O Vício de Amor romance Capítulo 194

- Sim - Natália respondeu sem pensar.

Seria bom para sua loja se ela pudesse convencer aquele mestre a voltar para Belo Mato com ela.

Além disso, ela também queria resolver as coisas aqui o mais rápido possível e depois voltar com seus dois filhos.

- Tudo bem, então, vou tratar disso - Luiz disse com um sorriso.

A cara de Jorge ficou séria.

Durante o jantar, ele nem sequer alimentou bem. Se não fosse pelas duas crianças e pelo fato de que ele não queria Luiz descobrisse que a relação dele com Natália não era tão íntima quanto a de um casal normal, ele teria levado Natália embora.

Depois do jantar, Luiz olhou para Jorge:

- Obrigado por sua hospitalidade hoje, Sr. Jorge.

Jorge lhe deu um olhar frio:

- De nada.

Luiz havia notado, há algum tempo, que Jorge já estava descontente, desde o momento em que Natália havia concordado em visitar o mestre que fazia cetim Charmeuse. Então, para o irritar ainda mais, ele olhou para Natália e disse:

- Venho buscar você no hotel, amanhã de manhã.

Enquanto falava, deu uma olhada para os pés dela:

- Use sapatos casuais amanhã. Aquele mestre vive num local afastado e os caminhos não são muito planos.

- Tudo bem. - Natália não disse nada de agradecimento, porque sentia que as palavras dele eram um pouco deliberadas. Ela se virou para olhar para Jorge e, como esperado, sua cara parecia ainda mais sombria do que antes.

Era óbvio que Luiz tinha dito essas palavras de propósito.

- Mamãe, quero um abraço - Mariana estendeu os dois braços para pedir um abraço à Natália.

Jorge a agarrou pela cintura:

- O papai vai abraçar você.

Natália tinha um ferimento nos pés e ele não tinha a certeza se era grave ou não.

Mariana fez um beicinho com a boca:

- Quero o abraço da mamãe.

Ela não via Natália há muito tempo e queria seus mimos.

- Fique quieta - Jorge beijou a testa da filha:

- Quando voltarmos, vou comprar doces para você.

- Sério? - Mariana inclinou a cabeça.

- Sim.

- Tudo bem, vou deixar o papai me abraçar, mas quero dormir com a mamãe.

Matheus pegou a mão de Natália, deu uma olhada para Jorge e disse:

- Mamãe, também quero dormir com você à noite.

Jorge ficou sem palavras.

Natália não hesitou em concordar:

- Está bem.

Depois de estar separada dos dois filhos por tanto tempo, ela também sentia falta deles.

De volta ao andar de cima, Natália ajudou os filhos a tomar banho e trocar de roupas, depois rolaram e brincaram na cama, de pijamas.

Natália se lavou e usou o roupão do hotel, porque não tinha as roupas dela ali.

- Mamãe.

Quando viram Natália sair, as duas crianças saltaram aos braços de Natália e os três se abraçaram. Mariana levantou a cabeça e disse:

- Mamãe, quando você brincar de esconde-esconde no futuro, não se esqueça de me levar com você, não quero ser separada da mamãe outra vez.

Natália abraçou a filha com força e prometeu que nunca mais os deixaria de novo.

Fora do quarto, no fundo do corredor, Jorge estava em frente duma janela francesa, que dava para a beira rio. O brilho fraco das luzes iluminava seu rosto e sua silhueta se refletia no vidro, parecendo sombria e indistinta. Suas costas eram direitas e largas e sua cintura era estreita, sem nenhuma gordura, tal como a linha de seus quadris, que era proporcional e erguida.

Com uma mão no bolso e a outra desabotoando sua camisa, ele perguntou, de modo indiferente:

- Não há paradeiro dele?

Vanderlei balançou a cabeça:

- Não, acho que ele deva ter se escondido. Se ele quer viver em paz, deveria sair daqui. Se ele tem rancor, temo que ele vá esperar por uma oportunidade para se vingar.

O fato de eles não terem o paradeiro de Anderson era como uma bomba-relógio, não sabendo quando é que ele apareceria.

Eles não podiam ter esta pessoa de perto.

- Não temos muito pessoal aqui. Vá mandar duas pessoas para descobrir o paradeiro dele e deixe o resto ficar. - Não podia faltar pessoal para proteger as duas crianças e Natália.

- Tudo bem, vou cuidar disso agora - Vanderlei se virou e foi tratar disso.

Jorge ficou sozinho na janela, como se estivesse contemplando alguma coisa. Passado algum tempo, pegou o celular e ligou para Lucas, pedindo para investigar sobre Luiz e o Grupo Lemann, sob sua administração. No outro lado da linha, Lucas deu a resposta positiva.

Depois de desligar a chamada, Jorge voltou para o quarto.

Abrindo a porta, ele percebeu que estava acesa apenas uma luz fraca e estava silêncio no quarto.

As duas crianças estavam cansadas de tanto brincar e adormeceram, nos braços de Natália.

Temendo que eles não pudessem dormir bem, ela apagou as luzes, deixando apenas uma lâmpada de cabeceira com luz fraca.

Fechando a porta, Jorge entrou no quarto e ficou de pé na cama.

Natália se encostava à cabeceira da cama, com seu corpo meio virado. As cabeças das duas crianças se deitavam num braço dela, com Mariana mais perto do seu corpo e as pequenas mãos da menina tocando o peito de Natália.

Este era o hábito de Mariana.

Jorge se abaixou e levantou um canto do cobertor, fazendo com que os pés de Natália fossem expostos. Ela não estava adormecendo e, ao sentir frio, encolheu os pés, por instinto, depois abriu os olhos devagar e viu Jorge, parado na cabeceira da cama. Ela tentou se sentar, mas as duas crianças estavam deitadas no seu braço e ela não ousava se mexer muito, com medo de os acordar, então, ela perguntou baixinho:

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