Os Desamados são os Terceiros romance Capítulo 226

Sra. Melo chorava e gritava: "Raíssa! Raíssa! Você tem que aguentar."

Raíssa olhou para ela lentamente, acumulou forças por um bom tempo e disse suavemente: "Eu vou aguentar, vou dar à luz a este bebê..."

Um grito agudo soou, ela apertou os lençóis de dor.

A sala de parto começou a se agitar, dentro e fora.

O médico saiu com uma expressão sombria e informou sobre a situação: "A parturiente está com uma hemorragia grave, preparem-se psicologicamente. Se não houver outra solução, teremos que sacrificar o primeiro bebê para salvar a mãe e o outro bebê."

A Velha Sra. Melo ficou paralisada por um longo tempo e suspirou profundamente.

Sra. Monteiro tinha lágrimas nos olhos, e Bruna a segurou firmemente, pedindo que ela se mantivesse forte.

Augusto apertou a mão em um punho, com as veias da testa saltadas, seu corpo todo tenso como uma corda de arco.

Porém, a situação piorou, o sangue de Raíssa não parava.

Se continuasse assim, o estoque de sangue RH negativo não seria suficiente.

Nesse caso, três vidas poderiam estar em risco.

Os olhos de Augusto estavam profundos, ele olhou para o médico e disse suavemente: "De qualquer forma, a prioridade é salvar a mãe."

Ele amava crianças, gostava delas, mas não queria que Raíssa perdesse a vida.

Sra. Monteiro também, com lágrimas nos olhos, disse: "Sim, a vida da mãe é a mais importante."

O médico olhou para eles e voltou para dentro. Se em meia hora o bebê não nascesse, provavelmente não seria possível salvá-lo, eles teriam que priorizar a segurança da vida da mãe.

A situação se tornava cada vez mais grave, a hemorragia de Raíssa era intensa, ela estava quase em choque.

Ela poderia estar em perigo de vida a qualquer momento.

O pior de tudo era que as bolsas de sangue, antes suficientes, não eram mais. Em uma noite como esta, conseguir doadores de um tipo sanguíneo raro era quase impossível.

Dentro da sala de parto, já se ouvia o choro baixo de Sra. Melo.

Augusto estava constantemente ao telefone, convocando os melhores obstetras de Cidade Nuvem. Após desligar, ele quis entrar para ficar com Raíssa—

Caso, apenas caso houvesse uma eventualidade, que não houvesse arrependimentos.

Augusto olhou para a dama à sua frente e falou baixo e suavemente: "Eu jurei em frente ao Buda que, para que meu filho Noe tivesse um lugar seguro, eu estaria disposto a abandonar todos os meus desejos e erros, estaria disposto a pagar por todos os meus pecados, estaria disposto a ser destruído, eu, Augusto, estou disposto a tudo!"

No corredor movimentado, Augusto lentamente se ajoelhou diante de Sra. Lemos, prostrando-se no chão, com a voz rouca: "Pelo amor de Raíssa, que é inocente, por favor, salve-a!"

Em seguida, ele fez três reverências à Sra. Lemos, três reverências à família Lemos e três reverências a Ignácio.

Os olhos da Sra. Lemos estavam cheios de lágrimas.

Até hoje, ela finalmente sentiu-se vingada, vingada por Ignácio.

Sra. Monteiro chorou em alta voz.

Seu rosto estava coberto de lágrimas enquanto chamava pelo filho: "Augusto! Augusto!"

Augusto continuava prostrado no chão, sem se levantar, com lágrimas quentes caindo de seu nariz.

Ele deixou de lado todo o orgulho e a dignidade, e sua voz era reverente e humilde: "Eu, Augusto, agradeço em nome de Raíssa, agradeço em nome do filho que ainda não nasceu. Que todos os pecados recaiam sobre mim, Augusto!"

A Sra. Lemos, lutando para conter suas emoções, falou com a voz trêmula: "Augusto, esta dívida está perdoada."