Perseguida pelo Amor não Correspondido: O Renascer da Letícia romance Capítulo 948

Murilo: "Fique de olho neles dois."

As palavras eram curtas, mas afiadas. Após falar, Murilo pegou a chaleira de água quente sobre a mesa e saiu.

Lá fora, ele viu que Jaime Goulart ainda não havia partido. Sentado na varanda, fumava um cigarro atrás do outro. Murilo ignorou sua presença e entrou no cômodo ao lado para encher a chaleira com água.

"Seja gostar de alguém ou se importar com alguém, o objetivo sempre é tratá-la bem, não é machucá-la com palavras ou ações e depois pedir desculpas, como se isso resolvesse tudo."

Jaime Goulart respondeu: "Você ainda quer me dar lições?"

Murilo encheu a chaleira e fechou-a. "Você pode continuar agindo assim, mas nunca mais conseguirá ter um bom relacionamento com ela como antes. Estou te dizendo isso apenas esperando que, enquanto ela está sob nossa guarda, ela não tenha que suportar suas atitudes. É claro que ela não está bem, até um estranho como eu pode ver isso."

"E você, que passa todos os dias com ela, não percebe isso, não é à toa que... ela nem quer voltar para a Família Goulart que a adotou, como poderia querer ver alguém como você?"

"Então... ainda tem você, um verdadeiro desprezível ao lado dela."

Murilo falou com um tom calmo, mas inegavelmente verdadeiro. Murilo saiu, e Jaime Goulart jogou seu cigarro no chão, avançou e agarrou a gola de Murilo, levantando-o, "Repita isso se tiver coragem!"

"Eu disse! Você é um desprezível! Não entendeu?"

"Jaime Goulart! O que você está fazendo?" A fraca voz de Letícia Silveira soou por trás deles, não muito forte, mas suficiente para acalmar a fúria em seu coração. Murilo até viu medo nos olhos dele.

Letícia Silveira, apoiando-se na parede, caminhou para fora, fixando o olhar naquela figura furiosa. Após uma pausa de três segundos, Jaime Goulart soltou Murilo e, como se para liberar sua raiva, chutou uma lata de lixo antes de partir.

Murilo, com a chaleira na mão, se aproximou de Letícia Silveira. "Não diga essas coisas da próxima vez, você o irritou. Ele é como uma criança, ninguém consegue lidar com ele."

"Não é divertido ver ele explodir assim?"

Murilo pegou a cadeira de rodas dela, "Você está bem?"

"Só um pouco tonta, nada demais. E o Carlos?"

Murilo respondeu, "Ele foi cozinhar, logo volta."

Letícia Silveira disse, "Não precisa se incomodar tanto, eu como qualquer coisa."

Murilo respondeu, "O médico disse que seu estômago está fraco, ele nos deu uma dieta, de agora em diante vamos comer mais leve."

Os dois voltaram para o quarto do hospital no andar superior, e ao sair pelo elevador, de repente, ouviu-se um choro no corredor do hospital, "Não... Eu não quero deixar esta criança."