Pai em Coma romance Capítulo 1053

No momento em que o coração de Ana lentamente se afundava nas profundezas das águas, gelado e pesado, uma sequência de passos estranhos rompeu o silêncio.

Ana pensou que fosse Paolo causando algum barulho, estava prestes a dizer algo quando, de repente, ouviu um som de animal.

Os pelos de Ana se eriçaram instantaneamente, e ela apertou o bastão em suas mãos, rezando para que aquele som fosse apenas uma alucinação causada pelo seu extremo estresse.

Mas então, o som de um animal ecoou novamente, agora ainda mais perto do que antes.

O corpo de Ana começou a tremer involuntariamente, ponderando se sua decisão havia sido realmente um erro.

Afinal, tudo o que ela queria era uma resposta, não queria apenas assistir impotente seus dois filhos se afastarem dela.

Após um breve momento de estupefação, o desejo de Ana pela sobrevivência se sobrepôs ao medo. Ela não queria deixar sua vida nas mãos do destino nesse lugar desconhecido.

Ela levantou-se e começou a correr desesperadamente, apesar de seu corpo já exausto, mas logo percebeu, bem à sua frente, um par de olhos verde-azulados brilhando com um brilho sombrio, fixos nela.

Estavam tão perto que, mesmo na escuridão, Ana conseguiu ver claramente o que era...

"Leo, o que ele pensaria se soubesse que morri aqui? Ficaria aliviado ou sentiria um leve arrependimento? E sobre Pedro e Tomás? Provavelmente seriam levados pela família Santos, talvez nem soubessem que perderam a mãe. Anos depois, ainda se lembrariam de mim? E minha mãe, já frágil, como suportaria perder sua única filha e seus netos? Que crueldade..."

Mas a dor esperada não veio. Em vez disso, um cheiro forte de sangue a fez abrir os olhos. Foi quando viu uma figura humana na sua frente. Era Paolo, que a seguiu em silêncio. Ele usou seu corpo para bloquear o ataque do lobo, mas, como consequência, seu braço foi mordido pela fera, com sangue espirrando por todos os lados.

- Ana, o que você está esperando? Corra! - Gritou Paolo, suportando a dor excruciante. Embora estivesse batido e ferido, a dor de ter o braço rasgado pela mordida do lobo era insuportável. No entanto, dada a urgência da situação, ele não tinha tempo de se lamentar, apenas gritava para Ana fugir.

Se alguém tinha que morrer, que fosse apenas um, não ambos.