Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 670

A chuva começou lá fora, fazendo com que o frio se tornasse ainda mais penetrante do que durante uma nevasca.

O vento gélido invadia o ambiente, trazendo consigo um frio que penetrava cada fresta, estimulando a pele e provocando um arrepio profundo.

Letícia Silveira olhou para os dois cigarros e depois para Jaime Goulart, que estava parado na porta. "Você faz isso por Patrícia também?" Ela sorriu, pegando o cigarro de sua mão. "Trazer cigarros em um dia de chuva deve ter dado trabalho. Pode ir para casa agora."

A chuva molhava os cabelos do rapaz, que perdia a sua habitual agressividade, parecendo mais um cachorro abandonado do que qualquer outra coisa. Essa fragilidade raramente era vista por outros.

Na verdade, Letícia Silveira muitas vezes se mostrava mais dura do que realmente era.

Ela fechou a porta atrás de si e, enquanto se virava, notou pela periferia da sua visão que ele não se movia. Somente depois de um tempo, ouviu os passos dele se afastando.

Diante de uma janela iluminada, Letícia Silveira observava o jovem deixar o velho prédio e adentrar a noite chuvosa, caminhando sob as luzes dos postes com as mãos nos bolsos. Ela o observava com um olhar sereno, até que ele finalmente desapareceu de vista.

No entanto, no momento em que Letícia Silveira estava prestes a desviar o olhar, ela avistou outra figura emergindo das sombras. Seu corpo se enrijeceu e seu rosto empalideceu ao vê-lo. A pessoa no andar de baixo parecia notar algo, e um homem de meia-idade olhou para cima curioso, mas só viu uma silhueta passando.

Letícia Silveira se escondia atrás da cortina, cada visão dele trazendo à tona lembranças dolorosas que tremiam seu corpo.

O prédio, antigo e mal isolado acusticamente, permitia que cada som de passos ou movimento fosse ouvido.

No corredor, uma luz sensorial fraca e piscante revelava a falta de manutenção. De repente, o som de um celular quebrava o silêncio. Nestor atendia, "Relaxa, só vou buscar alguém no aeroporto. Deixa comigo."

O olhar de Letícia Silveira se tornava cada vez mais frio e vingativo, suas mãos se fechavam em punhos tensos. Somente quando o silêncio voltou, ela conseguiu respirar aliviada.

"Se gritar, eu acabo com você."

"Por favor... não me bata... eu não vou gritar mais."

"Desgraçada!" Em suas memórias, Letícia Silveira era como um brinquedo, forçada a vestir um novo vestido branco no escuro porão. Ao sentir dor em um ferimento e deixar escapar um grito, ele pegou um cinto e a espancou sem misericórdia.

Ela aprendeu que, para evitar mais agressões, deveria suportar a dor em silêncio, mesmo que isso significasse engolir cada grito de dor.