O Vício de Amor romance Capítulo 73

Jorge manteve a compostura:

- Já que não está animada, seja obediente e volte logo.

Seus sentimentos se misturavam em um turbilhão, ela apertou suas mãos.

- Poderia me dizer por que fez isso?

Será que ele percebia que, ao fazer isso, estava dizendo “eu gosto de você”?

Na verdade, sentiu em seu coração que Jorge não poderia gostar de uma mulher como ela, mas a forma como ele agiu a deixou confusa.

Ela não conseguia encontrar qualquer outra explicação.

Jorge se levantou.

Por quê?

Ele também não sabia, só sabia que queria a mulher de volta à sua posição original.

- Você é a mulher que minha mãe escolheu para mim, não posso deixar de obedecer àqueles que se foram.

Natália queria sorrir, mas não podia.

Ela não sabia qual expressão deveria usar naquele momento, alegre ou triste.

- Só porque eu estava prometida em casamento a você por sua mãe, é por isso que você me quer de volta? - Natália não sabia o que fazer com esse conflito, não sabia por que esperava que ele dissesse não.

Jorge virou suas costas para ela, escondendo o rosto num anel de luz que se formava na janela, dando uma resposta fraca, mas positiva.

Esta deveria ser a resposta mais prevista.

Em vez disso, ela estava decepcionada.

Ela riu amargamente:

- Acha mesmo que é adequado para mim ocupar essa posição? Aliás, acha divertido ficar me provocando, fazendo esses joguinhos, enquanto está noivo da Aline?

Seu rosto ficou tenso como a corda de um arco, puxado ao limite.

Uma coisa que ele estava tentando ignorar era que Natália já havia transado com outros homens e já havia tido filhos.

Ele não queria falar a respeito ou pensar demais nisso, mas agora que ela contou isso, ele deveria enfrentar isso de frente.

- Eu não quero casar com Aline, não há nada inapropriado sobre ocupar essa posição - ele disse com leveza.

Natália tentou dar um sorriso:

- Nada de inapropriado? Você está falando sério?

Jorge olhou através da luz pálida para a mulher de pé em frente a ele.

- Você não é mais tão pura e eu não sou um bom homem, somos a mesma coisa, nenhum de nós deve ofender o outro.

Isso eles já sabiam, mas ela não sabia por que ouvir isso dele a deixaria tão chateada.

Ele é um homem normal, e seria estranho se ele e Aline não tivessem tido um caso depois de todo o tempo que ela esteve com ele.

Ela sabia disso.

Ela também entendida e compreendida.

Ela só não sabia por que, ao pensar que o que ele tinha feito sexo com outra mulher, se sentia tão magoada e desconfortável.

- Eu vou voltar hoje. - Ele veio hoje para contar a ela sobre isso.

- Tudo bem. - Natália tentou evitar, tentava não se importar em olhar para ele.

Fingindo ser calma.

O telefone de Natália vibrou em cima da mesa, ela olhou para a tela e viu o nome de seu filho, então atendeu.

- Teteu.

- Mamãe, você pode vir me pegar na escola hoje? - Matheus perguntou.

- Claro. - Nada era tão importante quanto o seu filho, ela olhou para o relógio e perguntou:

- Que horas quer que eu vá?

- Você pode vir agora?

- Posso sim.

- Então vou te esperar.

- Tudo bem.

Natália desligou, recolheu os desenhos e fechou a pasta, quando viu Jorge de pé atrás dela percebeu que ainda havia alguém ali.

- Vai sair?

- Sim, meu filho quer que eu busque ele.

Jorge tinha acabado de ouvir e se lembrou o tanto que Matheus odiava ele, perguntou com curiosidade:

- Você falou mal de mim para ele?

Natália ficou confusa:

- Falar mal de você?

- Se você não disse nada, por que o garoto foi tão agressivo comigo?

Desta vez, Natália entendeu.

Ela não o respondeu, mas mudou o tópico:

- Você tem que pegar um voo e eu tenho que ir.

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