Oops! O Ex é o Pai dos Quatrigêmeos! romance Capítulo 2268

O banco de pedra estava frio, e ela, sem a menor cerimônia, pegou o livro dele e colocou debaixo do próprio quadril para se sentar.

Ele, sentindo pena do próprio livro, não teve outra escolha a não ser sacrificar seu travesseiro, colocando-o no banco de pedra para que ela se acomodasse.

Na época da escola primária, quando ela não conseguia aprender algo, ficava irritada; não só chorava, como também descontava nos outros.

Ela já tinha beliscado, torcido e até mordido ele.

Obrigava-o a fazer a lição de casa para ela; se ele se recusava, ela o agredia, destruía sua tarefa para que ele tivesse que refazê-la.

Quando ela tirava 6 em matemática e ele 100, ela pegava a prova dele e trocava o nome.

Se não conseguia mudar direito, ainda reclamava, e ficava dias sem falar com ele, irritada.

Mais tarde, no ensino fundamental II, ela parou de ser tão agressiva, mas continuava se irritando por qualquer coisa!

Cada vez que ficava brava, ele precisava comprar pelo menos dez pacotes de pimenta-malagueta e duas latas de Guaraná Jesus para conseguir agradá-la.

Depois, no ensino médio, ela passou a ter cada vez mais amigos ao redor, mas as notas continuavam um desastre.

Nenhum dos dois morava no colégio; iam juntos para a aula cedo e voltavam juntos depois da última aula noturna.

Todas as noites, ao sair da escola, ela puxava ele para sentarem um pouco na mesa de pedra, conversando sobre fofocas, ídolos, novelas...

Claro, desde pequenos, não era só ele que cuidava dela.

Ela também cuidava muito bem dele!

Sempre que tinha alguma comida ou bebida gostosa, separava uma porção para ele.

Quando acontecia algo bom, ele era sempre o primeiro com quem ela dividia a alegria.

Depois que entraram no ensino fundamental II, todo ano o dinheiro do Ano-Novo e a mesada dela eram economizados até o aniversário dele, quando, finalmente, ela gastava tudo de uma vez só — só para comprar um presente para ele!

Quando ele ficava doente na escola e não queria faltar aula para ir ao médico, ela enfrentava chuva e vento para comprar remédio e água quente para ele.

Nesses mais de vinte anos, ele sempre foi bom para ela, e ela, igualmente, para ele.

Como diz o ditado: o amor é recíproco.

Eles acompanharam um ao outro por mais de vinte anos, sendo a pessoa mais importante um para o outro.

Então... como ele poderia não pensar além?

Ele realmente achava que eles acabariam juntos; ainda no ensino médio, já imaginava todo o cenário do casamento dos dois.

Por isso, naquela época, nem hesitou: escolheu o curso de Arqueologia por causa dela.

Como não se sentir mal?

Ele não culpava ela, nem Ivo, mas estava realmente sofrendo—

"Bi bi! Bi bi!"

O som urgente da buzina arrancou Nicanor de seus pensamentos e o trouxe de volta à realidade.

Ele havia avançado o sinal vermelho e quase bateu em outro carro.

O motorista do outro veículo abaixou o vidro e começou a xingar; ele ouviu tudo apaticamente, sem pedir desculpas ou retrucar.

Parecia que até respirar estava difícil; não tinha forças nem para falar.

Um agente de trânsito correu para verificar a situação, abaixou o vidro e perguntou com voz fria por que ele havia avançado o sinal.

Mas, antes de terminar a frase, ficou em silêncio.

O policial olhou para ele: "Senhor, o senhor está se sentindo mal?"

Nicanor ficou atônito: "Hã?"