Capítulo 14
Guilherme Casagrande
Eu procurei por Isabela apenas perto do horário de ir embora. Retornamos horas mais tarde para casa... Isabela está dormindo tranquilamente no carro e não faz a menor ideia da forma que me deixou, pois já é a segunda vez que transo com uma mulher pensando nela.
No dia seguinte estou pensando seriamente em retornar para o Rio de Janeiro. Acredito que não tenha mais como ficarmos em Noronha depois de tudo que aconteceu. No final de tudo Pamela tinha razão. Isabela não me ver como seu tio, mas como um homem que ela quer.
E isso não vai acontecer.
- Bom dia, tio!! – Ela entra na cozinha sorrindo como se nada tivesse acontecido ontem, ou como, se a discussão que tivemos não tivesse lhe afetado.
- Precisamos conversar, Isabela. – Digo!
- Sabe, eu nem me lembro como vir parar em casa ontem! Lembro de ter dançando com Marcelo e depois mais nada. – Ela diz. Eu a olho confuso.
- Sério? Você não se lembra de mais nada depois disso. – Pergunto sem acreditar no que ela está dizendo.
- Lembro de ter dançado e de algumas imagens minhas correndo pela areia e você atrás de mim. Aconteceu algo a mais ou algo que eu deveria me envergonhar? – Diz e eu sinto alívio por ela não se lembrar do beijo e daquela conversa estranha que tivemos.
- Isabela vem aqui – Digo e quando ela se aproxima de mim, eu pergunto olhando em seus olhos.
- Você tem algum tipo de sentimento por mim? – Questiono e espero sua resposta, pois se for sim, não poderemos continuar na ilha e terei que falar com minha mãe para poder cuidar dela.
- Sim, é claro que eu tenho. É tão óbvio tio, não sei como você ainda não tinha notado, mas eu sei que é algo impossível. – Diz e fico sem reação.
Ela começa a rir. Fico confuso.
- Você foi o primeiro homem por quem me apaixonei – E o único, Isabela queria acrescentar, mas deixou quieto.
- Porém a gente se afastou e estive fora do país, então percebi que era algo impossível e hoje eu o amo como você me ama, tio! Apenas isso! Diz e se afasta pegando algo para comer.
- Qual será a programação de hoje? – Pergunta se encostando no balcão e sorrindo para mim.
Isabela era apaixonada por mim ou ainda é? Fico extremamente confuso com seu jogo de palavras, mas como não estou pronto para lidar com isso, decido ignorar e aproveitar os próximos dias em Noronha mantendo uma distância segura da minha sobrinha, pois não quero trazer à tona nenhum sentimento que ela tenha guardado.
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