O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 618

Ela sabia. Como aquela caipira da Úrsula Mendes poderia ter habilidades médicas tão avançadas?

Luna Solano escondeu a expressão em seus olhos e, fingindo preocupação, correu para o quarto, chorando.

— Álvaro! Álvaro, você finalmente acordou! Sua irmã finalmente esperou por este dia!

— Você não sabe o quanto sua irmã sentiu sua falta todos esses anos.

— Sua irmã rezava todos os dias para que você acordasse logo.

Luna Solano chorava cada vez mais, até que sua voz ficou rouca, parecendo a irmã perfeita.

No final do choro, Luna Solano não se esqueceu de olhar para Alexandra Garza.

— Ale! Vá fechar a porta!

Afinal, Álvaro Solano era o patriarca da família Solano, e sua imagem enlouquecida não podia ser vista por estranhos.

— Sim, mãe.

Alexandra Garza assentiu, dispensou os outros empregados do quarto, fechou todas as portas e só então voltou a entrar.

Ao ouvir a voz de Luna Solano, Álvaro Solano se virou para olhá-la. Seus olhos estavam vermelhos como sangue, e as memórias confusas pareceram se encaixar de repente. Ele segurou a cabeça e soltou um grito.

— Aaaah!!!

Luna Solano se assustou com aquele Álvaro Solano, ou melhor, com o olhar dele. Naquele instante, os olhos de Álvaro Solano se tornaram incrivelmente claros, como uma espada afiada, capaz de perfurar qualquer disfarce e encarar a alma.

Mas logo, Luna Solano se acalmou.

Álvaro Solano era apenas um homem à beira da morte.

O que havia para temer em um homem prestes a morrer?

Nesta vida.

Álvaro Solano só serviria de trampolim para ela.

E sua filha só serviria de trampolim para Alexandra Garza.

Em breve.

A família Solano mudaria de nome!

Luna Solano, como uma cobra venenosa no esgoto, escondeu perfeitamente seu lado mais perverso. Ainda com a aparência de uma boa irmã, ela se aproximou da cama, abraçou Álvaro Solano e chorou copiosamente.

— Álvaro, Álvaro, o que foi? Você está sentindo alguma dor? Conte para sua irmã.

— Se eu pudesse, eu assumiria essa dor por você. Todos esses anos, eu me culpei. Por que não fui eu quem sofreu o acidente de carro?

Marcela olhou para Luna Solano, com os olhos cheios de emoção.

Felizmente.

Felizmente, ela sempre confiou em sua filha.

E sua filha não a decepcionou.

Agora, parecia claro que sua filha não era a culpada por trás do mal causado a seu filho e nora.

Abraçado por Luna Solano, Álvaro Solano de repente revirou os olhos e desmaiou.

Vendo Álvaro Solano desmaiar, Luna Solano disse, nervosa:

— Álvaro! Álvaro, você está bem? Abra os olhos e olhe para sua irmã!

— Álvaro!

Dizendo isso, Luna Solano olhou para Úrsula Mendes ao lado.

— Ami! O que aconteceu com seu pai? Venha ver!

Úrsula Mendes, calmamente, pegou uma agulha de ouro e a inseriu no ponto de acupuntura do ombro de Álvaro Solano.

Este ponto tinha a função de desintoxicar.

Assim que a agulha de ouro foi inserida, ela começou a escurecer.

Luna Solano estava tão ansiosa que sua voz tremia.

— Ami, Ami, seu pai não estava bem? Por que ele desmaiou?

— Porque meu pai foi envenenado. — A voz de Úrsula Mendes era fria. — A razão pela qual ele ficou deitado na cama por mais de vinte anos não foi o acidente de carro, mas alguém que adicionou um ingrediente extra em seu remédio!

Brincando.

Com certeza era uma brincadeira!

Marcela não conseguia aceitar um golpe como esse.

Seu filho tinha acabado de acordar.

Eles nem tiveram a chance de conversar.

Úrsula Mendes respirou fundo, e sua voz ficou rouca.

— Vovó, desculpe. Eu a decepcionei.

Nesse instante, Marcela mal conseguia respirar.

Por quê?

Por que o destino a tratava assim?

Vinte anos.

Ela esperou por vinte anos!

E, no final, tudo foi em vão.

As lágrimas escorreram dos olhos de Marcela, como pérolas de um colar quebrado.

A força de Marcela pareceu ser drenada de uma vez. Suas pernas fraquejaram e ela caiu de joelhos ao lado da cama, segurando a mão de Álvaro Solano e chorando.

— Álvaro, Álvaro, abra os olhos e olhe para a mamãe, por favor.

— Álvaro, meu filho!

— Meu filho!

— Se algo acontecer com você, a mamãe também não quer mais viver.

— Álvaro!