O Vício de Amor romance Capítulo 220

Ela o amou?

Era uma mentira a negação. Ela amou Fabrício, profundamente.

Mas naquele momento ela não pôde dizer isso, disse cruelmente:

- Eu nunca te amei.

As lágrimas que haviam sido seguradas finalmente caíram neste momento.

Ela sentiu-se tão triste, como se tivesse trovão estrondoso chocando o céu.

Fabrício desmaiou. Ele esgotou todos os esforços para encontrá-la, mas esse encontro era mais cruel do que deixá-lo morrer.

Ele estava inconsciente, difícil para respirar...

Sérgio, que não estava muito longe, voltou, segurou sua cabeça e bateu levemente em seu rosto:

- Fabrício, acorde...

Angelo não saiu de imediato, olhou para Sônia:

- Quer dar uma olhada?

As lágrimas de Sônia caíram como pérolas, uma após a outra.

Mas ela balançou a cabeça:

- Vamos embora.

Se ficar indecisa, eles só vão sofrer mais.

- Tem certeza? - Angelo perguntou de novo, querendo saber o quão firme era sua determinação.

- Tenho certeza. - Sônia ergueu a cabeça, olhando para ele com firmeza como diamante.

Nesse momento, Angelo percebeu que essa mulher de aparência fraca era na verdade muito forte.

Ele fechou a porta traseira, sentou-se no banco do motorista e saiu.

Ainda dava para ouvir Sérgio chamando emergência médica.

Quando voltaram para hospital, Terezinha também estava no caminho. Ela estava sentada no assento do passageiro de um carro preto. Ao lado dela estava um homem lindo. Angelo não o viu com nitidez através do para-brisa, mas estava certo de que esse homem devia ser o namorado de Terezinha.

Seus olhos escureceram.

Terezinha também o viu e disse ao homem ao lado dela:

- Marcos, volte primeiro.

- Cuide-se e me ligue se tiver algo.

Terezinha acenou com a cabeça, empurrou a porta e saiu do carro.

Nesse momento, Angelo desceu também. Os olhares se encontraram no ar. Após alguns segundos, Angelo retraiu o olhar. Ele se virou, abriu a porta e ajudou Sônia a sair. Ele manteve em silêncio.

Estava de mau-humor como Sônia.

Ele subiu as escadas, deu dois passos e parou de repente:

- Pode voltar, hoje vou cuidar dela.

Terezinha parou seu movimento, ergueu a cabeça, olhou para as costas dele e disse após um longo tempo:

- Está bem. Ela ainda está vulnerável. Não saia antes de ficar estável...

- Você está preocupando? Por que não carrega o filho você mesma? - Angelo a interrompeu.

Ele olhou fitou nela:

- Aquele homem é seu amado?

Terezinha franziu os lábios:

- Angelo, não faça isso...

Angelo riu:

- O que você quer de mim? O que você quer que eu faça? Minha esposa teve um encontro amoroso com outro homem, não posso perguntar?

Os olhos de Terezinha ficaram vermelhos.

- Foi um encontro normal. Não sei que iria encontrar você...

- Não quero ouvir mais, você pode ir.

Depois de falar disso, Angelo avançou de novo.

Atravessando pelo corredor com as luzes acesas e cheiro da água desinfectante, ele logo chegou na enfermaria com Sônia. A criada limpou o quarto e estava arrumando flores no vaso.

O médico disse que as flores e plantas eram benêficos para o ar, e também pudessem acalmar o humor.

Então Terezinha a mandou para comprar algumas flores e as colocar na enfermaria.

Ao vê-los voltar, a criada rapidamente largou o trabalho e levantou a colcha.

- Vocês saíram?

Angelo estava de mau-humor e não disse uma palavra. Sônia também não respondeu, ainda com vestígios de lágrimas em seu rosto.

Eles não estavam a fim de falar com a criada.

A criada entendeu logo e ficou para o lado sem falar mais nada.

- Pode sair. Vou te chamar se preciso de algo. - Angelo cobriu bem Sônia.

A criada acenou, saiu e fechou a porta.

Angelo ajudou Sônia a se deitar.

- Está confortável?

Sônia assentiu, olhou para ele, sabendo que ele devia estar triste. Caso contrário, não questionaria Terezinha na entrada.

De repente, sentiu simpatia com ele. O que poderia ser mais triste do que sua mulher amada ama outro homem?

- Se você se sente mal, pense em minha situação. Sou mais coitada do que você. - Sônia falou, seus lábios estavam secos e sua voz rouca.

- Você está tão machucada, ainda me conforta?

Sônia esforçou um sorriso:

- Você acha que somos destinados?

- Hum?

- Somos tão miseráveis.

Angelo ficou mudo.

Depois de ficar hospitalada por uma semana, Sônia recebeu alta.

A mansão era grande e tinha jardim para passear, que era mais confortável do que hospital.

Para sua conveniência, ela se mudou do primeiro andar para térreo, onde Terezinha morava.

Angelo morava sozinho no primeiro andar.

A relação entre eles era muito delicada, mas ao mesmo tempo harmoniosa.

Muitas vezes, Sônia se sentia como uma mãe de aluguel.

Pensando nisso, ela fez um sorriso amargo.

- Do que você está rindo? - perguntou Terezinha ao ver Sônia sorrindo enquanto dobrava suas roupas.

Sônia não esperava que sua expressão fosse percebida.

Ela disse:

- Nada, lembrei-me uma piada.

- Como é?

Sônia reagiu rápido e pensou em uma coisa interessante na escola:

- Quando estava no primeiro ano da escola, uma vez o professor fez uma pergunta: “Alguém sabe quantos países têm no mundo?” Surpreendentemente, todos os alunos levantaram as mãos. O professor chamou um para responder, e ele respondeu: “São dois.” A turma ficou silenciosa por um tempo, e o professor perguntou: “Quais são?” Respondeu: “Santa Cruz e o Exterior.” Depois um breve silêncio, todos caíram na gargalhada.

Terezinha sorriu:

- Seu colega é engraçado.

Sônia também riu, e a depressão em seu coração se dissipou muito.

Quando Angelo voltou, ele viu as duas mulheres na sala conversando e rindo felizmente. Por um momento, ele sentiu que era o excedente da família.

Ao vê-lo entrar, a risada das duas parou. Terezinha pegou as roupas dobradas e disse:

- Vou colocá-las no armário.

Sônia também se levantou:

- Deixe-me te ajudar.

As duas se levantaram do sofá uma após outra e entraram na sala. Angelo estava no corredor, sentindo desagradável.

Por que elas estavam se evitando ele?

Quanto a Terezinha, ele ainda podia entender.

Mas até Sônia estava se evitando.

Ele não entendeu.

À noite, no jantar, Terezinha perguntou a Sônia de repente:

- Você prefere filho ou filha?

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