Oops! O Ex é o Pai dos Quatrigêmeos! romance Capítulo 2366

Tânia sentiu uma tristeza inexplicável ao ouvir aquilo.

Aquelas palavras soavam como uma despedida final.

"Sempre estive na Cidade de Pão. Quando quiser dar uma volta, é só me procurar. Se eu estiver livre, te acompanho."

Nicanor sorriu e assentiu com a cabeça. "Tá bom."

Os dois saíram juntos do grande quintal, caminhando pela viela até o lado de fora.

Foram andando até a escola primária onde tinham estudado juntos.

Pararam em frente ao portão da escola e Nicanor disse:

"Foi ali que você quebrou o dente, lembra?"

Tânia sorriu. "Lembro sim."

Naquele dia, ela tinha ficado na cama e acabou chegando atrasada na escola.

Nicanor também se atrasou porque ficou esperando por ela.

O azar foi que, naquele dia, o coordenador estava pessoalmente pegando os alunos atrasados.

A punição era bem rígida: além de descontar pontos da turma, os alunos atrasados ainda tinham que ler uma carta de desculpas em voz alta para todos os alunos e professores.

Com medo, ela pediu para Nicanor chamar a atenção do coordenador enquanto tentava entrar escondida pela lateral da escola.

Mas o coordenador tinha olhos de águia e gritou alto: "Pare aí!"

Assustada, ela tropeçou, caiu e acabou batendo o dente na calçada, quebrando um deles.

O coordenador ficou apavorado e a levou correndo para o posto de saúde da escola.

Ela chorava alto e Nicanor foi junto, chorando com ela.

Depois, Nicanor ainda foi pedir desculpas, dizendo que a culpa era dele, que não conseguiu distrair o coordenador e por isso ela se machucou.

Nicanor ainda tentou consolá-la, dizendo que mesmo sem um dente ela continuava bonita, até mais fofa do que antes.

Ela sabia que não era culpa do Nicanor, mas ainda assim o ‘chantageou’:

"Desde que você reconheça que errou, agora vai ter que se responsabilizar pelo meu dente. A partir de agora, sua mesada é minha."

Ela realmente gostava de implicar com Nicanor na infância, e ele sempre cedia a ela, prometendo logo:

"Tá bom, tudo seu! Eu vou comprar salgadinho pra você!"

As lembranças da infância vieram à tona e Tânia sorriu, com um sorriso puro e sincero.

Nicanor olhou para ela. "A infância era divertida, não tínhamos preocupação nenhuma."

Tânia mordeu os lábios. "Você que não tinha preocupação! Eu vivia estressada com os estudos, era uma pressão enorme."

Nicanor respondeu de maneira suave:

"Você só ficava assim na época do boletim, quando precisava da assinatura do tio Álvaro ou da tia Beatriz. Fora isso, era só alegria, não era?"

Tânia sorriu e assentiu.

"Quando eu estava pressionada, você também ficava, né? Eu sempre descontava em você quando estava de mau humor."

Nicanor sorriu:

"Naquele tempo eu também sentia pressão. Queria tanto que a gente pudesse trocar as notas: você ficava em primeiro lugar e eu em último."

Tânia riu alto. "Eu realmente gostava de implicar com você quando era pequena."

Nicanor disse: "E eu gostava disso."

Preferiria que ela implicasse com ele a vida inteira!

Só lamentava que o destino não tivesse lhe dado essa chance.

Os dois seguiram pela antiga rua da escola primária, depois foram até o colégio e, em seguida, ao ensino médio, refazendo todo o caminho que faziam juntos para ir e voltar das aulas.

Antes da faculdade, eles praticamente se viam todos os dias.

Iam juntos para a escola.

Aos domingos, as famílias costumavam se reunir e eles também se viam.

Talvez realmente não houvesse, ou todos teriam percebido.

O problema devia estar nele mesmo.

Se ele tivesse sido mais corajoso no passado, se tivesse se declarado logo para Tânia, será que tudo teria sido diferente?

Mas na vida não existe caminho de volta.

O destino não lhe daria uma segunda chance.

Nicanor soltou um suspiro discreto e, sorrindo para a dona da barraca, respondeu:

"Tenho me dedicado muito ao trabalho, acabei não dando atenção para a vida pessoal."

O dono da barraca logo disse:

"Assim não dá, cada fase da vida tem seu momento. Quando éramos estudantes, o foco era estudar mesmo, mas agora, na sua idade, você tem que pensar em namoro, casamento."

A dona da barraca também sorriu, dizendo: "Aprenda com sua irmã."

Nicanor sorriu e assentiu.

A dona da barraca, curiosa, quis saber sobre o namorado de Tânia. Quando ela falou de Ivo, Tânia descreveu o rapaz com entusiasmo, elogiando-o por quase sete ou oito minutos.

A mulher sorriu satisfeita:

"Dá pra ver que a Tânia está apaixonada. Está gostando mesmo dele, hein?"

Tânia respondeu com orgulho:

"É verdade, fui eu que corri atrás dele! Eu amo demais esse homem!"

A dona da barraca riu e perguntou: "E quando é que vão se casar?"

Tânia respondeu: "Qualquer hora! Já conversamos sobre isso, assim que eu decidir, começamos a planejar o casamento."

Nicanor, ao ouvir isso, virou o rosto para ela. Tentou se conter, mas acabou perguntando:

"Vocês vão se casar mesmo?"