Por favor, Seja Minha? romance Capítulo 621

Elisa observou o telefone em silêncio. Uma inquietação crescente apertava seu peito, como se uma tempestade se formasse à distância. A ausência de respostas de Robert só intensificava essa sensação. Incapaz de conter a ansiedade, ela decidiu ligar para Carla.

— Elisa? Que surpresa! Resolveu me ligar porque sentiu minha falta? — brincou Carla do outro lado da linha, com uma voz calorosa e familiar.

— Carla, o Kevin está muito ocupado ultimamente? — perguntou Elisa, tentando soar casual, mas sem sucesso em esconder a urgência na voz.

— Ele? Não aparece em casa há quatro dias. Mas amanhã é fim de semana, ele deve voltar hoje à noite.

— Você pode confirmar isso? Se ele estiver em casa, vou até aí.

— Elisa, você tem algo a ver com o Kevin? Agora fiquei curiosa! Vou ligar para ele e te aviso.

Carla desligou sem esperar mais explicações, intrigada. Pegou o telefone e rapidamente discou para Kevin.

— Kevin, você volta para casa hoje? — perguntou direto.

Do outro lado, Kevin abaixou a voz, certificando-se de que ninguém ao redor prestava atenção.

— Por quê? Sentiu minha falta? — respondeu, com um tom descontraído.

— Não brinque, Kevin. Foi a Elisa quem perguntou. Ela parece preocupada com algo.

Ao ouvir o nome de Elisa, Kevin ficou imediatamente sério.

— Elisa está me procurando? Ela disse algo para você?

— Não, mas parece que está com pressa. Está tudo bem?

— Carla, ouça. Não diga nada a ela ainda. Tenho algo a resolver.

Sem esperar mais perguntas, Kevin desligou. Ele franziu o cenho, ligando para Dra. Bai enquanto se afastava do escritório.

— Bai, como está Robert?

— Não muito bem. Ele acordou ontem à noite, mas a situação ainda é delicada. Yan está a caminho com equipamentos para um diagnóstico mais detalhado.

— Entendido. Elisa está ansiosa para me ver hoje. Suspeito que não conseguiu contato com Robert e está preocupada.

— Vou informar o Presidente Fisher para lidar com isso. Fique tranquilo.

Na clínica, Dra. Bai olhou para Robert, que estava encostado na cama, visivelmente cansado.

— Era Kevin no telefone? — perguntou Robert, a voz rouca.

— Sim. Elisa está tentando falar com você.

— Meu avô e eu colhemos todas as uvas da plantação. Enviei algumas para amigos.

— Amigos? Desde quando você fez tantos amigos? Um deles é o Antonio?

Elisa riu.

— Não seja bobo! E você? Ainda está vendo a Olivia todos os dias? — perguntou com um leve tom provocador.

— Não. Moramos em hotéis diferentes e, desde que cheguei, não a encontrei em particular — respondeu Robert, com seriedade.

Elisa sentiu um calor no peito. Apesar das provocações, ela confiava nele.

— Eu confio em você, Robert. Você não confia em mim?

— Confio em você, Elisa. Não confio neles. Se tentarem algo, eu mesmo resolvo isso quando voltar.

Elisa riu, aquecida pelo ciúme sincero dele.

— Então volte logo — disse ela, com doçura na voz.

A ligação continuou por alguns minutos, descontraída e cheia de pequenas provocações. No entanto, Elisa ainda não havia esquecido o motivo inicial de tudo aquilo: precisava descobrir o que estava realmente acontecendo com Robert.