O Vício de Amor romance Capítulo 94

- Tudo bem - respondeu Lucas, sem nenhuma emoção em sua voz.

Ele veio à loja para fazer a manutenção de seu carro. Como ele tinha algo para tratar naquela região, aproveitou para dirigir até a loja por conta própria.

Lucas era um cliente frequente da loja, onde ele tinha comprado seu jeep e seu coupé.

O gerente tinha uma atitude muito respeitosa para os clientes ricos que frequentavam a loja.

Natália gostou de um SUV comercial de sete lugares, cujo estilo e decoração interior, especialmente o nível de segurança, correspondiam ao seu pedido.

- Com licença, há um teste drive para este carro? - perguntou Natália.

Uns vendedores estavam sentados no sofá jogando no celular e alguns estavam falando ao celulares. Ao ouvir a pergunta de Natália, uma vendedora respondeu em voz fria:

- Não.

- Não estamos pagando por seus carros, estamos pagando por sua atitude arrogante - disse Divino baixinho.

Natália deu um sorriso amargo.

Ela queria gastar seu dinheiro, mas não tinha como, o que era uma situação rara.

- Seu carro já está pronto - o gerente entregou a chave a Lucas. - Está estacionado à porta.

Lucas pegou a chave e quando caminhou até a porta viu, no reflexo da porta de vidro, uma figura parecida com Natália. Então, virou-se e a viu falando com Divino.

Aquele não era o homem que a tinha perturbado no outro dia?

Como é que pareciam ter uma boa relação agora?

- Que tal irmos embora, vamos ver outras lojas, não é que esta seja a única loja de carros? - Divino se aproximou dela e disse baixinho.

- Gosto muito deste carro - Natália achou o estilo do carro ideal.

Para Lucas, os movimentos de Divino pareciam muito íntimos.

Ele franziu a testa.

Queria ir separar Divino de Natália, mas depois de pensar bem, em vez de fazer isso, tirou o celular e tirou uma foto para mandar para Jorge.

Antes, ele não tinha certeza do que Jorge estava pensando, mas desta vez, Jorge cancelou o compromisso de casamento com Aline com firmeza, provando-se que ele ainda se preocupava com Natália.

Se ele a visse com um outro homem assim, tão íntimos, será que ele ficaria zangado?

Quanto mais Lucas pensava nisso, mais animado ficava.

Não era muito comum ver Jorge sendo dramático.

Esta era uma boa oportunidade, então, mandou a foto.

Logo adicionou uma mensagem: Estou tratando do carro na loja 4S e vi Natália com um outro homem comprando um carro, parecem muito íntimos.

Depois de mandar a mensagem, saiu da loja, girando a chave do carro.

Se virou para dar uma olhada em Natália e Divino e riu, pensando, que expressão facial terá Jorge quando vir a foto?

Ele estava tão ansioso para ver isso.

Lucas estava de bom humor e entrou no carro, cantarolando. Quando ligou o carro e estava prestes a partir, seu celular tocou.

Pegou o celular e viu que era o número de Jorge.

- Tão rápido?

Lucas tossiu para limpar a garganta e atendeu a chamada:

- Presidente Marchetti.

- Onde você está? - seu tom de voz tinha um toque de fúria.

Ao ver que ela se comportava de modo íntimo com outro homem, ele sentiu certa fúria carregada no seu peito e estava muito deprimente.

- Estou na loja 4S de BC - disse Lucas, com honestidade.

- Fique de olho neles - dito isso, Jorge desligou a ligação.

Lucas deu um suspiro de alívio e olhou para o celular:

- Ele está com raiva?

Lucas colocou o celular de volta e, quando estava prestes a sair do carro, viu que Natália e Divino estavam caminhando para a saída. Então, ele se sentou de volta no carro. Jorge o tinha pedido para ficar de olho neles. Se fossem embora, como ele poderia contar a Jorge?

Não, ele não poderia os deixar ir embora, de modo nenhum.

Depois de Natália e Divino saírem, ele saiu do carro, entrou na loja e chegou ao escritório do gerente.

Ao ver Lucas, o gerente se levantou, de imediato, para o cumprimentar:

- Tem algum problema com o carro?

- Não. Cláudio, venha cá.

Cláudio se apressou para andar até ele.

- Você viu aquelas duas pessoas lá fora? - Lucas apontou para Natália e Divino, fora da janela.

- Sério? - A cara de Cláudio se fechou e ele sentiu muita raiva:

- Daqui a pouco vou lhes dar uma boa lição, com certeza.

Ele sorriu de novo:

- De que carro é que você gostou? Você pode me dizer e vou atender pessoalmente. Sou o gerente desta loja, meu nome é Cláudio. Sou o responsável por não vocês terem sido bem atendidos. Se você comprar um carro na loja hoje, posso oferecer a melhor promoção.

- Tudo bem - Natália pensou por um momento e achou o gerente muito sincero.

Cláudio seguiu Natália e começou a apresentar os carros para ela:

- Os carros da nossa loja são todos de boa qualidade e têm uma boa reputação. Você pode ver isso na internet, temos a melhor venda todos os anos.

Natália sorriu.

Cláudio abriu a porta e fez um gesto convidativo para Natália.

- Raimundo, vá servir dois cafés.

Ouvindo a voz do gerente, a vendedora que estava jogando no celular, levantou a cabeça e viu que os dois clientes miseráveis que tinham saído voltaram outra vez, então, franziu a testa:

- O que Cláudio está fazendo?

Um outro vendedor levantou a cabeça e deu uma olhada:

- Talvez ele pense que são clientes potenciais.

Este vendedor tinha um cliente na mão e estava conversando com ele no telefone, há pouco. Entre um negócio quase pronto e aqueles dois novos clientes que nem pareciam ricos, era óbvio que eles tinham mais entusiasmo para os clientes com os quais já falavam.

- Como é que eles poderiam comprar um carro de BC? - disse a vendedora com um beicinho:

- Talvez ele esteja entusiasmado só porque aquela mulher é bonita.

- Sentem-se, por favor - Cláudio os ajudou a puxar as cadeiras.

Raimundo serviu o café.

- De qual você gosta?

- Aquele - Divino apontou para o SUV comercial de sete lugares, perto da porta.

- Há um teste drive aqui, você pode experimentar. Este modelo tem o nível mais alto de segurança e todos os assentos têm airbags. Normalmente, os carros só têm os airbags na frente, mas este modelo tem airbags nos quatro assentos. Além disso, tem a função de freio automático. Então, se o carro perder o controle ou andar em uma estrada escorregadia, trava automaticamente nas quatro rodas, forçando o carro a parar.

Divino deu um olhar zangado:

- Não disseram que não há teste drive?