Pai em Coma romance Capítulo 462

Paulo parou por um momento, pensando em se oferecer para fazer o trabalho, mas ao ver Ana balançando a cabeça para ele, decidiu se conter.

Ana também não sabia por que tinha tido essa ideia repentina. Afinal, Leo tinha sido fundamental na recuperação de Pedro, ela não podia simplesmente assistir ele ir embora dessa maneira.

Ou talvez fosse porque eles não teriam mais nada a ver um com o outro a partir de agora, e ela queria se despedir devidamente.

Ao ouvir as palavras de Ana, Leo parou.

- Tudo bem.

Só então Ana olhou para Paulo.

- Paulo, vou levar ele para casa e volto logo. Você pode cuidar de Pedro por enquanto?

Paulo concordou, seguindo o médico para o quarto de Pedro no hospital.

Ana, por outro lado, seguiu Leo, com os dois se dirigindo para o estacionamento, um na frente e outro atrás.

Ana estava dirigindo, com Leo sentado no banco do passageiro.

Depois de se mudar da casa de Ana, Leo, para poder visitar Pedro a qualquer momento, escolheu morar não muito longe do hospital. A viagem de carro durava cerca de dez minutos.

Normalmente, Leo achava que esses dez minutos eram um desperdício precioso do seu tempo com Pedro, mas desta vez, sentiu que a viagem foi muito curta.

Ele fixou o olhar no perfil de Ana, e antes que pudesse memorizar todos os detalhes sobre ela, eles já haviam chegado ao destino.

Ana estacionou o carro, e ao virar a cabeça, viu os olhos escuros de Leo, olhando para ela sem piscar.

Seu coração acelerou, ela ficou desorientada por um momento, não falou nada, e só depois de um tempo conseguiu acordar do transe.

- Chegamos. Descanse bem quando chegar em casa.

Leo também voltou a si, olhando para o rosto calmo de Ana. Ele sentiu que fazia muito tempo que não conversavam de maneira tão pacífica.

Ela costumava odiar a frieza dele, sua falta de compaixão, e ainda mais o fato de ele nunca ter confiado nela. Mas agora, seu ódio por ele parecia ter diminuído bastante.

Talvez fosse porque ele tinha salvado a vida de Pedro, o que fez o seu ódio por ele se dissipar.

Mas quanto a dar-lhe outra chance, Ana perguntou a si mesma se poderia fazer isso. Ela não conseguia.

Mesmo que ela pudesse deixar para trás seu rancor por Leo, a presença de Mariana, a causa da doença de Pedro, que sempre a mantinha à distância, estava lá. Com essa relação existindo, não havia futuro para eles.

- Há coisas que, quando perdemos uma vez, perdemos para a vida toda. Não há volta.

- Perdido para toda a vida, então?

Um sorriso amargo surgiu no rosto de Leo.

- Eu nunca esqueci você, nem por um segundo. Nos dias em que você não estava ao meu lado, eu me sentia como um zumbi, sem motivo para viver. Se pudesse, eu abriria mão de tudo que a família Santos possui, levaria você e Pedro para um lugar desconhecido e passaria o resto de minha vida com vocês.