Nádia
Finalmente eu estava em Shariff, avisei que já tinha retornado e que queria paz por um tempo depois de um complicado caso. Cheguei ao meu apartamento a fim de tomar um banho e me deitar para descansar , Fernanda também foi para a casa dela. Iria pedir comida no restaurante, comer e dormir, já que a viagem que fizemos foi longa.
Depois do banho eu liguei e pedi minha tão sonhada comida, estava morta de fome. Esperei um tempo até que a campainha tocou e eu abri, tinha colocado um pijama confortável e meus cabelos estavam molhados.
- Cam? O que você tá fazendo aqui?
- Eu queria te ver Nádia, você está com visitas? – me mostrou a sacola com a comida – Pela quantidade de comida que você pediu.
- Não me irrita Cam – peguei a sacola da mão dele – Não que seja da sua conta, mas eu estou sozinha e faminta.
- Ah, não sabia que você tanto – ele não dá uma dentro.
- E que eu saiba não o convidei para minha casa.
- Eu vim por que já estou perdendo as esperanças no caso da Manu – ele abaixou a cabeça ainda estava parado do lado de fora da minha sala – Depois daquele vídeo que vazou na internet.
- Nenhum juiz dará a guarda a um pai irresponsável, que só sabe festar e não tem nenhuma estrutura familiar.
- Mas eu tenho estrutura, sabe que sou responsável com a Manu.
- Sei que você a ama, mas responsabilidade com uma criança vai além de deixá-la com a avó e ficar zoneando por aí.
- Eu não fico zoneando.
- O suposto vídeo em que você aparece, diz ao contrário – neste momento eu já estava com a comida sentada no sofá da sala e degustando – Você tem que ser um homem responsável e mostrar isso ao juiz, pois a quando tiverem visitas domiciliares para ver como a menina esta, por que vão fazer já que a outra avó diz que a garota sofre maus tratos e que você não é apto para cuidar de Manuela e que sai em vídeos na internet fazendo sexo – olhei bem para ele – E saindo com varias mulheres e mais coisas anexadas ao seu caso, até mesmo drogas.
- Eu não acredito que aquela maluca disse que eu uso drogas.
- Disse sim e outras coisas, eu como sua advogada devo lhe alertar que você deve ter cuidado no que faz de hoje em diante – eu dou uma garfada na macarronada – E digo mais você deveria se casar e formar uma família.
- Me casar? – ele começou a rir – Depois da Daniele eu prometi a mim mesmo que nunca mais me casaria com ninguém – as palavras dele me magoaram, não era para magoar mais magoaram que eu perdi até a fome.
Não que eu quisesse me casar com ele, mas acho que desde a época que ele prometeu que se casaria comigo, fiquei esperançosa que um dia ele chegaria num cavalo branco e me pediria em casamento. Mas hoje minhas esperanças foram para o ralo, mas o desejo de vingança cresceu dentro de mim, eu neste exato momento queria que ele sofresse. Me lembrei das palavras de Ramon, do plano que ele tinha me dito caso eu quisesse me vingar. Se não consegue por bem então force e vingue-se.
Cam estava sentado na poltrona da minha sala, me observava enquanto minha cabeça maquinava. Depois de dizer que não se casaria nunca mais ele ficou calado, sabia que tinha falado demais e exposto seus sentimentos para mim ali. Eu sorri e ele apertou os olhos. Talvez quisesse descobrir o que eu estava pensando.
- Eu tenho que lhe dizer a verdade, como meu cliente e amigo – fui cínica, sim eu fui e ainda dei ênfase na palavra amigo – Você deve se tornar o melhor pai de família da história de Dulbaí, sua oponente é uma rainha.
- Pai de família? Não estou entendendo.
- Quer passar credibilidade e não perder a guarda, mostre que sua família é um exemplo assim como a rainha está fazendo, ou não terá nenhuma chance.
- Continuo sem entender.
- Você deve se casar Cam, constituir uma família e mostrar que é apto para cuidar da Manuela e que não é o cara que vive em festas e que deixa a filha com babás e com sua mãe para farrear por ai por que teve uma desilusão amorosa com a mãe da criança que o trocou por outro assim que pôde o deixando deprimido – eu me levanto e peço que ele se retire – Amanhã nos encontramos no meu escritório as dez horas, pense no assunto com carinho, ter uma nova esposa e uma família admirável.
- Nem fudendo que me caso de novo – mas uma facada em meu coração.
- Amanhã conversamos sobre o assunto, estou cansada. Minha viagem me deixou exausta – fiz uma cara de quem aproveitou muito – E estou exausta, os espanhóis são muito quentes.
- Com quem você esteve? – ele fechou os punhos.
- Não é da sua conta, Cam – o empurrei porta fora – Amanhã às dez no meu escritório – e fechei a porta na cara dele.
Sentei-me na frente do meu computador e digitei cada palavra com a raiva de uma mulher que foi deixada de lado e descartada. Pois ele dizendo aquelas palavras reforçou que queria se divertir comigo como fez a primeira vez. E eu não iria me sujeitar a isso nunca mais.
Mas eu poderia me vingar, afinal o que era um ano para a vingança perfeita.
Calculei todos os passos, todas as cláusulas foram minuciosamente escritas para que não houvesse uma brecha ou como conseguir desfazer qualquer uma delas. E eu queria me vingar dele e iria, pois ele estava em minhas mãos. Ele não teria para onde fugir.
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