Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 238

Sérgio Pereira, de repente, viu-se invadido por uma memória inesperada: uma menina de apenas nove anos, com cabelos desgrenhados por falta de cuidado, mas com olhos brilhantes que o fitavam intensamente. Nas mãos, ela segurava seis garrafas vazias e sorria, dizendo: "...irmão, quando você não está, a Letícia consegue ganhar dinheiro sozinha!"

"Quando você não está lá, Letícia também não precisa passar fome. Se o irmão dela ficar sem dinheiro, ele pode usar o da Letícia, é todo seu."

A menina tirou de seu bolso sujo um punhado de dinheiro amassado, composto de várias moedas pequenas.

Eram suas economias, que ela deu ao irmão sem hesitar.

Mas agora, sem Sérgio por perto, Letícia parecia feliz perto de outras pessoas.

Quando viu Marcos Rodrigues se aproximando, Letícia Silveira sorriu e o abraçou: "Marcos, o que você acha de comermos peixe com molho de tomate hoje à noite?

"Eu acendo o fogo para você".

"Combinado." - Marcos pegou o saco de juta das mãos de Letícia: "A colheita foi boa hoje."

"Claro. Apenas uma questão de tempo."

"Depois que vendermos, eu te convido para um picolé."

"Feito."

Um carro familiar passou por trás deles, e Letícia sentiu uma rajada de vento nas costas. Quando se virou para olhar, não havia nada além dos veículos que passavam.

De volta ao Jardim Herbal, Letícia vendeu a pilha de garrafas de água mineral e algumas caixas de papelão por dois reais. Com picolés na mão, as duas foram para a sala comum. O tempo não estava dos melhores, e juntos recolheram as roupas do varal.

Apesar de não voltar à escola, Marcos não desistiu de Letícia. Todos os dias, ele dedicava tempo para ensiná-la de acordo com o currículo escolar, atuando como seu tutor particular.

Nos dias seguintes, Letícia se acostumou a viver ali. Ajudava nos afazeres domésticos, fazia as tarefas que ele lhe passava e, em seu tempo livre, aprendia um pouco sobre fitoterapia.