O SÓCIO DO MEU MARIDO romance Capítulo 30

Alicia Rogers narrando

Ela me olha com raiva, eu sei que Sonia ela não queria apenas me expulsar da vida de Jonas, mas também da vida de Maria Alice, durante esses oito anos eu engoli tudo que ela me dizia e fiquei quieta, eu nunca tinha falado nada para ela. Só que agora com esse contrato acabando, eu não poderia mais me manter calada com tanta injustiça.

Eu sou a vagabunda por trair Jonas sendo que a gente nunca teve um casamento de verdade, apenas um contrato assinado para viver de aparência e ele passou todos os anos me traindo com diversas mulheres, enquanto eu o esperava chegar todas as noites com esperança de que um dia ele iria querer ter um relacionamento de verdade.

A verdade é que eu fiquei cada vez mais carente com toda essa situação, mais vulnerável e ele se aproveitou disso, meu pai doente, a minha gravidez, a chegada da Maria Alice, tudo fez o meu mundo virar de cabeça para baixo, mas agora eu não queria aguentar mais nada calada e se Mateus está me fazendo feliz eu iria continuar com ele até o final desse contrato.

- Você não pode arruinar a vida do pai da sua filha – ela fala.

- Por causa do dinheiro? Dinheiro não é tudo dona Sonia, meu pai me criou sozinha, trabalhando na empresa do seu filho e ganhando um pouco mais que um salário-mínimo e a gente sempre teve uma vida digna, nunca faltou nada para mim, porque o mais importante eu tive amor, carinho e educação. – ela me olha – Jonas é um ótimo pai, não podemos negar. Só que mesmo assim ele coloca as empresas dele em primeiro lugar, seu filho não é feliz e a senhora sabe disso, se ele fosse feliz por que ele precisaria de uma esposa para se casar por contrato? Por que ele não se daria o luxo de se apaixonar por alguém de verdade? Eu sei que a senhora tem raiva de mim por causa disso, porque seu filho vive de aparências.

Ela me olha em silêncio.

- Eu sempre achei que você sentia algo por ele, mas me enganei – ela fala.

- Como vou sentir algo por alguém que só me machuca – eu falo – eu não quero o mal de Jonas, mas eu quero ser feliz. Eu estou a oito anos vivendo como ele quer que eu viva, nem eu e nem ele somos felizes, a gente faz tudo por obrigação e isso vem matando ambos. Então, eu não quero discutir mais isso com você e nem que Jonas saiba o que está acontecendo entre mim e Mateus, da mesma forma que a senhora me ameaça eu também ameaço a senhora. Jonas destrói a minha vida e os meus sentimentos todos os dias, eu não vou ter pena de fazer o mesmo com ele.

Ela olha para Ana que me encara em silêncio.

- Fique tranquila – ela fala – nós duas não vamos falar nada – Sonia suspira e continua falando – Só continue o que vocês tem as escondidas e de preferência fora dessa galeria porque aqui é muito visado e até mesmo Jonas pode pegar vocês aqui.

Ela sai da sala junto de Ana e eu tranco a porta e encosto a minha cabeça na porta, eu deixo as lagrimas descer e sinto as mãos de Mateus sobre o meu ombro.

- Eu sinto muito por tudo, eu jamais imaginei que você passava tudo isso em seu casamento, que era muito pior – ele fala – realmente eu queria ter te conhecido a oito anos atrás e ter te livrado desse destino cruel.

- Eu tenho uma filha com ele, você tem noção disso? Eu jamais vou me livrar do Jonas, eu sinto que não vou conseguir sair tão fácil desse casamento – eu falo – e se eu tentar sair, ele vai me ameaçar, dizer que vai pedir a guarda dela e eu posso sair sem ela, que juiz vai me dar a guarda para uma mãe que não tem nada? – eu viro para ele – eu teria que começar a trabalhar, ganhar dinheiro, arrumar uma casa para  conseguir ganhar  aguarda dela e até lá eu ficaria sem minha filha, eu não vou suportar ficar sem ela.

- Eu vou te ajudar – ele fala – até esse contrato acabar você vai ter a sua dependência financeira e vai poder sair com a sua filha sem que ele te ameace, porque juiz nenhum tira a guarda de uma mãe se ela não for drogada, não tiver problemas psicológicos e não tiver renunciado ao próprio filho. Então você não vai ficar sem a Maria Alice, eu te dou a minha palavra que vou te ajudar.

- Obrigada – eu falo abraçando-o.

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