Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 680

Ao ver um homem trajando um terno preto, sentado de pernas cruzadas à frente de sua escrivaninha, folheando um livro com seus dedos longos e bem definidos, uma aura imponente emanava pelo cômodo.

Letícia Silveira franziu a testa enquanto se aproximava. "Sr. Pereira, isso é invasão de domicílio."

Ouvindo sua voz, Sérgio Pereira continuou suas atividades de maneira lenta e tranquila. "Depois de tanto tempo, não sente falta do seu irmão?"

Letícia Silveira ignorou completamente o comentário. "Eu peço que saia."

"Se não sair, vou chamar a polícia."

Chamar a polícia?

Essas palavras soariam ridículas se ditas por outra pessoa.

Mas vindo de Letícia Silveira...

Uma sombra de desagrado cruzou rapidamente o coração de Sérgio Pereira.

"Parece que Letícia realmente quer ir para a faculdade de medicina. Os livros de medicina que deixei na Mansão Dominante, trouxe todos para você."

"Não quer dar uma olhada?"

Letícia Silveira, impaciente, falou novamente, "Isso é seu, não preciso disso. Quando você for embora, leve suas coisas com você."

Ambos mantiveram suas posições, nenhum disposto a ceder.

Ao ouvir isso, Sérgio Pereira finalmente demonstrou uma reação, parando de folhear o livro. Virou-se, olhando para a garota na porta, com uma mão apoiada na testa, um semblante relaxado, "Letícia, você cresceu."

Ao encontrar aqueles olhos, Letícia Silveira involuntariamente se lembrou do que havia acontecido no banheiro escuro daquele camarote, sentindo seu olhar sobre ela, tão intenso quanto agora.

Ao cruzar o olhar com ele, Letícia Silveira desviou o olhar em pânico, segurando firmemente a barra de sua roupa, não querendo se envolver demais com ele.

Sem dizer uma palavra, ela simplesmente se virou para sair.

Ela mal tinha dado um passo para fora quando ouviu a voz baixa e ameaçadora às suas costas, "Marcos Rodrigues está se saindo muito bem no Rio."

Letícia Silveira parou em seus passos.

Logo depois, uma risada leve ecoou.

"Irmãozinho, subestimei sua capacidade. Pensei que com suas habilidades ele não conseguiria fazer grande coisa."

"Mas agora vejo que Letícia tem um bom olhar para as pessoas."

"Com o tempo, o futuro de Marcos Rodrigues é imensurável."

"Pena que..." Sérgio Pereira levantou-se, caminhando até a garota, com seus dedos curvando-se ao redor da mão dela, e no segundo seguinte, a levantou em seus braços.

Nestor, que acabara de chegar, viu essa cena, observando o homem rico segurando a jovem, sem conseguir ver o rosto do homem.

Nestor soltou um som de desprezo. "Menina, parece que está se divertindo bastante, já começando a receber visitas!"

A porta se fechou, e Letícia Silveira, segurada em seus braços, sentou-se na cama, com as mãos do homem prendendo sua cintura fina. "Terminamos, e ainda não consegue esquecer?"

"Mas Letícia também precisa saber o que deve e o que não deve fazer."

Letícia Silveira desviou o olhar com os olhos ainda vermelhos, sem responder a nada do que Sérgio Pereira dizia.

"Ele te tocou ontem à noite?"

Letícia Silveira: "Você está me vigiando?"

Sérgio Pereira: "Estou tentando te proteger."

Letícia Silveira: "Eu não preciso disso."

"Você já me mandou para a Família Goulart, por que ainda não consegue me deixar em paz?"

"Letícia se importa assim? Não sou eu seu único parente?"

Sérgio Pereira segurou o rosto dela.

Letícia Silveira sorriu para ele, "Parente? Que tipo de parente somos nós?"

"Você age como um irmão deveria?"

"Se eu soubesse que tudo isso aconteceria, eu preferiria..."

"Ter morrido naquele incêndio no orfanato..."