Para Sempre romance Capítulo 79

Nigel não estava ciente sobre a rivalidade entre Quincy e a família Twilight. Ele ainda estava sonhando com Quincy me curando assim que eles dois se casassem.

Quincy não sabia quem ele era, então por que ela queria que ele se casasse com ela? Não entendia isso.

Provavelmente porque Quincy sabia claramente tudo que aconteceu entre nós dois.

Ela queria nos separar a qualquer custo, mesmo que ela mesma tenha que se casar para isso.

"Eu vou dar um jeito de fazer ela te tratar."

O tom de Nigel foi firme. Me afastei de seus braços e olhei para ele, perguntando: "E se ela não fizer? Ou não puder?"

Ele franziu os lábios e disse: "Ela me deu uma oportunidade."

Uma oportunidade? Que tipo de oportunidade?

Uma oportunidade de se casar com ela?

Disse com um sorriso autodepreciativo: "Não preciso da pena dela."

Eu me virei e entrei no meu carro. Ele me alcançou e agarrou meu pulso, tentando me persuadir suavemente, "Aria. Por favor, vem para casa comigo."

A casa a que ele se referia era a mansão da família Twilight.

"Nigel, estamos separados."

Tudo isso era tão cansativo.

Não queria ser magoada por ele mais uma vez.

Principalmente agora que ele estava usando o pretexto de tentar salvar minha vida.

O coração de Nigel afundou. Ele se abaixou e esfregou minha bochecha. E disse nervosamente, "Aria, por favor, não seja assim. Eu sempre estarei ao seu lado, não importa o que aconteça no futuro."

Perguntei de novo: "Você quer mesmo se casar com ela?"

É como eu disse antes. Jamais perdoaria Nigel, mesmo se pudesse fazer tudo de novo. Porém, ele estava realmente fazendo tudo isso por mim, pelo meu bem.

Ele estava ansioso para me curar, então decidiu concordar com a proposta insana de Quincy. Nem ao menos planejou seu próprio futuro. Naquele momento, ele só estava apavorado com a ideia de me perder.

Mas mesmo assim, eu estava cansada disso.

Meu tempo estava passando e tudo o que eu queria era um amor puro e simples. Não queria mais me envolver em tantos truques e confusões.

E principalmente, não precisava mais de homens agindo por mim.

Quer Quincy pudesse me curar ou não, eu não precisava da ajuda dela para isso.

Em resposta à minha pergunta, Nigel hesitou. Ele acariciou meu rosto suavemente e disse: "Mas ela realmente poderia salvar sua vida."

"Eu não vou deixar Quincy me tratar."

"O que aconteceu entre vocês duas?" Nigel ponderou um pouco e perguntou: "Ela me disse que vocês duas eram próximas, mas pensando nisso, não tem motivo para ela nos separar desse jeito. Você e ela tem algum rancor?"

Não havia ressentimento entre Quincy e eu, mas ela tinha um ódio profundo pela família Twilight da qual eu estava incluída.

Disse a Nigel claramente o que aconteceu entre Quincy e a família Twilight e disse, "Ela fez isso para nos separar. Este é apenas o começo de seu plano."

Quincy queria meu rim.

Assim que descobriu toda a história, Nigel ficou em silêncio. Só depois de um tempo ele disse: "Nesse caso, realmente não devemos mexer com ela, já que a prioridade aqui é curar sua doença... Aria, o que eu mais tenho medo é de te perder."

Quando encontrei seus olhos, vi claramente meu reflexo nele. Eu estava anormalmente pálida e exausta, como se tivessem sugado todo o meu sangue até me deixar totalmente seca.

Estava cansado e com o coração cheio de cicatrizes e dores.

"Nigel Grayson, estou cansada de jogar esse jogo de pique."

O futuro era imprevisível e eu não suportaria sofrer outro golpe.

Nigel não sabia o que dizer.

No final, ele me soltou e foi embora. Com isso, voltei para o meu apartamento. Quando peguei meu celular, vi uma mensagem de Nigel nele.

Ele disse: “Estou disposto a esperar por você o tempo que for preciso”.

Ele sabia que desta vez a culpa era dele, então não me forçou a mais nada. Mas também, eu não queria mais dar o primeiro passo.

Desliguei meu telefone e fui tomar um banho. A água quente me envolveu e me fez sentir relaxada, mas não fiquei na água por muito tempo. Afinal, a ferida em meu ombro ainda não havia cicatrizado.

Além disso, ela também doía intensamente.

De alguma forma, lembrei do homem dois dias atrás. O homem que eu mordi a mão que cobria minha boca e até mesmo pulou um rio comigo .

Ele estava em silêncio e sua expressão era fria. Mesmo se ele tivesse sido realmente ferido pela minha mordida, ele nem mesmo recuaria. Parecia ser um profissional em disfarçar suas emoções.

Ele era mais diferente do que qualquer um que eu conhecia.

Enrolei uma toalha de banho em volta de mim e me levantei, só para perceber que a água da banheira estava rosada novamente. Rapidamente toquei a parte inferior de meu corpo para conferir.

A palma da minha mão ficou vermelha com secreções pegajosas.

Como esperado, meu estado estava piorando.

Mas eu não estava tão triste quanto pensei. Limpei minha parte inferior com papel toalha e então voltei para a sala como se nada tivesse acontecido.

A sala de estar estava bem iluminada quando me sentei no sofá e comecei a mexer no meu telefone. O nome que mais me veio à cabeça naquele momento era o de Zane Xavier.

Afinal, o que o assistente Yonas disse me intrigou.

Não demorou muito para que Louisa me mandasse uma mensagem, "Obrigada, Aria. O mordomo me contou que foi você e o Leo que me levaram para casa."

Eu disse a ela que não tinha problema.

Louisa respondeu: "Acabei de acordar e ainda estou me sentindo muito tonta. Preciso dar uma tragada para limpar meus pensamentos. Falo contigo mais tarde."

Não sabia que Louisa fumava......

De repente, tive vontade de voltar a fumar também.

Entretanto, decidi não fazer isso dadas as minhas circunstâncias de saúde.

Coloquei meu celular de lado e fiquei deitada no sofá. Depois de um tempo, adormeci. Quando acordei de novo, já era madrugada do dia seguinte.

Peguei meu telefone e verifiquei a hora, percebendo que Louisa havia me enviado uma mensagem na noite passada. Dizia: "Aria, finalmente desisti dele."

O 'ele' a que ela se referia certamente era Leo.

Esfreguei minhas têmporas e não sabia como responder, mas ainda assim perguntei educadamente: "Por algum motivo em específico? O que aconteceu?"

Desliguei meu telefone e fui me limpar. Porém, percebi que estava sangrando naquela área novamente quando tirei o roupão. Suspirei e coloquei um absorvente.

Eu era uma pessoa diferente de quem eu era em Pine City e recusei a me arrumar. Em Oak City, eu ainda estava acostumada a me arrumar adequadamente.

Mudei para um vestido preto longo. Era um vestido único. Um dragão dourado adornava metade do vestido, cobrindo uma das mangas com escamas douradas de dragão. A outra manga tinha um padrão prateado e preto bordado nela.

Era um design lindo e moderno.

Tampei a cicatriz de meu rosto com um pouco de maquiagem, prendi meu cabelo, e fiz um coque com um grampo de diamante.

Até mesmo coloquei sombra esfumada e delineador.

Pelo espelho, pude ver que eu estava deslumbrantemente arrumada.

Definitivamente não era tão feia quanto Zane me disse que era.

Estava pensando no que ele dizia o tempo todo. Provavelmente eu estava atraída por ele, era a verdade. Constantemente pensava no que ele dizia e estava até mesmo pensando em remover permanentemente minhas cicatrizes.

Tomei meu remédio e fui para a empresa de carro.

Cheguei cedo dessa vez, mas Zack já estava trabalhando. Fui perguntar a ele: "Como tivemos passado os últimos dias, muito ocupados?"

Porém, Emma tinha seus próprios segredos sujos. Ela não entendia o que seu pai estava pensando, sua expressão ficando em choque quando viu seu pai me elogiando.

Eu sorri e retribuí o elogio: "A Srta. Yard também é uma boa menina."

O Mestre Yard suspirou e disse: "Espero que seja este o caso."

Conversei um pouco com ele antes de sair para fora.

O jardim da frente estava cheio de gente e muito barulhento, então fui para o quintal e planejei ir embora assim que conversasse com Sean.

A paisagem do quintal era bonita, e havia até mesmo uma pequena torre próxima que era visível daqui. Sentei perto da fonte e comecei a mexer em meu celular. Mas não esperava que Emma estivesse procurando por mim com Shirley ao seu lado.

As duas combinavam tanto uma com a outra.

Naquele momento, pensei que, como eu tinha um certo nível de poder aqui na família Yard devido ao último incidente, elas não ousariam fazer nada comigo. Mas havia me esquecido daquela mulher insana que Shirley era.

Emma, que estava usando um vestido de luxo e salto alto, se aproximou e murmurou: "Todo mundo te adora. E eu só quero saber, por quê?"

Seu ciúme e questionamento vieram do nada para cima de mim.

Continuei mais interessada no meu telefone e simplesmente respondi: "Talvez seja porque eu sou bonita."

Emma não esperava minha resposta. Ela ficou chocada e disse: "Você realmente acha que pode fazer o que bem entende com qualquer homem?"

Qualquer homem?!

Nunca tratei ninguém como segunda opção - nem Sirius nem Leo. A única pessoa com quem eu estive realmente em um relacionamento antes era Nigel.

Imaginei que Emma deve ter ouvido até demais as besteiras que Shirley diz. Sorri e perguntei: "Por que você não me diz quem é que eu brinquei? Por acaso o seu amado é um deles?"

Vendo minha atitude destemida e até sarcástica, Emma ficou irritada. Ela os listou, "Leo, Sean e Nigel. Esses três homens foram todos cortejados por você, não estou certa?"

Ela até mesmo incluiu Sean...

Levantei uma sobrancelha para ela e perguntei: "Shirley, mas que loucura você pôs na cabeça dela?"

Shirley permaneceu quieta, como se não se importasse com o que acontecesse. Quase como a calmaria antes da tempestade cair.

Olhei para as bochechas pálidas de Emma e zombei: "Sim, então, estou brincando com todos esses homens, mas e daí? Não é como se o Nigel um dia fosse dizer que te ama nem nada do tipo."

Estava com preguiça de me explicar a ela. Por isso, simplesmente decidi jogar junto e deixá-la com raiva sendo a pessoa que ela imaginava que eu era.

Vendo como eu consegui expor seus pensamentos, o rosto de Emma estava tão escuro quanto nuvens de chuva totalmente carregadas. Achei que ela provavelmente queria me atacar, mas sabia que ela não tinha coragem, não aqui e agora. Afinal, hoje era o aniversário de 80 anos de seu pai. Depois de nossa última situação, a última coisa que ela gostaria de fazer é causar mais um evento.

Emma estava com tanta raiva que nem se incomodou em me responder. Naquele momento, Shirley me perguntou sem muita energia: "Você se acha tão corajosa, não é mesmo? Sempre olhou para os outros de um pedestal, desde o primeiro dia em que te vi."

Olhar por um pedestal?

Besteira! Nunca me achei superior a ninguém.

Minha atitude dependia de como os outros se comportavam comigo, eu simplesmente os retribuía de forma igual.

Shirley já havia tentado me intimidar antes, então ela não merecia a minha gentileza

Sentei e sorri, "No mínimo dos casos, eu não tenho medo de você."

De repente, Shirley pegou uma garrafa de algum tipo de líquido atrás dela. Não sabia o que era, mas a cor do líquido era estranha e um tanto ameaçadora.

Ela disse: "Nunca gostei do seu rosto, sempre achei ele nojento. Seria melhor eu acabar com ele aqui."

Seu tom era assustadoramente calmo, completamente diferente daquela mulher louca que eu me deparei no hospital na última vez.

De repente, lembrei do que Sunnie me disse sobre ela ser uma lunática.

Shirley era uma lunática que não levava em consideração as consequências de seus atos.

Levantei rapidamente quando ela jogou o líquido da garrafa em minha direção. Meus olhos se arregalaram enquanto eu observava o líquido vindo ao meu encontro. Mas no mesmo instante, alguém me agarrou pela mão e me puxou de lado para me proteger.

Shirley gritou de surpresa: "Nigel!"