Pai em Coma romance Capítulo 809

Ana, ao ver a vendedora, que havia jogado o problema para Tomás resolver, franziu a testa e estava prestes a interrompê-la. No entanto, Leo estendeu a mão, detendo-a, pedindo-lhe para esperar um pouco.

Tomás olhava para a vendedora com aquela aparência miserável, mas em seu coração não havia qualquer compaixão. Essas pessoas, que só sentiam dor quando eram feridas, jamais consideravam o quanto as palavras maldosas que diziam podiam machucar os outros.

- Parece que você ainda não entende onde realmente errou. - Começou Tomás, com um tom sereno. - Amar os ricos e desprezar os pobres é o seu maior erro. Será que, se eu fosse apenas uma criança comum de uma família pobre, eu poderia ser expulso da loja sem qualquer dignidade ou respeito?

Tomás falou suavemente, sua pequena face mostrando uma maturidade que não pertencia à sua idade.

Afinal, Tomás já havia sofrido muito por ser pobre, e isso fez com que ele detestasse profundamente essa mentalidade.

- E vocês, quando pensavam que éramos apenas pessoas comuns, também não falariam por nós, não é verdade? - O olhar de Tomás se voltou para os espectadores que assistiam à cena. Ele sabia claramente que, se Leo não tivesse chegado, se Leo não fosse um rico com quem não era conveniente brigar, essas pessoas apenas continuariam observando com indiferença, sem qualquer noção de justiça.

As pessoas ao redor, ouvindo a questão de Tomás, ficaram atônitas por um momento. Alguns, com a face envergonhada, até se sentiram desconfortáveis.

As palavras do garoto eram verdadeiras. Se fossem apenas uma mãe e filho sem posição social, eles apenas zombariam dos dois por serem presunçosos, tentando comprar algo que não podiam pagar, e diriam que mereciam ser humilhados.

Eles estavam acostumados a essa perspectiva arrogante, mas isso, seria realmente certo?

Ana, ao lado, ouvindo as palavras do pequeno, ficou tanto surpresa quanto encantada.

Originalmente, ela estava preocupada que Tomás, vivendo em um ambiente ruim desde pequeno, e também carente de recursos materiais, a pobreza poderia torná-lo tímido, até mesmo covarde. Ela nunca imaginou que ele pudesse articular algo tão sensato, o que fez com que ela o visse com outros olhos.

De repente, ela entendeu a intenção de Leo em detê-la mais cedo. De fato, em momentos como este, era preciso dar espaço às crianças para que pudessem realmente crescer.

Depois de serem lembrados por Tomás, o grupo de pessoas ficou envergonhado.

Então o gerente olhou para Leo, de forma bajuladora.

- Senhor, vou relatar este incidente à sede e demitir esta funcionária, nunca mais a contratarei, o que você acha...

Leo olhou para Tomás, como se quisesse ouvir sua opinião.

Tomás ficou satisfeito com esse resultado. Provavelmente, ela teria dificuldades em encontrar outro emprego, e não intimidaria outras crianças como ele novamente...

Tomás não disse mais nada, mas olhou para Ana.

- Vamos embora.