Uma conformista com as regras pútridas da família Xavier...
Essa era a opinião de Zane sobre Norah.
Uma opinião cruel e impiedosa.
Lembrei da mulher elegante de vestido do dia anterior. Ela era uma mulher educada e comportada. Ela sabia como funcionava a sociedade atual e o conceito de monogamia. Mas mesmo assim estava disposta a dividir Zane com outras mulheres, porque o amava.
Eu me aconcheguei nos braços de Zane e disse em um tom particularmente firme: "Ela fala bem e sabe de sua própria situação na família. Ela... Zane, ela não é uma conformista com as regras da família Xavier. Ela só é uma pobre mulher. Que quer se agarrar a qualquer oportunidade de te ter."
Ele não me respondeu, pois parecia indiferente aos assuntos pelos quais não estava interessado. Apenas mudou de assunto e perguntou: "Está com sono?"
Balancei minha cabeça e respondi: "Não, nenhum pingo de sono."
Seus dedos finos e claros acariciaram suavemente a pele do meu rosto. De repente, ele perguntou confuso: "Tem chovido tanto nesses últimos dias. Por que você de repente pensou em ir para o campo no meio de uma noite tão perigosa dessas?"
Ele me fez uma pergunta simples e lógica, mas mudei de assunto para não me comprometer. Se eu não respondesse, sabia que ele acabaria descobrindo eventualmente.
Eu poderia dizer a ele francamente que meus pais ainda estavam vivos, mas no fundo do meu coração, eu hesitei. Não que eu não acreditasse nele, eu só estava tão confusa com a situação ainda.
Ainda não tinha descoberto a verdade por trás de meus pais biológicos. Seria uma perda de tempo se eu contasse a ele e um risco desnecessário. Além disso, eu não havia digerido totalmente a verdade sobre meu passado ainda...
Ainda não conseguia aceitar que meus pais biológicos se tornaram meus pais adotivos num piscar de olhos.
Além disso, acabei de saber que eles ainda estavam vivos, outra bomba.
Minha cabeça estava uma bagunça. Eu esfreguei o peito de Zane e respondi brevemente, "Tive que cuidar de umas questões pessoais, e ainda estou muito confusa sobre tudo que aconteceu, não sei a verdade ainda, não totalmente. Mas eu vou te contar tudo quando eu descobrir."
Decidi não contar a ele, mas também não pretendia esconder isso dele por muito tempo. Vendo que eu estava realmente confusa, ele não me pressionou mais. Ele só me lembrou: "Tudo bem. Se tiver alguma coisa que você não consiga resolver, é só me dizer."
Eu respondi "sem problemas" e de repente me lembrei que sua mãe o havia drogado porque queria um neto. Perguntei curiosamente com isso em mente: "Você gosta de crianças?"
Quando se tratava de crianças, os olhos de Zane ficavam muito mais gélidos que o normal. Ele respondeu em um tom ríspido: "Não vou dizer que gosto delas."
Zane disse que não diria que gostava delas, mas o Assistente Yonas já me disse uma vez que Zane já pensou em começar uma família e criar filhos... Será que Zane estava dizendo isso de propósito porque sabia que eu não poderia ter filhos?
Eu o lembrei: "Sua mãe quer um neto, não se esqueça."
A voz fria de Zane veio de cima da minha cabeça, dizendo: "Não tenho interesse em uma criança, mas minha mãe vive me apressando. Não há crianças nessa geração da família Xavier afinal."
Nunca tinha visto sua mãe ainda. No máximo, eu a vi de um andar superior há alguns dias. Mas só consegui ver seu contorno e não conseguia lembrar com clareza de como ela realmente era.
Ela tinha um tipo de carisma raro de se ver, mas pensei que mulheres da família Xavier provavelmente são desse jeito.
Balancei a cabeça com leveza e olhei para cima para ver seu queixo liso. Levantei minha cabeça e beijei sua bochecha intima e lentamente.
Ele curvou os lábios e sorriu frivolamente.
Quando vi seu sorriso, também dei uma risadinha com o quão anormal ele era.
Ao me ver assim, Zane apoiou o queixo na minha cabeça e disse em uma voz baixa e atraente, "Você é a única pessoa que pode ser tão atrevida assim perto de mim, e é difícil para mim te dar um sermão."
Zane sempre foi uma pessoa de poucas palavras. Ele era basicamente o tipo de pessoa que só responderia quando alguém lhe fizesse uma pergunta e não falaria a menos que fosse necessário. Mas naquele momento ele estava mais falante que o normal.
Suas palavras também foram tão provocativas.
Brinquei com seus dedos e respondi com orgulho: "Claro, eu sou sua mulher afinal. É seu dever me idolatrar como uma deusa!"
Zane sorriu sem dizer nada. Eu encarei seus dedos delgados e fiz um movimento mais ousado ainda. Coloquei eles na minha boca por um bom tempo e me recusei a largá-los.
Seus dedos eram excepcionalmente bonitos. Tiveram vários momentos no passado em que eu queria botá-los em minha boca, mas não estava no lugar ou hora certa para fazer isto, até agora.
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