Partindo Grávida, Bilionária Sedutora Retorna romance Capítulo 54

A Letícia Fernandes soltou um "hehe" irônico e girou nos calcanhares, rumo à sala de reuniões.

Os playboys nunca têm nada de valor a dizer, às vezes, as informações que eles fornecem levantam dúvidas sobre sua sinceridade.

No dia em que entregou sua demissão a Israel Ferreira, o bonitão estava todo empolgado, fazendo piadas e achando que poderia persuadi-la com uma oferta mais generosa. Pois sabia que a sede tinha enviado gente.

Os do setor de obras quase sempre estavam no canteiro, mas bastou Iván chamar que todos apareceram na reunião. Com o Júlio pego, ninguém mais queria vacilar.

"Iván, com exceção dos que saíram para comprar material, todo mundo chegou", disse Iván, enxugando o suor da testa. "E olha, essa parada do Sr. Pinales, nós aqui."

Ele nem terminou de falar os celulares de todos começaram a vibrar freneticamente.

Checaram as mensagens e viram que Valerio Luiz tinha passado adiante as coisas que Júlio tinha entregado. Rostos pálidos e olhares de choque.

"É armação! Uma maldita armação!"

"Eu não fiz nada disso, o Júlio está doidão, mordendo feito cachorro louco!" "Por favor, Sr. Luiz, Dona Letícia, vocês têm que acreditar na gente!"

"Sou um cara raiz, vim direto da Cidade Lu, com mais de dez anos no Grupo Ferreira..."

"Chega", interrompeu Letícia Fernandes, batendo na mesa. A algazarra foi diminuindo até que todos se calaram, com os rostos rubros e pescoços inchados alguns pareciam culpados, mas a maioria tinha cara de quem tinha levado uma rasteira do destino.

"Não há nada de novo sob o sol", falou Letícia, calmamente. "Júlio foi detalhista, e vocês acham que a empresa não vai achar nada, né?"

Os que estavam prontos para se explicar ficaram sem o que dizer. "Eu imagino que vocês não foram lá muito espertos, não deve ser difícil desenterrar a sujeira."

"Dona Letícia, eu só peguei cinquentinha! E foi sob pressão!" alguém se levantou, desesperado. "Não gastei um centavo, está tudo no cartão da minha mulher, eu devolvo tudo, por favor, só não me denuncie!"

Foi a deixa para outros começarem a oferecer devolver o que tinham roubado. Alguns tinham torrado o dinheiro em casas, carros ou em noitadas. Sentados ali, pareciam esperar a própria morte.

"Eu já sei de tudo que está rolando aqui", disse Letícia, olhando para todos. "A maioria de vocês só chegaram a esse ponto porque foi influenciado pelo Júlio."

"É isso aí, Dona Letícia, você está ligada!"

"O Sr. Pinales vivia dizendo que se todo mundo se sujasse, aí sim estaríamos seguros..."

"Hum." Letícia acenou com a cabeça. "Eu tenho uma ideia, e mesmo que isso me dê problema com o presidente, é melhor do que ver vocês na ruína."

"Dona Letícia, pode mandar ver que a gente topa na hora!"

Letícia suspirou: "Devolver o valor é certo, o dinheiro da empresa não veio voando, sem problema, né?"

"Sem problema! Eu faço isso já!" "Isso aí, eu mando minha esposa transferir assim que chegar em casa!"

"Mas... Dona Letícia, eu não tenho como devolver tudo agora..."

"Quem não tem, faz uma promissória e vai pagando aos poucos", disse Letícia, generosa. "Se vocês mostrarem que estão mesmo arrependidos, eu me arrisco a interceder por vocês com o chefe."

Era o que Letícia tinha a dizer para não entrar em cana, a galera estava toda animada.

Até quem não estava na sala de reunião deu um jeito de ligar, chorando as pitangas, pedindo para Letícia Fernandes dar uma colher de chá também.