O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 415

【Blanqui, desculpe, amanhã de manhã tenho um compromisso e talvez não consiga ir ao parque. Você tem tempo depois de amanhã? Podemos marcar para levar as duas crianças para se encontrarem.】

O sorriso no rosto de Israel Ayala desapareceu imediatamente, transformando-o em outra pessoa, quase irreconhecível.

Por que depois de amanhã?

Para onde Úrsula Mendes vai amanhã?

Israel Ayala respondeu rapidamente:

【Depois de amanhã está ótimo, combinamos então.】

【Certo.】

À noite.

Israel Ayala teve um pesadelo.

No meio da madrugada, acordou assustado, com o suor frio escorrendo pela testa.

Enxugou a testa com a mão, pegou o celular ao lado do travesseiro e abriu o navegador para pesquisar.

【Sonhei que uma amiga comum estava com outro homem. O que isso significa?】

【Sonhamos com o que pensamos durante o dia, irmão, será que você está apaixonado por ela?】

【Não significa nada demais, talvez os dois realmente estejam se interessando.】

【Parabéns, talvez sua amiga esteja prestes a arrumar um namorado.】

【......】

Lendo essas respostas, Israel Ayala franziu as sobrancelhas com preocupação.

Com Bryan Vasques?

Úrsula Mendes não teria um gosto tão duvidoso assim, teria?

Deixa pra lá!

Melhor parar de pensar nisso.

O que Úrsula Mendes faz ou deixa de fazer não é problema dele.

Israel Ayala desligou o celular e tentou dormir novamente.

Um minuto depois.

Sentou-se na cama de novo, pegou o celular e voltou a olhar as respostas da pesquisa.

Depois de um tempo, sua expressão foi relaxando, até que resolveu presentear uma das respostas com 100 moedas de ouro.

Uma moeda de ouro equivalia a um real.

A resposta era:

【Não se preocupe, os sonhos costumam ser o contrário do que se imagina.】

Na manhã seguinte.

Israel Ayala tomou café da manhã e saiu para o trabalho.

Assim que chegou à porta da garagem, foi surpreendido por uma figura.

— Israel...

Israel Ayala parou.

Era Beatriz Quiroz.

Beatriz Quiroz, que o perseguia havia quase vinte anos. Desde pequena gostava de Israel Ayala; quando a família Ayala se mudou para a Cidade A, ela também se mudou; quando a família voltou, ela voltou junto.

Israel Ayala sempre foi de negar suas vontades. Quando criança, dizia não gostar de doces, mesmo adorando. Antes de adotar Blanqui, dizia que não gostava de gatos e que nunca teria um em casa, mas acabou criando um e tratando como filho.

Por isso, Beatriz Quiroz insistia há tantos anos.

Mesmo sendo rejeitada, sempre acreditou que Israel Ayala gostava dela, mas era tímido demais para admitir, sempre dizendo o contrário do que sentia.

Ela era bonita, cresceram juntos, tinham uma ligação de infância. Israel Ayala era um homem normal, não havia razão para não gostar dela.

O mais importante: Israel Ayala nunca teve namorada, nem mesmo um caso.

Beatriz Quiroz acreditava que os dois eram destinados um ao outro.

Ela se guardava para ele.

E ele, para ela.

Pensando nisso, Beatriz Quiroz segurou a manga da camisa de Israel Ayala.

Ele, porém, desviou rapidamente, as sobrancelhas franzidas:

— Você não merece que eu invente mentiras, Beatriz Quiroz. Por favor, respeite-se.

Os olhos de Beatriz Quiroz ficaram vermelhos, o rosto tomado pela tristeza, chorando de forma comovente:

— Israel, não minta para mim...

— Você é uma galinha? — interrompeu de repente a voz de Montserrate, surgindo do nada.

Beatriz Quiroz olhou, confusa, para Montserrate.

— Dona Montserrate...

Montserrate apertou os olhos, sem a menor intenção de poupar Beatriz Quiroz:

— Você cacareja o dia inteiro! Quem não te conhece pode até confundir com uma galinha velha! Beatriz, querida, não é por nada não, mas uma moça precisa ter um mínimo de vergonha. Israel já tem alguém de quem gosta. Pare de persegui-lo, senão minha futura nora vai acabar desconfiando!