A semana foi atribulada para Sofia e Celso, era semana de vacinação de gado e eles gostavam de ficar por perto. Ela dividia o tempo entre a fazenda e a loja, ele entre a fazenda e o consultório, mas ficavam pensando um no outro, na sexta feira pela manhã ele sem mais resistir telefonou para ela.
__ Celso? __ Sofia atendeu com o coração acelerado.
__ Tudo bem com você? __ Celso sentia a respiração ficar difícil.
__ Tudo, e você?
__ Também! __ não sabia o que dizer __ Terminou a vacinação? A minha terminou ontem!
__ A minha também!
__ Pensei em sairmos logo depois do almoço, está bom pra você?
__ Está, minha mãe já havia combinado com a sua!
__ Ah, não sabia, então desculpe ter ligado por isso!
__ Gostei que tenha ligado! __ falou baixinho, iria seguir o conselho e Nelson, só precisava criar coragem.
__ Gostou? __ seu coração deu uma pirueta.
__ Gostei, passei a semana inteira com aquela cena da cozinha na cabeça, meu corpo incendeia cada vez que lembro! Ainda posso sentir suas mãos e sua boca! __ sentiu a respiração ficando difícil __ Quero mais, muito mais, preciso ter você em mim senão vou acabar pegando fogo!
__ Sofia, pare com isso! __ pediu sentindo-se em chamas, seu corpo latejando de desejo, mas não queria que ela parasse.
__ Só vou parar quando você me pegar de novo, sem latido de Pepe, sem gritos de minha mãe e principalmente, sem cafeteira ligada! __ sentia-se incentivada, ouvira o tom de voz dele, sua respiração alterada, queria deixá-lo louco de desejo __ quero você inteiro, sem nada nos separando, nada, só nós dois...
__ Quer me deixar louco, não é? __ murmurou cheio de desejo e lembrou-se de Nelson, ele a ensinara direitinho.
__ Eu enlouqueço quando estou em seus braços, sentindo seu corpo! Te quero tanto!
__ Ah, Sofia... __ a imaginou com aquele vestido, era deliciosa __ aquele seu vestido...
__ Vou viajar com ele, sentada ao seu lado __ provocou __ poderá escorregar a mão em minhas pernas e erguê-lo, como fez aquele dia!
__ Pare com isso, Sofia, sabe o que está fazendo comigo, pare! __ pediu agoniado, queria desesperadamente aquela mulher.
__ Paro de falar e vou começar a fazer, me aguarde! __ ela riu e desligou o telefone.
Sofia satisfeita lembrou-se de Nelson, ele já lhe dissera que ia averiguar, se como pedido do prêmio da aposta pedira pra ela ir ao ataque é porque tinha chance, se ele soubesse que não tinha não a mandaria seduzir e ser feliz, não faria isso com ela, se Nelson falara em quebrar resistência era exatamente isso que faria, iria deixá-lo completamente acessível, ela confiava cegamente em Nelson, então não perderia tempo com se, porquê, talvez, e iria a fundo! Sem medo de ser feliz! Agora tivera a prova de que realmente teria a chance, ele a desejava muito, ouvira a respiração e a voz dele.
Celso olhou sua mala sobre a cama, sentia-se trêmulo, o corpo querendo absurdamente estar com Sofia, queria aquela mulher, naquele momento descobriu que não se importava mais com o fato dela ter sido de Nelson, fôra dele, mas seria sua e encontraria uma maneira de prendê-la para sempre, não a deixaria partir, não iria deixá-la sair de sua vida novamente, custasse o que custasse! Iria liberar de vez todo o desejo que sentia, satisfazer aquele corpo febril, aquela lavareda em forma de mulher.
Celso estacionou a camionete em frente à casa de Sofia, logo viu um empregado trazendo as malas, desceu para guardá-las, ao sentar olhou a mãe, que passara para o banco de trás quando desceu para cumprimentar Rafaela e Sofia, sentiu-se trêmulo ao vê-la se sentando ao seu lado, a safada realmente estava com o bendito vestido, sorriu insinuante pra ele.
__ Não quer vir aqui na frente, tia Marília?
__ Não, querida! Prefiro vir aqui, assim fica mais fácil pra eu e sua mãe colocarmos a conversa em dia!
__ Ah...
__ Colocaram os cintos? __ Celso sorriu olhando-as pelo retrovisor.
__ Colocamos!
__ Pode me ajudar? __ Sofia pediu inocentemente, colocando a bolsa e o chapéu do lado da porta, ficando próxima dele.
Ele respirou profundamente olhando-a, ela, com a cara mais safada do mundo, sorriu.
__ Ajudo!
Celso terminou de ajeitar e deu partida, aquela seria uma longa viagem, ela na frente provocando e as mães no banco de trás.
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