FLORÊNCIA NARRANDO
A minha vida toda eu passei em um convento, minha mãe tinha uma amiga no convento de freiras, onde ela a ajudou a se estabelecer, o meu pai nunca quis saber de mim, ou da mina irmã gêmea, a gente sempre foi unidas na infância, mas quando a Flora cresceu, ela começou a demonstrar o quão rebelde ela era, mas o que me deixou triste foi saber que a nossa amizade não era mais como quando éramos crianças e isso me machuca um pouco, mas eu sei que para tudo Deus tem um propósito, e se isso está acontecendo comigo é porque tem que acontecer dessa forma. Minha mãe sempre foi aquele tipo de mulher, muito temente a Deus, mas parece que ela passava a mão por cima da cabeça da Flora, parece que ela não enxergava que sua filha era uma rebelde que saia as escondidas, pulando a janela do nosso quarto, e me pedia para mentir por ela, eu nunca gostei disso, eu sempre encobrir ela, pelo simples fato de que ela voltava na madrugada com umas marca no corpo, e eu nunca entende essas marcas, ela dizia que foi um rapaz que fez aquilo, e que aquilo era maravilhoso, ela tinha todos os tipo de orgasmo, e eu nunca fui de entender o que ela queria dizer, até que um dia ela me explicou coisas básicas.
Ela disse que nem tudo se resumia ao convento, que a nossa vida lá fora poderia ser maravilhoso, e que poderíamos ter os melhores de tudo, e aproveitar cada um que quisesse, afinal éramos idênticas, e nada disso mudaria, o que me fez pensar sobre as atitudes dela, eu precisei tomar minhas próprias decisões e comecei a impor meus pensamentos, mas ela não ligava, ela não tava nem ai para nada, o que me deixava em maus lençóis, comigo mesmo. Até que minha mãe resolveu que já estava na hora da gente agir por contra própria e ir morar em um lugar que não fosse com as freiras, até porque foram 18 anos ali, e elas foram até boas conosco, nós deu tanta coisa, somos eternamente gratas por isso. Algumas vezes eu tinha perguntado para minha mãe, sobre meu pai, mas ela sempre desconversou o que me deixou triste, mas eu deixei pra lá, um dia eu apenas parei de perguntar. Não valia a pena, se minha mãe não queria dizer nada, eu que não iria ficar remoendo o passado no qual ela pode se machucar. Sou tirada dos meus pensamentos quando minha mãe chama minha atenção.
Mãe: Minha menina, me ajude aqui. - ela me chama e eu olho para ela, saindo dos meus pensamentos.
Florência: Claro mãe, ajudo sim. - digo me aproximando dela, ajudo ela a terminar de preparar a comida, afinal antes a gente ajudava as freiras, mas agora temos que nós ajudar, até porque estamos morando em uma comunidade de nome morro da Coroa.
Mãe: Sua irmã disse que ia da uma volta, e não voltou ainda. - ela diz e eu olho para ela.
Florência: Mãe, você sabe que a Flora ela não faz nada, não adianta esperar as coisas dela. - digo e minha mãe suspira.
Mãe: Eu não sei onde eu errei com essa menina minha menina. - ela fala com os olhos marejados.
Flora: Cheguei. - ela fala alto da porta e ao entrar ela entra com um sorriso enorme nos lábios.
Mãe: Achou dinheiro filha? - ela pergunta e eu olho para minha mãe.
Flora: Que nada mãezinha, apenas eu conheci um pouco do morro, e gostei muito, até vi uns caras armados. - diz e eu faço sinal da cruz e minha mãe também.
Mãe: Não se engrace com esse tipo de pessoa, você sabe que o único caminho que tem depois disso é a morte. - diz nervosa.
Florência: Você sabe que precisamos ser honestas, porque eu já vi na TV que as coisas não são boas. - digo e ela rir.
Flora: Parem de ser bobas, eu não vou me envolver com ninguém. - ela diz sorrindo.
Mãe: Vamos deixar isso pra lá, agora vamos comer. - ela fala e a Flora se senta do meu lado.
Flora: Conheci um gatinho. - ela fala em um sussurro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: PRESA COM O TRAFICANTE (MORRO)
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