O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 80

Alexandra Garza nunca conseguiu aceitar o comportamento da senhora Marcela. Para ela, era evidente o favoritismo da idosa.

Afinal, era Alexandra quem sempre esteve ao lado de Marcela, cumprindo todos os deveres de neta.

Mesmo assim, Marcela vivia pensando naquela Amélia Solano, que jamais sequer aparecera, e ainda a chamava carinhosamente de Ami!

O mais revoltante era que Marcela nunca lhe dirigira um apelido carinhoso.

Nem quando Alexandra ficou em primeiro lugar na turma, Marcela a chamou de "meu tesouro". Limitava-se a pronunciar seu nome, com frieza.

Ainda dizia que Amélia Solano era a verdadeira herdeira do Grupo Solano, mas, até onde Alexandra sabia, era ela quem realmente trabalhava para a empresa há anos. Amélia Solano sequer dera as caras.

Se era para falar em herdeira, esse título devia ser dela!

Que mérito tinha Amélia Solano para tomar o que era seu por direito?

Luna Solano olhou ao redor, abaixou a voz e disse:

— Para sua avó, Amélia Solano não passa de uma lembrança vaga. Se fosse para encontrá-la, já teriam conseguido. Não iam esperar até agora.

Se aquela criança estivesse viva...

Valentina Gomes também estaria.

Mas, depois de tantos anos, Valentina Gomes nunca deu sinal de vida.

Além disso, nas condições em que tudo aconteceu, como aquela menina poderia ter sobrevivido?

No fundo, Marcela apenas tentava se enganar!

Portanto, a herdeira da família Solano só poderia ser sua filha, Alexandra Garza.

Alexandra apertou os olhos, desconfiada:

— Mãe, será que realmente não conseguem encontrar Amélia Solano?

Luna lançou mais um olhar cuidadoso ao redor:

— Quando tudo aconteceu, Amélia Solano tinha só três meses. Em um lugar tão afastado, é provável que algum animal selvagem tenha dado fim àquela história. Não tem como encontrá-la! Sempre digo para sua avó que ainda há esperança, mas é só para confortá-la.

Alexandra abaixou ainda mais a voz:

— Mas mesmo que não encontrem Amélia, e se o tio acordar? Se isso acontecer...

Ao final da frase, Alexandra sentiu o peito apertar de ansiedade, temendo que aquilo que julgava ser seu acabasse nas mãos de outra pessoa.

— Também gostaria que seu tio acordasse, mas se fosse para acontecer, já teria acontecido, não acha? — Luna ajeitou a roupa amarrotada da filha. — O importante é você se dedicar ao trabalho no Grupo, Ale, e aguardar o momento certo para assumir o comando. Não se preocupe tanto.

Alexandra concordou, convencida:

— Mãe, então vou para o meu quarto.

— Vá, sim. — Luna acenou com a cabeça, acompanhando a filha com o olhar. — Daqui a pouco peço para a Belém preparar um pouco de sobremesa para você.

Ao ver a filha se afastando, Luna sentiu-se tomada por satisfação.

Sua filha, além de bonita, era extremamente competente, admirada por todos no Grupo Solano. Não tinha dúvidas de que, no futuro, Alexandra assumiria com êxito os negócios da família!

**

Em outro canto da cidade.

Cidade A.

Rafael Lozano esperava havia horas na cafeteria, até que o gerente se aproximou, avisando:

— Senhor Lozano, já passa da meia-noite.

Rafael pegou o celular.

Só então percebeu o quanto o tempo havia passado.

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