Partindo Grávida, Bilionária Sedutora Retorna romance Capítulo 67

Dois milhões. Dessa vez, ela estava adquirindo o quê? Não queria nem cogitar a ideia, para não se sentir enjoada. Melhor considerar isso como uma indenização pelo contratempo da noite passada. "Está se sentindo melhor?" perguntou João, entregando uma tigela de mingau de milho para Letícia Fernandes. Letícia guardou o celular e assentiu com a cabeça: "Dormi que nem uma pedra, estou me sentindo renovada!"

"Mas ainda está com cara de quem não vê sol faz tempo," João falou, parecendo um pai preocupado, "os remédios e os fortificantes que o doutor passou, você tem que tomar certinho, hein?"

"Pode deixar." Letícia tomou o mingau sem pressa. Depois que o médico confirmou que ela não tinha nada grave, ele encheu ela de recomendações antes de permitir que ela saísse do hospital. João ainda fez companhia para ela prestar um depoimento na polícia.

Quando estava na hora de assinar os papéis, um número desconhecido ligou para Letícia. Ela hesitou por um instante, mas acabou atendendo. "Letícia Fernandes, onde você se meteu?" era Sarina Perez.

"Secretária Perez, é alguma coisa do trabalho que você não está entendendo?" Letícia perguntou.

"Você está fazendo isso de propósito, né? Hoje é o noivado daquela gringa do Israel!" Sarina disparou, com a voz carregada de raiva, "E você não vai fazer nada?"

"Eu já pedi demissão," respondeu Letícia, com calma. "Não acredito que você não está nem aí para o Israel Ferreira se casando! Não era você que ameaçava terminar com ele se ele casasse? Como é que agora você vai ficar aí parada?"

"Secretária Perez, se você está tentando usar alguém para fazer seu serviço sujo, está sendo bem amadora," Letícia disse, com um tom zombeteiro, "se está insatisfeita, faça seu próprio barraco e me deixe curtir meu recesso." "Letícia..." Letícia desligou na cara dela.

João, que estava por perto, franzia a testa: "Eu conheço essa voz, a mal-amada que te pôs para baixo no cais!"

"É," Letícia confirmou com a cabeça, "João, você precisa ir para casa."

"E você? Não vai voltar para Cidade Lu?" perguntou João.

"Não," Letícia balançou a cabeça, "já passei o bastão do trabalho lá, estou pensando em visitar um amigo."

"Eu vou com você!" João se apressou em dizer.

"Não precisa," Letícia recusou, "pode ir, seus pais estão preocupados atrás de você."

A família de João estava mesmo quase fazendo o celular dele explodir de tanto ligar.

Com a chegada do outono, o avô dele tinha piorado de saúde.

Na noite anterior, tinha ido parar no hospital.

João estava dividido.

"Então promete que não vai me esquecer, que vai me contar como você está todo dia!" João insistiu, com uma expressão teimosa misturada com um pedido de clemência.

Mal tinha entrado no carro.

Belém deu um trato no rádio.

E não é que foi na mosca?

Assim que ligou, estava rolando uma chamada sobre a Concha Capital.

"Letícia, Concha Capital é o lugar onde você trabalha, né?" perguntou Belém.

Letícia Fernandes acenou com a cabeça: "Era, mas eu chutei o balde!"

"Chutou o balde? Beleza, agora você vai tocar seu próprio barco, não precisa ficar enchendo o bolso dos outros!"

"Isso aí, vou dar uma respirada e pensar no que dá para fazer."

"Demorou! Estou aqui na torcida, mana!"