Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 331

Jaime Goulart era bem alto, quase chegando a um metro e oitenta, com dois botões de sua camisa abertos, ostentando uma postura desleixada. Seus olhos alongados e desdenhosos se abaixavam, carregando um olhar de menosprezo. De propósito, ele retirou seu olhar frio e esbarrou no ombro ferido dela antes de se afastar.

Esse esbarrão, embora despretensioso, era tudo o que Letícia Silveira precisava para manter distância de alguém com uma personalidade tão imprevisível e antisocial. Um passo em falso e ele poderia, em um surto, jogá-la escada abaixo.

Letícia Silveira viu sua mesa ser levantada e recolocada por Anne: "Letícia, como você pôde mexer com ele?"

"Obrigada" - foi tudo o que Letícia Silveira disse, sem entrar em muitos detalhes.

Anne ajustou seus óculos no nariz: "Não se preocupe, da próxima vez apenas evite cruzar o caminho dele."

"Sim."

Letícia Silveira não deu muita importância ao incidente. No que lhe dizia respeito, Jaime Goulart era apenas uma criança com problemas emocionais e mentais.

A aula de estudos independentes havia terminado.

Na primeira aula do dia, a professora anunciou que as atividades de férias haviam sido canceladas. Ao sair, Letícia Silveira notou que o professor olhava pensativo em sua direção, mas não deu muita importância.

A última aula da manhã havia terminado.

A maioria foi almoçar, mas Letícia Silveira decidiu terminar de revisar alguns exercícios antes de comer.

Pequeno Gordo trouxe um monte de lanches para consolá-la: "Deusa, não fique triste, isso é tudo para você."

"Obrigada, mas não precisa."

"Então, eu vou guardar para mim."

Pequeno Gordo riu: "Deusa, vou deixar esse doce com você, é o meu favorito."

"Obrigada."

Letícia Silveira não gostava de ficar devendo favores. Ela pegou um copo de leite da sua gaveta: "Isso é para você."

Seria obra de Sérgio Pereira?

Somente ele teria a audácia de levantar a mão para alguém da Família Goulart, o que explicaria o olhar de Jaime para ela naquela manhã, como se visse um inimigo.

Não era de se admirar a atitude de Jaime para com ela.

Após o almoço, Letícia Silveira, como de costume, foi ao centro médico com seus medicamentos. Com a cortina fechada, ela tirou cuidadosamente a blusa, jogou os cabelos para o lado e desenrolou o curativo com cuidado: "Vou tentar ser o mais gentil possível."

Letícia Silveira não ousava olhar para suas mãos, que agora começavam a cicatrizar. A visão de suas feridas ainda lhe causava desconforto.

Lá fora, um grupo estava se aproximando.

"Jaime, eu estou bem, é só um resfriado. Vou descansar um pouco e isso vai passar."

Na escola, Jaime Goulart abraçava Patrícia descaradamente enquanto caminhavam juntos para fora do prédio de aulas.