Pai em Coma romance Capítulo 739

Ana não sabia o que dizer e até esqueceu de perguntar como Leo sabia que ela estava lá.

Ana enxugou os olhos, fingindo que nada havia acontecido.

- Estou bem, vamos voltar ao hospital logo, sua ferida pode ser infectada, e isso não é brincadeira.

Leo, no entanto, não se levantou, mas continuou olhando para Ana.

- Você não parece estar bem, o que aconteceu? Voltar ao hospital pode esperar, eu posso aguardar até o momento em que você estiver pronta para falar.

Leo sabia claramente, "algumas coisas são como cicatrizes, se você ignorar, talvez se sinta confortável por um momento, mas só fará a ferida se aprofundar, causando um dano irreparável."

Por isso, ele não queria ver Ana com qualquer preocupação escondida.

Ana ficou em silêncio por um momento, antes de finalmente falar suavemente:

- Recebi uma carta que Paulo deixou para mim, antes de embarcar no avião.

Ao ouvir isso, Leo também teve um momento de surpresa. Então Paulo havia deixado uma carta antes de partir...

- Ele disse que sua partida foi voluntária e que queria que eu vivesse bem com você, para ser feliz.

Mas como ela poderia buscar a felicidade depois que Paulo partiu deste mundo?

Ela preferiria que Paulo tivesse deixado palavras de ódio e repreensão, em vez de ficar em dívida com sua bondade.

Ana não terminou, mas Leo já entendia seus pensamentos.

Ao voltar ao hospital, Ana viu Leo ser levado novamente para a sala de emergência, e, sentada na cadeira do lado de fora, sentiu-se completamente derrotada. Ela até começou a pensar que talvez tivesse algo em si mesma que causasse dano aos outros, que talvez não merecesse felicidade. As pessoas ao seu redor pareciam sempre enfrentar sofrimento. Paulo era assim, Leo também era assim.

Enquanto Ana pensava, a mulher ao lado estendeu a mão e a segurou.

- Menina, eu não sei o que aconteceu com você, mas pelo jeito daquele homem, ele realmente gosta de você. E você claramente se importa com ele também, então por que não admite, em vez de tornar tudo tão complicado e doloroso para os dois?

A mão da mulher era quente, e sua idade era próxima à da mãe de Ana, o que inconscientemente fez Ana sentir a necessidade de desabafar. Ana, um tanto atordoada, contou todos os seus problemas, algo que ela normalmente não sabia com quem compartilhar. Mas diante de uma estranha como essa, ela pôde falar sem reservas.

Depois de ouvir, a expressão da mulher tornou-se mais séria, mas logo ela sorriu novamente.

- Entendo suas preocupações agora, mas como alguém de fora, só quero dizer que, uma vez que o senhor que já partiu pôde dizer tais palavras, antes de deixar este mundo, ele certamente te amava muito. Portanto, mais do que ninguém, ele quer ver você feliz. Se você pensar assim, se colocando no lugar dele, como você gostaria de ver a si mesma vivendo agora?