Capítulo 27
Isabela Abrantes
- Dois tracinhos – Murmurei diversas vezes sem acreditar. As lágrimas descem dos meus olhos ao constatar que estou grávida de nove semanas. Não acredito que vou ter um filho do meu tio Guilherme. Passo a mão pela barriga me sentindo completamente assustada.
Deito na cama, fito o teto e deixo os pensamentos vagarem pela minha mente. Penso na minha mãe que não pude conhecer e fico assustada, pois não quero que o mesmo aconteça com a minha filha ou filho, pois mesmo morrendo de medo eu quero esse bebê.
- Isabela abra a porta – Ouço a voz da minha avó.
- Quero ficar sozinha, Vó. – Murmuro e tento disfarçar a voz chorosa.
- Seu pai e seu tio estão vindo para o Brasil – Diz. – Fico em silencio assimilando suas palavras. Não posso reclamar, claro que ela falaria com meu pai.
- Você falou com meu tio sobre a minha possível gravidez? – Pergunto. Decido não dizer que o teste deu positivo.
- Sim, bela. Não podia esconder algo assim do seu pai e do seu tio. – Diz quando abro a porta.
- Você fez o teste? – Ela pergunta e olha para minha barriga. Não posso esconder isso da minha avó, é visível que ela já sabe.
- Você sabe que as avós geralmente sentem né. – Ela fala e me puxa para um abraço.
- Agora vá lavar esse rosto que vou preparar uma comida deliciosa para você e meu bisneto. – Diz e me deixa plantada na porta do quarto. Se ela soubesse que meu filho é neto dela de sangue. – Penso sozinha e vou lavar o rosto.
Marcelo me liga e diz que se assustou quando mandei o teste de gravidez para ele. O mesmo me disse que esta semana chega de Noronha e assim que chegar virá até minha casa.
Estou me sentindo tão confusa.
Quando estava refazendo a minha vida por completa, esquecendo do meu tio e seguindo em frente, sou puxada para ele, para o homem que estou tentando esquecer. E agora, nunca mais vou conseguir me desfazer dele completamente, pois ele sempre estará presente em minha vida, os nossos sangues misturados e transformado em um serumaninho que está se formando na minha barriga.
Minha avó falava sem parar na cozinha sobre os exames que eu teria que fazer, sobre alimentação, cuidar da saúde e principalmente que não podia deixar de estudar. O que acho mais engraçado nisso tudo é que ela ainda não me perguntou quem é o pai e também não está brava comigo. Quando ela coloca a comida na mesa eu pego em sua mão e murmuro.
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