Pai em Coma romance Capítulo 1072

Enquanto Ana se perdia em pensamentos, seu celular subitamente tocou. Era uma ligação de Juliana. Atualmente vivendo em países diferentes e com o fuso horário variando entre eles, raramente se falavam por telefone, principalmente devido ao custo elevado das chamadas internacionais.

Surpresa, Ana atendeu. Do outro lado, Juliana expressou sua preocupação:

- Ana, aconteceu alguma coisa com você? Eu acabei de sonhar contigo, por favor, não faça nenhuma bobagem...

Depois de falar, Juliana percebeu algo estranho. Eram três da madrugada, um horário silencioso e misterioso em seu país, e ela havia acabado de ter um pesadelo terrível, daqueles que deixavam o coração agitado e a respiração ofegante. No sonho, Ana estava coberta de um sangue escarlate e brilhante, se despedindo com uma voz trêmula e pedindo, com olhos marejados, que cuidasse de Claudia, uma súplica carregada de emoção.

Antes que Juliana pudesse se aprofundar mais em seus pensamentos tumultuados, acordou assustada, com o coração batendo forte contra o peito, como se quisesse escapar. Pensou bastante, com a mente embaralhada por uma mistura de preocupação e confusão. Inquieta e movida por um impulso quase inexplicável, decidiu ligar para verificar o que estava acontecendo, uma ação impulsionada tanto pela preocupação quanto pela necessidade de acalmar seu coração inquieto.

Ana sentiu uma súbita vontade de chorar, provavelmente porque enfrentava sozinha tantas adversidades. Seus filhos haviam sido sequestrados, e sua mãe, ferida gravemente. Precisava desesperadamente de um escape emocional e, sem conseguir conter as lágrimas, contou a Juliana tudo o que havia acontecido.

Juliana se lembrava das promessas de Leo, que jurou felicidade a Ana, aos filhos e a Claudia. Mas, em apenas alguns meses, tudo mudou drasticamente.

Cheia de arrependimento e preocupação, Juliana, que era apenas uma espectadora desses eventos, mal podia suportar ouvir tudo isso. Ela imaginou o quão devastadora seria a experiência para Ana, talvez suficiente para desestabilizar qualquer um com menor resistência psicológica.

Sem hesitar, Juliana reservou o próximo voo para o exterior.

- Ana, não chore, eu estou a caminho de avião para te encontrar. Até eu chegar, não pode ser impulsiva, entendido? Se for impulsiva, quem cuidará da sua mãe? Ela só pode contar contigo agora. Além disso, se algo acontecesse a você, apenas daria prazer aos inimigos. A família Santos poderia legitimamente levar os dois filhos e até lhes arranjar uma madrasta.

- O que está dizendo? Quando foi sequestrada, também não arrisquei a minha vida para te salvar? Fique aí tranquila, já estou a caminho.

Depois de tranquilizar Ana, Juliana desligou rapidamente o telefone e saiu às pressas.

Ela arrumou algumas coisas rapidamente e saiu com a mala. O barulho acordou João, que veio ver o que estava acontecendo.

- O que houve contigo?

- Aconteceu algo com a Ana, tenho que ir lá. Provavelmente ficarei fora por um tempo.