Para Sempre romance Capítulo 107

Eu caí em uma tristeza sem fim depois de sua partida, e não conseguia nem ouvir claramente o que Zane estava dizendo. Ele apenas me perguntou se eu gostaria de esquecer Nigel. Balancei minha cabeça e respondi: "Eu não quero esquecer."

Não queria esquecer Nigel. Não queria esquecer a felicidade ou a dor que ele me causou. Essa era minha vida e ele me marcou. Como eu poderia escolher esquecer?

Estava me contorcendo no canteiro de flores e Zane parou de falar comigo. Ele gentilmente tocou minha testa com os dedos e me convenceu pacientemente, "Stella, vá dormir, você precisa descansar."

Naquela noite, desmaiei de choro excessivo. Quando acordei de novo, não sabia que dia era. Meu corpo estava tão fraco. Rapidamente peguei o telefone ao meu lado e olhei para a data.

Já faziam três dias desde que Nigel sofreu um acidente de carro e morreu, o que significa que eu estive inconsciente na cama nos últimos três dias. Fiquei tão angustiada que queria ligar para Leo, mas, ao invés dele, disquei o número de Louisa.

Louisa pegou o telefone e me cumprimentou com voz rouca, "Alô, Aria?"

Eu perguntei, com meus olhos ainda avermelhados de tanto chorar, "Cadê o Nigel?"

Ainda não acreditava em sua morte.

"Enterraram ele ontem", Louisa respondeu.

Ele foi enterrado! Não vai mais voltar!

Nigel se foi do meu mundo, do mundo dos vivos.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto e eu não pude aliviar a tristeza em meu coração. Desliguei o telefone e vi uma camisa manchada de sangue ao lado da cama. Era a camisa que usei no dia anterior, cheia do sangue de Nigel depois do atropelamento. Ajoelhei no chão e segurei a camisa com força, me perdendo em minhas lágrimas agarrada na última lembrança dele.

Depois de suprimir a tristeza em meu coração, já se passaram duas horas comigo dentro do quarto. Me levantei com dificuldade ainda com a camisa em meus braços e abri a porta para sair do quarto. A grande mansão estava vazia.

Nenhum sinal de Zane nela. Então peguei a camisa, deixei a mansão dos Xavier e dirigi de volta para Oak City. Quando cheguei lá, já era quase noite. Também estava chovendo, como de costume.

Mandei uma mensagem para Louisa. Depois de um tempo, ela me deu um endereço.

Este endereço... era o cemitério onde fui enterrada naquela época, quando forjei minha morte.

Certa vez, testemunhei Nigel dar a Shirley uma monte de rosas vermelhas impressionantes, o suficiente para encher um carro esporte. Naquela época, ele era jovem, cheio de energia e de bom humor. Nunca escondeu seus sentimentos pela garota de quem gostava.

Naquela época, eu estava com tanto ciúme de Shirley e Nigel que estava prestes a enlouquecer.

Porque Nigel nunca tinha me dado rosas antes, não daquele jeito.

De propósito, fui à floricultura e colhi um buquê de rosas, o mais bonito que vi. Também comprei um guarda-chuva preto e fui ao cemitério.

Quando cheguei, o céu já estava muito escuro e o lugar estava cheio de lápides ao redor. Mas não fiquei assustada com a paisagem. Fui ao cemitério particular e procurei a lápide de Nigel.

Sua lápide era muito visível. Aproximei, me agachei e coloquei as rosas na frente dele. Então estendi a mão para acariciar sua foto. O homem lindo que ele era estava deitado sem vida sob a lápide naquele momento.

O ar estava tão escuro e frio lá no cemitério.

Eu tinha chorado muito recentemente, mas agora, quando vi Nigel, não chorei. Só olhei de lado. Foi minha lápide. Sean o havia deixado lá e minha foto ainda estava nela.

Murmurei para mim mesmo: "O que está acontecendo entre nós dois?"

A chuva estava tão forte que ninguém conseguiu responder à minha pergunta, nem mesmo os céus.

"Nigel, consegue me ouvir?" perguntei para seu corpo.

Tudo que eu podia ouvir era minha voz e o som da chuva sobre todo o cemitério. Ninguém poderia me responder ali. Tirei da bolsa a aliança de casamento, do nosso casamento. Este anel de diamante foi o único presente que ele me deu, sob a promessa de me amar para sempre.

Cavei um pequeno buraco na caixa e enterrei na frente de seu túmulo, e então coloquei uma rosa sobre ela.

Tentei o meu melhor para abrir um lindo sorriso e disse suavemente: "Eu te amo, Nigel e sempre vou te amar."

Quando me levantei e saí do cemitério, estava em transe e vi um homem no canto me observando.

Ele estava segurando um guarda-chuva preto, parecendo exatamente como homem deitado sob a lápide. Nesse momento, ele me olhou com ternura. Quanto eu queria que fosse Nigel aquele homem.

Quanto eu esperava que ele voltasse à vida e que fosse tudo uma farsa também.

Mas eu sabia muito bem que era Leo, já estava bem claro para mim a diferença entre eles.

Fiquei parada e ele me chamou de 'garotinha' como sempre me cumprimenta.

Mordi os lábios com força e disse: "Perdi a única pessoa que odeio..."

Claro, eu também havia perdido a pessoa que amava, ao mesmo tempo e mesma intensidade que odiava.

"Nigel queria que eu te contasse uma coisa", disse Leo.

"Ele ficou lúcido por um momento antes de morrer?" perguntei em voz baixa.

Leo acenou com a cabeça e respondeu com uma voz suave, "Ele espera que você seja feliz, acima de tudo."

Depois de uma pausa, ele continuou: "E eu também espero que você seja feliz mais que tuudo."

Não pensei que pudesse ser feliz novamente pelo resto da minha vida depois dessa perda.

O céu continuou chorando comigo. Leo olhou para mim suavemente através da chuva. Ele deu um passo em minha direção e disse em voz baixa: "Vou partir para a França amanhã, com o avião de Oak City."

Leo e eu sabíamos muito bem que a peça entre nós três havia encerrado seu último ato com a morte de Nigel. Eu nunca poderia me aproximar dele novamente, e ele não se atreveu a se aproximar mais de mim depois de uma tragédia dessas, era nosso fim.

A barreira entre nós não era mais apenas nossos problemas mundanos. Também não foi por causa da minha mudança de opinião. Foi Nigel, o que aconteceu era demais para todos nós. Desta vez, Leo e eu nos despediríamos apropriadamente e definitivamente.

Pensei por um momento e disse: "Louisa é uma garota legal, sabia?"

Ele sorriu e respondeu: "Não podemos forçar o amor por quem não sentimos nada."

......

Leo foi embora, e eu fui a única que sobrou na interminável noite chuvosa de Oak City. Olhei para o céu úmido, de repente me sentindo meio cansada e até mesmo com medo dessa cidade.

Depois de pensar um pouco, peguei meu celular e liguei para meu assistente, Zack.

Quando Zack trouxe Shirley para mim depois de sua tentativa de me matar, ela enlouqueceu. Porém, ela me reconheceu. Quando ela me viu, ela correu e imediatamente tentou lutar comigo.

Eu a chutei no mesmo instante. Ela caiu no chão, se levantou e voltou a correr. Eu podia ver claramente o ódio em seus olhos por mim, como se a culpa fosse minha.

Shirley me odiava porque roubei Nigel dela, ou é o que ela achava disso.

Afinal, Nigel morreu por minha causa.

Eu joguei para longe o guarda-chuva em minha mão e lutei com Shirley como duas leoas na chuva. Zack se aproximou para segurar Shirley, mas eu o impedi enquanto gritava friamente: "Não pare! Vamos ver o que ela pode fazer comigo!"

Me perguntei como Shirley tinha a capacidade de matar o homem que eu amava! A culpa era dela!

Lutei violentamente contra ela até finalmente deitar no chão, exausta. Olhando para a chuva fria no céu, perguntei desesperada: "Agora que Nigel se foi, você finalmente se sente feliz?"

"Cala a boca! Ele morreu por sua culpa! Foi você que o matou!" Shirley gritou.

Shirley estava cheia de raiva. Eu dei um tapa em seu rosto assim que ela terminou sua frase. Seu corpo estava molhado e suas roupas estavam uma bagunça. Ela me olhou confusa. Levantei e me agachei na frente dela, zombando: "Quem você pensa que é? Você não passa de um lixo! Que direito você tem de me causar tristeza? De arruinar a minha vida? Shirley, o que você sabe sobre mim? É você quem deveria sofrer por isso! Antigamente, você aleijou Chace e arruinou a vida dele. E agora, você veio e destruiu minha vida também!"

"Hahaha, prefiro destruir o homem se eu não posso o ter!" Shirley zombou.

Eu dei mais um tapa no rosto dela e perguntei asperamente: "Quer cavar a sua própria cova, não quer mesmo?"

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