O Vício de Amor romance Capítulo 67

O homem, que estava cansado agora há pouco, ao ouvir as palavras de Natália, pareceu sombrio de imediato.

Ele se endireitou e se encostou ao lado do carro, com um leve sorriso, disse:

- Vim para ver a minha esposa, não posso?

Natália franziu as sobrancelhas. Como este homem poderia ser assim tão sem vergonha?

Eles já estavam divorciados!

Jorge continuou com essa atitude desleixada:

- Não seria um problema para eu explicar ao seu filho a nossa relação...

- O que é que quer fazer? - Natália ficou furiosa. Ele é um malandro?

O sorriso na cara do homem desapareceu de repente.

- Venha cá se não quer que eu entre e veja seu filho.

Natália parou no lugar, totalmente imóvel.

Pensando bem, ela achava que Matheus era uma criança muito sensível e, depois do que aconteceu da última vez, ele era muito hostil a Jorge. Se ela deixasse o homem entrar, como ela poderia explicar aos seus filhos a identidade dele?

A visão de Jorge ficou um pouco turva, então ele fechou os olhos, mas não ajudou muito. Disse com a voz rouca:

- Tenho tempo e paciência limitados.

Então Natália moveu suas pernas que se sentiam tão pesadas como o chumbo enquanto ele esperava com paciência. Cada vez que ela dava um passo mais perto, a silhueta do homem se tornava mais clara. Ele parecia totalmente livre das cenas decepcionantes e enganosas do negócio, e se via com certa sinceridade e gentileza indizível. Sua expressão facial não era tão rígida quanto suas palavras.

Mostrava um toque de ternura.

Natália nunca o tinha visto assim, mas ela bem sabia que ele era ainda a mesma pessoa de antes, que nunca mudaria.

Ela apertou as mãos para aliviar suas emoções, e pediu num tom orante:

- Por favor, me deixe em paz, pode ser?

Jorge levantou suas pálpebras pesadas e olhou para a mulher na sua frente.

- Como quer pedir esse favor? - Logo disse com um leve sorriso.

- Para pedir um favor é preciso mostrar sua sinceridade, então como vai fazer isso? À custa do seu corpo?

O que ele queria dizer com isso? Que ela era uma mulher desavergonhada?

É verdade que ela perdeu sua virgindade quando tinha 18 anos, mas isso não significa que ela seja uma mulher sem vergonha!

Natália ficou com a cara séria e era visível a sua fúria explosiva. Seus ombros continuavam tremendo violentamente e a sua voz foi mudando de tom:

- Você é um canalha?

Suas bochechas apertadas por raiva junto com as veias no pescoço tremiam ligeiramente. Com alguns fios de cabelo ao redor de suas orelhas e enrolados no seu pescoço, lhe acrescentava um toque de feminilidade.

O pomo de adão de Jorge rolou para cima e para baixo, pensou que só poderia estar louco.

Até se podia sentir excitado só de a ver zangada.

Então ele estendeu os braços e a agarrou pela cintura, e o corpo da mulher foi puxado para seu abraço. Depois de perceber o que se passava, ela continuou batendo no peito dele e lutando.

- Me solte!

Jorge arrancou um grito e arfou por causa da dor, mas não a largou, ao invés disso ele a abraçou com mais força, agarrando a cintura da mulher e pegando suas mãos inquietas, sussurrando:

- Está quieta.

Natália olhou para ele com fúria.

Por que ele veio perturbar sua vida?

Era assim tão difícil para ela viver com seus filhos em paz?

- Estou cansado. - O queixo de Jorge se apoiou no ombro dela, e seu nariz estava enchido do aroma suave da mulher. Enterrou seu rosto no pescoço dela, disse com voz baixa e amorosa:

- Encontre um lugar, quero descansar.

Ele estava mesmo exausto.

Só então Natália percebeu que ele tinha olheiras abaixo das pálpebras, e seu corpo também não era tão forte como antes, parecia um pouco fraco, então perguntou:

- Você não está se sentindo bem?

Ele deu um “hum” suave.

Natália hesitou por um momento, mas no final não conseguiu ser tão cruel para o deixar lá assim.

- Vou achar um hotel para você, pode ser? - perguntou ela.

- Tudo bem.

Natália o ajudou a entrar no carro, apertou seu cinto de segurança e fechou a porta do carro. Depois, entrou no banco do motorista e ligou o carro.

Ela conhecia bem aquela região, portanto foi fácil encontrar um hotel.

Passando uns dez minutos, Natália estacionou o carro à frente dum hotel cinco estrelas e saiu. Deixou as chaves ao porteiro do hotel e foi abrir a porta para ajudar Jorge.

- Só sou responsável por trazer você para cá, tem que pagar por si próprio - disse Natália, que não queria tratar de tudo por ele.

Este homem era muito rico mesmo.

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