Pai em Coma romance Capítulo 865

As palavras do homem fizeram o rosto de Ana corar como um tomate maduro, desejando poder se enfiar num buraco. Refletindo sobre isso, só poderia culpar o desgraçado à sua frente que falava tais palavras, fazendo-a pensar de forma imprópria.

- Claramente foi proposital da sua parte. - Ana falou com dentes cerrados e com um tom de voz abafado, que não carregava nenhuma autoridade.

Ao observar a expressão de Ana, Leo teve um impulso travesso. Estava prestes a provocá-la um pouco mais quando uma batido na porta, completamente inoportuna, interrompeu o momento. Provavelmente uma enfermeira checando o estado de Ana, pensou Leo. Não querendo perder tempo, ele endireitou o corpo e falou com indiferença:

- Entre.

A porta se abriu, mas, em vez da enfermeira, foi Noemia que entrou. Ao vê-la, Leo e Ana se surpreenderam. Noemia, por sua vez, agiu com naturalidade, levantando a caixa de comida que trazia.

- Soube que a Srta. Ana estava ferida. Ontem não tive a chance de perguntar como ela estava, por isso, fiz alguma comida para trazer hoje.

Ao ouvir isso, Ana se sentiu um pouco envergonhada. Não esperava que Noemia fosse tão cortês e disse, surpresa:

- Na verdade, você não precisava ter todo esse trabalho...

- Não foi trabalho nenhum, apenas algo que fiz a caminho.

Noemia colocou a caixa na mesa, organizando os diversos pratos caseiros. Uma sopa intensamente aromática, dois pratos de legumes simples e outros dois pratos com carne. Ainda que parecessem pratos caseiros simples, o aroma era irresistível. Era evidente que Noemia havia dedicado um certo tempo e esforço, diferente do que sua fala anterior poderia sugerir.

De fato, mesmo que essas comidas caseiras parecessem simples, fazê-las bem não era uma tarefa fácil. Ana ficou um tanto constrangida. Ela nunca gostou de dever favores, e agora Noemia, que também era sua salvadora, estava cozinhando para ela...

Como se tivesse lido os pensamentos de Ana, Leo tomou a iniciativa de falar:

- Sua mão está machucada, deixe-me ajudá-la.

Dizendo isso, ele pegou os talheres e começou a servir Ana. Ana não pensou muito sobre isso. Os pratos à sua frente, embora não fossem seus favoritos, foram feitos com tal requinte que não podia deixar de apreciá-los. Ela já estava com fome, então no momento estava mais focada em comer do que qualquer outra coisa.

Observando Ana comer, os olhos de Leo brilhavam com um toque de ternura. "O jeito como essa mulher come sempre parece tão agradável, como se todas as preocupações desaparecessem só de olhar para ela."

- Coma devagar, ninguém está competindo com você. - Leo mal comeu, continuando a servir Ana.

Noemia estava sentada à frente, olhando para a ternura com que Leo agia, sentindo um misto de emoções que não conseguia expressar. Ela nunca imaginou que Leo, sempre tão distante e imponente, poderia ter um lado tão gentil. Até ela mesma nunca havia recebido tal cuidado por parte dele.