Amor doce de Henrique romance Capítulo 192

Dor.

Muita dor.

De um lado, os berros furiosos de Hanna; de outro, os urros de Leal. e, ao fundo, os gritos de medo de Yarin.

Alice se recolhe em posição fetal e desliza pelo canto da mesa, até se agachar no chão. A dor se espalha lentamente pelo ventre, invade seus quatro membros e, então, o corpo inteiro. Seu corpo treme incontrolavelmente, enquanto as lágrimas escorrem. A dor é intensa.

"Licinha, onde está doendo?"

Yarin vem correndo, agacha-se ao dela e pergunta, ansiosa.

"Minha barriga dói muito", diz Alice, debilitada e com o rosto pálido.

A brancura mórbida da amiga aterroriza Yarin, que se põe a gritar: "Leal, a Alice está ferida."

"Licinha, não tenha medo. Vou ligar para o 192."

Ela pega o telefone com as mãos trêmulas e aperta algumas teclas até conseguir discar. Chorando, explica a situação à pessoa do outro lado da linha, pedindo repetidamente que venham com urgência. Desliga, segura Alice pelos ombros, toma-a em seu abraço e aperta suas mãos, como que lhe dando forças para resistir.

……

Leal não é de bater em mulheres, mas hoje abriria uma exceção. Como poderia assistir de braços cruzados à sua cunhada sendo atacada pela Hanna dessa maneira? Ignorando a situação da cunhada, ele puxa Hanna para longe e a derruba no chão com um sopapo. Vendo-a deitada ali, imóvel, ele zomba: "Não vá muito longe! Não fosse pelas suas más ações, você não perderia a criança, nem o contrato. No fim das contas, é tudo culpa sua."

Ao se virar, seu olhar alcança o rosto pálido de Alice, e ele constringe o semblante. Ele logo se aproxima e se abaixa. Sem dar atenção ao ferimento nas costas, toma a moça em seus braços e sai rapidamente, seguido de perto por Yarin. Ao vê-lo correndo com alguém nos braços, seu secretário se levanta, curioso.

"Lin, chame a polícia. Peça para levarem essa mulher da minha sala",

diz ele em voz grave, e continua andando.

O secretário Lin diz "Tudo bem" e pega o telefone para discar 190.

……

Alice vai precisar de cirurgia.

Sentada no banco, Yarin observa a luz acesa da UTI e segura as mãos com força, sentindo-se muito assustada e angustiada.

Licinha é tão boa pessoa. Com certeza vai sair dessa sã e salva. É o que ela procura dizer a si mesma.

Vai tudo ficar bem, sem dúvida.

Leal termina uma ligação e, ao se virar, nota o brilho de inquietude no rosto de Yarin. Ele se aproxima e se senta ao seu lado.

"Minha cunhada é muito forte e corajosa. Não há de ser nada", diz, com a voz suave.

Yarin vira o rosto para olhar para ele, os lábios retorcidos, "É, não há de ser nada com a Alicinha."

Leal lhe retribui um sorriso reconfortante e passa a mão em seus cabelos.

Passos rápidos ecoam no corredor silencioso, e ele vê Oscar e Maya chegarem correndo.

"Afinal, o que houve?" Maya logo pergunta.

"Maya!" A visão da amiga deixa Yarin com os olhos vermelhos.

Maya se aproxima e a abraça, "Yarin, o que aconteceu? Como a Licinha foi parar numa sala de cirurgia?"

"Sim, Leal, como foi isso?", pergunta Oscar, impaciente.

Ele estava em uma reunião quando, de repente, recebeu uma ligação de Leal dizendo que sua cunhada havia dado entrada no hospital. Saiu com tanto medo que atropelou os subordinados, e ainda avançou alguns sinais vermelhos no caminho.

"Maya, é tudo culpa da Hanna. Foi ela quem mandou a Licinha para o hospital."

Ao se lembrar do que Hanna havia feito com Alice, Yarin amarra sua cara: "Ela deu um chute no estômago de Alice. O médico a examinou e constatou sangramento interno. Vai precisar de cirurgia."

"Hanna!" Maya Xiao repete aquele nome com sangue nos olhos.

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