Pai em Coma romance Capítulo 930

Ao ouvir novamente sobre o assunto do namorado, Noemia apertou a mão com força debaixo do cobertor. Naquele momento, ela se arrependia profundamente. Por que inventou tal personagem? Agora, ele se tornou uma alavanca nas mãos de Ana.

Vendo que Noemia não falava mais, Ana se sentou à beira da cama.

- Então descanse bem. Estamos todos aqui cuidando de você. Se algo te incomodar, pode me chamar.

Noemia se sentia tão incomodada com Ana que a última coisa que queria era que ela ficasse para cuidar dela. Contudo, expulsá-la também daria margem para críticas. Assim, virou-se e fechou os olhos, tentando acalmar o descontentamento que sentia.

Ana, percebendo que ela queria dormir, ficou sentada ali, vigiando-a. Leo, observando o modo sério de Ana, veio e segurou sua mão.

- Ana, estou surpreso que você não se irritou. - A voz de Leo soou como a de uma criança que tinha feito algo errado, implorando por misericórdia.

Leo ficou bastante assustado quando Ana chegou. Afinal, a cena era comprometedora e poderia facilmente levar a mal-entendidos. Embora o fato de Ana não ter ficado irritada fosse uma coisa boa, ainda assim, deixava-o um tanto inquieto.

- Por que eu ficaria irritada? Você não estava apenas ajudando-a a ir para a cama? - Ana lançou um olhar ao homem ao seu lado. Otília já lhe contou o que aconteceu, então ela não estava fazendo uma grande questão do assunto.

- Ou será que você está com a consciência pesada, temendo que eu me irrite? - Ana perguntou, estreitando os olhos de forma provocativa.

- Não, de jeito nenhum. Eu juro que não tive nenhum pensamento impróprio com relação a ela. Você é a única em meu coração. - Leo se apressou em explicar.

Noemia estava deitada na cama. Claro que ela não tinha adormecido tão rapidamente. Portanto, pôde ouvir claramente a conversa entre Ana e Leo. O tom carinhoso de Ana e o afeto implícito nas palavras de Leo rasgavam seu coração como uma lâmina.

Ela conhecia Leo como um homem inacessivelmente frio e distante, como a lua no céu, sempre visível mas jamais ao alcance. Tantas mulheres haviam tentado e falhado em capturar sequer um olhar seu.

Noemia se esforçou para acalmar seus nervos. Depois de algumas respirações profundas, ela suprimiu sua impaciência e abriu os olhos fracamente.

- Sr. Leo, acredito que fui assustada por um pesadelo. Depois de tomar o calmante que Sra. Ana trouxe, estou me sentindo muito melhor. Podem ir, estou bem.

Ana ficou um tanto surpresa ao ouvir Noemia dizer isso. Afinal, ela comprou aqueles remédios numa farmácia em que passava casualmente. Quem imaginaria que teriam tal efeito?

- Não se preocupe, vamos ficar aqui com você esta noite.

Ana pensou por um momento e decidiu não partir.

Noemia quase cuspiu sangue de raiva. Ter eles ficando ali era o maior tormento que poderia infligir sobre ela.