- Para com isso! - Natália esbugalhou os seus olhos e usou suas mãos contra o corpo de Jorge.
- O quê? - Jorge se sentiu muito ridículo.
Ele já ficou com raiva que ela estava tentando demarcar um limite. E agora, ela nem mesmo acreditou nele.
Ele estava muito irritado.
Natália não se atreveu a lhe olhar. Ela podia sentir sua pele dura, até com uma temperatura mais quente do que a de seu corpo, e sua respiração familiar e persistente, que estava próxima, de repente. Ela fechou os olhos e disse:
- Meu filho tem apenas cinco anos.
Ele não ia fazer tal coisa.
Ela inclinou a cabeça, as veias azuis esticadas em seu pescoço esguio. Ela respirou rápido por causa da tensão, como notas sedutoras. Jorge só queria assustá-la, neste momento, apenas sentiu que o sangue estava fervendo por todo o corpo.
Os seus lábios avançaram no pescoço dela.
Seus lábios eram macios e um pouco frios.
Natália o empurrou com força, em pânico e disse:
- Para com isso. Não tem nenhuma vergonha?
- Vergonha? Seu filho envergonhou-me em público. Não tenho de que me envergonhar. - Sua cabeça ainda estava afundada no pescoço dela.
Ele gostava do cheiro dela, o que era familiar e o tornou obcecado.
Ele queria muito se acertar com esta mulher.
- Você é a diaba? - Se não, por que se tornou de outra pessoa na sua frente?
Natália não disse nada e as lágrimas caíram rosto abaixo, até desaparecerem nos cabelos ao lado de suas têmporas.
Jorge percebeu o choro dela, ergueu a cabeça, a olhou e disse:
- Apenas lhe dei um beijo, por que estava tão triste?
Ela abriu os olhos manchados de lágrimas e disse com a voz rouca:
- Na sua opinião, sou alguém que pode fazer sexo com qualquer homem?
Jorge estava aturdido e disse:
- Não!
- Você nunca me respeita - As lágrimas dela caíram de novo.
- Você acha que não tenho amor-próprio, porque estava grávida aos dezoitos depois ter sexo casual com um homem. Mas eu não sou o tipo de mulher que você pensa, apenas não tinha alternativa senão fazer desse jeito.
Jorge ficou perturbado e enxugou as lágrimas dos seus olhos, admitindo que tinha pensado nisso.
Natália virou a cabeça, não o deixou tocá-la.
Sua mão ficou na orelha dela, colocando seu cabelo atrás da orelha e disse:
- Não vou mencionar o seu passado e você também se esqueceu das coisas que eu tinha feito antes.
- O que você quer? - Natália perguntou.
- Eu disse, que a deixe voltar para onde você estava...
- Quanto aos meus filhos, vai ser o padrasto deles? - Natália o interrompeu.
Ela sabia que Jorge era um homem orgulhoso.
Se aceitar que ela não é virgem já é o seu limite, ele nunca aceitaria seu filho.
- Você é uma pessoa tão orgulhosa, pode aceitar os meus filhos? Você pode os criar como seus filhos próprios? Não é possível!
- Pare com isso! - ele se levantou.
Sim, Jorge só queria que Natália voltasse e nunca pensou em como fazer com seus filhos.
Natália estava certa. Aceitar que ela não é virgem já é o seu limite.
Ele nunca pensou em se tornar um padrasto e criar filhos de outro.
Não pode fazer isso!
Natália arrumou as roupas, olhou para o homem ali, de costas para ela.
- Seria melhor divorciar e viver nossas vidas separados.
- Sabe o que é melhor? - disse ele com um tom sepulcral.
Ele estava de muito mau humor.
Ela se levantou e disse:
- Não sei, mas o que sei é que não gosto de você e você também não pode aceitar meus filhos. Essa é a melhor solução.
O que ecoou na mente de Jorge foi a frase:
- Não gosto de você.
Não gosto de você?
Ué!
Não gosto de você?
Ele se virou, a agarrou pelo colarinho e disse:
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