Amor doce de Henrique romance Capítulo 191

A porta do escritório é empurrada pelo lado de fora, e entra uma figura esguia.

"Ali..."

Vendo-a chegar, Leal quase se empolga demais. Por sorte, ele reage rápido e altera suas palavras a tempo: "Subgerente Alice, você por aqui?"

Alice se aproxima e lhe dá um sorrisinho. Volta-se então para Hanna e diz, levantando os lábios, "Ouvi dizer que alguém estava criando problemas, e vim dar uma olhada."

Hanna gira o rosto e retribui o olhar, impassível.

Um encontro com o inimigo costuma despertar ainda mais o ódio. É bem este o caso.

Alice vê claramente todo esse ódio nos olhos de Hanna. Se tivesse uma faca na mão, sua meia-irmã não hesitaria em matá-la.

Hanna não está com a melhor das aparências. Ela, que sempre gosta de usar maquiagem pesada, hoje não aplica pó nem sombra. Seu rosto está pálido, e os lábios também. Parece vários anos mais velha.

Alice não poderia ter imaginado.

De início, achou que Hanna poderia até usar o bebê, e com certeza não teria sentimentos por ela. Agora, parece que não é bem assim.

Seu olhar se desloca, inconsciente, para o ventre dela, em um lampejo de dor e arrependimento.

Hanna não está errada. Ela também é, de fato, uma assassina indireta do bebê.

Alice franze os lábios, respira fundo e olha serena para ela, "Peço desculpas pelo bebê."

Ouvindo isso, Hanna olha para o nada e depois resmunga com frieza: "Não me venha com falsidade, Alice. Você deve estar muito contente por que eu perdi o bebê. Deve achar que foi castigo divino por eu ter roubado Vicente de você."

"Não é o que eu penso." Alice sacode a cabeça: "Hanna, eu não sou você. Meu coração não é tão duro."

"Hahahaha..." De repente, Hanna solta uma gargalhada, encarando-a tristemente, com a frieza do mais rigoroso dos invernos.

"Alice, por que eu não te atropelei até a morte quando tive oportunidade?"

O tom frio está repleto de ódio.

Suas palavras mudam o semblante da corretora e de Leal. Eles até acham que Hanna teria os meios, mas não a coragem de causar a morte de alguém. Não imaginavam que ela já tenha desejado matar Alice.

"Eu não mereço morrer." Alice ergue o nariz. O olhar se torna mais frio, e o tom já não é de cortesia. "Deus não quer que eu morra uma morte injusta, e sim que eu continue em vida para ver como o fim de vocês será miserável."

De início, ela ainda guardava um traço de culpa por causa de bebê. Mas, vendo que a outra não mudou em nada sua natureza, ela deixa a culpa de lado.

Perante esse tipo de gente jamais amolece o coração, nem mesmo por um instante.

Hanna trinca os dentes de ódio e contempla o rosto de Alice, que vai se iluminando. A ira parece transbordar de seu coração.

Foi ela quem fez seu filho partir antes que pudesse chegar no mundo.

Foi ela quem a fez ser demitida e ter sua reputação destruída.

É ela, é tudo por causa dela. Por ela existir, tudo dá errado para Hanna.

Sem conseguir controlar o ódio, e com o brilho do assassinato nos olhos, Hanna pega o peso de papel da mesa de Leal e joga-o na direção de Alice.

O peso de papel de Leal foi presente de seu avô. Feito de jade, ele não é nem leve, nem barato.

Com isso, ao ver Hanna pegar o peso e atirar na cunhada, seus olhos se arregalam, e ele não tem muito o que pensar. Saltando por sobre a mesa, cai para proteger Alice, distraída, enquanto o peso de papel se esmaga em suas costas.

Ao ver a cena, Yarin, que acabou de entrar, leva as duas mãos à boca, espantada e com o coração na garganta.

Leal solta um grunhido de dor, que o faz franzir as sobrancelhas.

Bem protegida em um abraço, Alice volta a si ao ouvir os sons do peso de papel se espatifando e do grunhido dele, e se apressa em perguntar: "Leal, você está bem?"

Apesar da dor, ele tenta disfarçar com um sorriso: "Estou bem, Alice."

As sobrancelhas enrugadas e o rosto pálido desmentem sua observação.

Alice tem os olhos bem vermelhos: "Como pode ser tão estúpido? Se você ficar machucado, como vou explicar ao Henrique?"

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