O Vício de Amor romance Capítulo 212

Um homem estava sentado no sofá de frente em terno e sapatos bem arrumados, com o rosto limpo, além de um leve perfume após o duche, separando-se completamente da imagem arrasada da última noite.

Sônia ficou nervosa de imediato. Apesar de saber a identidade dele, ela nunca tinha olhado o homem assim face a face bem acordadamente.

Por um momento, ela não soube para onde ver, nem se atreveu a olhar para ele. Ela se levantou do sofá e descobriu que o cobertor, que tinha deixado com ele na última noite, passou a ficar em cima de corpo dela.

Sônia abaixou a cabeça:

- Você, você se recuperou da embriaguez.

Angelo respondeu que sim em voz apática.

Sônia se levantou apressadamente. Com o movimento rápido demais, ela foi tropeçada com o pé chocado na perna de mesa e caiu no sofá de novo, de forma bastante perturbada:

- Eu arrumo isso agora mesmo.

- Não tenha medo de mim. - Angelo se levantou, percebendo a nervosidade de Sônia ao vê-lo. Essa relação embaraçada era realmente desconfortável. Ele também não estava acostumado com o aparecimento repentino dessa mulher em casa.

- Já que você foi levada por ela, fica tranquila ao morar aqui. Caso precise alguma coisa, pode falar comigo também. Se achar aborrecido ficar cá, pode sair, mas não espero que ninguém saiba a relação entre nós.

Sônia abaixou os olhos:

- Eu sei.

Depois de dizer isso, Angelo foi embora, ao invés de permanecer para tomar o café da manhã.

A partir daquele dia, Angelo voltou todas as noites, mas não dormiu no mesmo quarto com ela. Ele descansava no quarto hospitaleiro lá embaixo.

Sônia só tomou o conhecimento mais tarde de que ele voltou todos os dias para Terezinha ver.

Porém, ela estava livre na parte do dia. Para não desperdiçar o tempo, Sônia decidiu procurar algo para fazer lá fora, assim não sentiria o aborrecimento.

Ela tem diploma acadêmica. Apesar de não ter experiência de trabalho, era fácil encontrar um emprego de escriturária.

Com a entrevista passada, ela começou a ir ao trabalho e assim passou mais de dois meses.

Como Angelo voltava tarde e descansava lá embaixo, os dois quase não se encontraram.

A vida dela estava bastante cheia e concreta. Ela ficava ocupada no trabalho e estudava depois de voltar para casa. Após o jantar, ela fazia pesquisas no seu quarto. Qualquer coisa que a deixava confusa na empresa, ela ia notá-la para estudar depois.

Esse dia, ela fez o roteiro cotidiano: depois de voltar de trabalho e jantar, ela tomou banho e fez pesquisas na cama.

Enquanto ela estava focada em leitura, recebeu a chamada de Sérgio, o único com quem tinha o contato, bem como o único que sabia a situação dela.

Com o falecimento do pai, eis o único parente dela.

- Fabrício quer ver você.

Fabrício viajou ao estrangeiro. A empresa teve um novo projeto, em que precisava de introduzir uns equipamentos que não existiam em Santa Cruz. Portanto, ele tinha que voar ao exterior para comprar.

Como não correu muito bem, ele demorou um pouco mais de tempo e só soube o acontecimento tão grande na Família Mancini após a volta.

O mais importante foi que ele não encontrou Sônia, a namorada dele, a mulher que ele amava muito.

Ele foi à Família Mancini várias vezes, mas Sérgio recusou a visita dele, dizendo que não estava ciente da situação de Sônia.

Até que deixou pronto o novo projeto da empresa, ele visitou a Família Mancini de novo. Esta vez, ele se viu bastante firme. Se Sérgio não lhe contasse onde estava Sônia, ele não sairia. Por onde que Sérgio fosse, ele sempre o seguiria.

Mesmo que Sérgio fosse ao banheiro, Fabrício não deixou de o seguir.

Sem jeito, Sérgio tinha que ligar para a irmã dele.

Ouvindo o nome de Fabrício, Sônia ficou tonta por muito tempo e desatou a chorar.

Ela não conseguiu controlar-se com imensa angústia.

- Vejo que ele ainda te ama...

- Quê amor é que ele tem por mim? - Sônia interrompeu Sérgio. Se ele se importasse com ela e a amasse, porque desapareceu no momento em que ela mais precisava dele, até cortou o contato com ela?

- Eu não quero ver ele. Não fala mais com ele. A nossa família não terá mais relações com os Lemann.

Depois de dizer isso, Sônia declinou a chamada.

- Você não ajudou Sônia quando ela te procurou no momento em que a Família Mancini encontrou dificuldades? - Fabrício a questionou com os olhos vermelhos.

Sra. Aparecida ficou um pouco confusa e passou a olhar para o filho com descontentamento:

- Você foi à Família Mancini de novo?

- Eu te perguntei, sim ou não! - Fabrício nunca falou com a mãe em voz tão alta. Esta vez, ele ficou realmente ansioso.

Ele não acreditava que sua mãe fosse aquele tipo de pessoa como Sérgio disse.

Sra. Aparecida se sentou no sofá e levantou a cabeça para o filho:

- Com o falecimento cedo de seu pai, eu tenho sustentado a Família Lemann sozinha até hoje. Você sabe quão difícil é isso? A dureza nessa…

- Estou te perguntando se Sônia veio te procurar! - Fabrício a interrompeu.

- Sim! - Sra. Aparecida também ficou chateada com a ansiedade dele por causa de uma mulher.

- Você ainda é homem, ainda é meu filho? É somente uma mulher, né? Você até me questionou por conta dela?

Fabrício parou no mesmo lugar como se fosse atingido por um relâmpago, incapaz de se recuperar por muito tempo. Ele entendeu finalmente:

- Você me mandou introduzir os equipamentos ao exterior de propósito?

Sra. Aparecida ficou silenciosa.

- Também foi seu plano jogar meu celular na água?

- O imprevisto que aconteceu comigo no estrangeiro é também porque você tinha mandado provocar problemas deliberadamente para adiar minha volta?

Fabrício jogou questionamentos um após outro.

Sra. Aparecida não negou:

- Isso. Naquele dia do aniversário de Sônia, eu recebi a chamada de Sérgio quando você voltou, dizendo que o pai dele faleceu. Na Família Mancini, somente José tem alguma capacidade. Com a morte dele, ninguém sabe como vai ser a Família Mancini. Portanto, eu mandei você ao estrangeiro de propósito. Para evitar o contato por parte de Sônia, eu me fingi jogar o seu celular na água por descautela e te pedi para usar o meu. Enquanto você trocou o chip, eu substituí seu chip pelo meu. Quando você foi ao exterior e descobriu que o número não foi o seu, eu diria que foram confundidos. Ao mesmo tempo, eu fui à Família Mancini também para lamentar a morte de José. Meu motivo real era, quando Sônia estava imensamente triste, pegar o celular dela, o desligar e jogar fora, assim cortando o contato de vocês.