderia fazer algo desse tipo?

— Deve ter sido alguém da família do outro lado, não sua tia...

Ao perceber que Marcela estava prestes a perder o controle emocional, Úrsula Mendes a amparou, ajudando-a a se sentar na cadeira.

— Vovó, acalme-se um pouco.

Marcela segurou firme a mão de Úrsula Mendes.

— Ami, vamos chamar a polícia! Vamos denunciar, deixar que eles resolvam tudo!

Se realmente tivesse sido a filha, certamente a polícia encontraria provas. E se não tivesse sido, a polícia também poderia provar a inocência dela.

Para uma mãe, não havia outra solução.

— Não podemos — Úrsula balançou a cabeça suavemente. — Vovó, ainda não temos a principal prova. Se denunciarmos agora, só vamos alertar quem fez isso. Meu pai está completamente indefeso, e nós não temos como ficar vigiando-o dia e noite. Não só não podemos denunciar, como não podemos deixar escapar nenhuma pista. Vamos esperar até meu pai acordar, e aí decidiremos o que fazer.

Ao ouvir a explicação da neta, Marcela achou que fazia sentido.

— Está bem, Ami, a vovó faz tudo do jeito que você mandar!

Úrsula Mendes falou com seriedade: